Prender
à atenção de um auditório, que depois de quase uma hora e meia de culto, não é
tarefa fácil, eles podem estar saturados com o programa de culto, ou entediados
com que foi realizado até momentos antes do pregador se posicionar. Existem
vários fatores que às vezes dificultam nossa apresentação. Temos que ser
dependentes de Deus, mas um pouco de esforço e criatividade são bons
ingredientes para se pregar a Palavra de Deus.
Segundo
comentário de Robinson: a maioria dos livros sobre como pregar tem muito a
dizer sobre o desenvolvimento do sermão, mas pouco sobre sua entrega. Isso se
reflete no modo como pregamos. Embora os pastores gastem horas, todas as
semanas, na construção do sermão, raras vezes dedicam umas poucas horas por ano
a pensar sobre a entrega da mensagem. Mas, os sermões não entram no mundo como
esboços ou manuscritos. Tem vida, somente quando são pregados. Um sermão
pregado inadequadamente já nasce morto. A eficácia de nossos sermões depende de
dois fatores: o que dizemos e como dizemos. Os dois são importantes. Sem
conteúdo bíblico relacionado à vida, nada temos que valha a pena comunicar; mas
sem uma entrega habilidosa, nós não transmitiremos nosso conteúdo para a
congregação. Na ordem de relevância, os ingredientes que compõem o sermão são o
pensamento, a disposição, a linguagem, a voz e os gestos. (...). Os gestos e a
voz emergem como os fatores mais determinantes. Cada estudo empírico da entrega e do seu
efeito sobre o resultado de um discurso ou sermão chega à idêntica conclusão: a
entrega é de máxima importância. (ROBINSON 2002, P. 215).
Robinson (2002, p. 215, 216, 217). Não podemos nos deter
somente na questão da voz e dos gestos em que sobre saem na preleção, em primeiro
lugar temos que considerar os sentidos do auditório, mas também “suas inflexões
e ações que transmitem seus conhecimentos e atitudes mais acuradamente do que
suas palavras”.
Robinson (2002, p. 217). Precisamos estar a par dos meios que
venham chamar a atenção da congregação. Os olhos, as mãos, o rosto e os pés
dizem tanto a uma congregação quando as palavras que pronunciamos, e mais, na
realidade. Num estudo bem conhecido, o psicólogo Albert Mehravian reduz tudo
isto a uma fórmula: Só sete por cento da mensagem de um orador vem através de
suas palavras, trinta e oito por cento se comunica pela voz; cinquenta e cinco
por cento vem de suas expressões faciais. Esta pesquisa tem a ver com os
pastores e a pregação. Primeiro, nossa linguagem não verbal tem importância
estratégica no falar em público. Quando nos dirigimos a uma congregação, três
redes de comunicação diferentes operam ao mesmo tempo: nossas palavras, nossa
entonação e nossos gestos. Todas as três comunicam ideias. (ROBINSON 2002, P.
217).
Robinson (2002, p. 217). “Quando o ator George Arliss leu
pela primeira vez a peça de teatro Disraeli, aconselhou o autor a
remover duas páginas”. “Posso dizer isso com um olhar”, disse ele. “Qual
olhar?”Perguntou o autor. Arlis demonstrou e as páginas foram retiradas. De
fato, nossas ações muitas vezes podem ser mais expressivas do que nossas
palavras.
Quando usamos com elegância nossos gestos as pessoas se
sentem bem para nos acompanhar em nossa pregação, mas infelizmente temos os
excessos provocados pelos pregadores sensacionalistas, que mais berram,
gesticulam do que pregam. Mas ainda bem que Deus tem seu modo de transformar
coisas difíceis, para que não morramos sem entendimento, do que está sendo
passado para nós durante certas pregações.
A tentação de
ser ouvinte crítico
A meu ver, ninguém é com toda certeza
o mesmo depois de conhecer parte do universo do conhecimento teológico,
conhecimento é poder, se não tomarmos cuidado esse poder podemos sair do
propósito e do objetivo e da aplicação prática da nossa Teologia. Não podemos
pensar que sabemos mais do que os outros, porque não somos o dono do
conhecimento e o conhecimento nos foi delegado para edificação do Reino de
Deus. Precisamos vencer essa tentação de ouvintes tão críticos, a ponto de
reprovarmos quase tudo nas pregações, e em quase todos os pregadores.
Moraes (2002, p. 35). A partir do momento que adquirimos os
conhecimentos técnicos da homilética, estamos nos equipando para o nosso
objetivo da preparação das nossas mensagens do púlpito. Precisamos tomar
providência para que não sejamos céticos demais, nos tornando ouvintes críticos
das falhas dos outros pregadores, a ponto de não conseguirmos alimento para
nossas almas, do assunto que está sendo pregado. Um bom pregador não deve perder
as oportunidades de sentar para ouvir seu conservo em Cristo pregando sua
mensagem. Caso isso não aconteça, é bom revermos nossa vida devocional.
Tenho
ouvido muitos improvisos, mas sempre tenho aprendido alguma coisa pelo filtro
teológico, mesmo porque a base de todo conhecimento vem das bases vulgares da
sociedade primitiva. E o que sabemos, digo eu, pode ser uma pequena fagulha
neste mundo complexo nas diversidades científicas. E bom sermos simples e com
muita humildade.
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