Outro detalhe importante a ser
considerado no conceito da igreja pentecostal é o estilo do pregador e o seu
comportamento durante a pregação.
A palavra estilo entre outras coisas
está relacionada com o comportamento, não há regras, mas cada um se expressa
com seu próprio estilo, portanto, estilo é algo singular na vida de cada
pessoa.
“Estilo vem do latim “stylus”, que era o nome
da lapiseira de ferro com que os romanos escreviam em seus tabletes de cera. O
estilo é a forma de alguém expressar o que tem, seja por escrito, seja
oralmente”. (DANTAS, 1995, p. 121).
O conceito de estilo
não está relacionado somente com a parte espiritual, outros segmentos da
sociedade também exercem seus próprios estilos. “O estilo do pregador é percebido
pela autoridade espiritual que se manifesta em suas pregações, a fim de que o
sermão não seja mera exibição retórica. O princípio de autoridade que rege o
pregador reside na sua submissão à Palavra de Deus”. “O Estilo é a maneira de o pregador expressar
no sermão o seu pensamento. Cada pregador tem características próprias e deve
preservá-las, para que, no púlpito, sua autenticidade não seja apagada”. Mas,
convém lembrar que, “a forma de expressão constitui o meio de comunicação entre
o pregador e seus ouvintes”. (CABRAL, 1981, p. 21, 40).
Moen fala da influência de alguns nomes
importantes na história que, de certo modo tem influenciado o estilo de muitos
pregadores entre eles alguns pentecostais:
Antes de
mencionar alguns estilos usados na pregação pentecostal, noto que a leitura é
requisito prévio para a pregação! A leitura de um só livro bom, que contenha
bons conselhos e bons princípios, já é suficiente para fazer da vida um
sucesso. Muitos jovens deram início a uma carreira de honra e produtividade ao
lerem um bom livro. Um clérigo inglês declarou que Shakespeare e a Bíblia
tinham-no feito arcebispo. John Wesley afirmou que os livros Imitation of Christ (Imitação de
Cristo), de Thomas A. Kempis, e Holy Living and Dying (Vida e Morte Santas), de
Jeremy Taylor, determinaram sua vocação
e caráter. Henry Martyn foi feito missionário ao ler a vida de David Brinard e
a de William Carey. Alexander Pope deve sua inspiração poética a Homero. Goethe
tornou-se poeta em consequência da leitura de The Vicar of Wakefield (O
Vigário de Wakefield), de Goldsmith. Carey foi motivado ao ministério ao
ler as Viagens do Capitão Cook. A
vida de George Washington e a de Henry Clay despertaram a aspiração na alma de
Lincoln, que o levou ao sucesso. Os signatários da Declaração da Independência dos Estados Unidos eram homens de
persuasões literárias. Na infância, tinham alimentado a mente com a Bíblia, o Pilgrim’s Progress (O Peregrino) e Josefo. Ler faz pensar. A leitura nutre a arte do
pensamento. Patrick Henry tinha sede de conhecimento, e descobriu um modo de
satisfazer o desejo de ler. O mesmo é verdade para com o pregador. Ele tem de
ler para estar alerta. Gerará pensamentos. (TRASK, 1999, p. 643 apud MOEN).
O estilo pentecostal traz uma questão
diferente do ponto de vista de quem o observa, seu estilo em relação às
virtudes cristãs, são de cunho enérgico, ou seja, são radicais em costumes
comportamentais, de certa forma as vestes, barba, cabelos, joias, anéis só de
formatura e outros tipos de adornos também, dependendo dos adornos podem ser
vistos como pecados. O pregador pentecostal tem um estilo sem base homilética,
seu comportamento no púlpito e ao microfone demonstram o seu despreparo para
ocupar o mesmo. Sem discriminação, mas para os pregadores pentecostais o que
vale é a unção na hora da pregação, às vezes o que era para ser unção passa a
ser pura emoção. Não há limites para suas inovações e os chavões são
inevitáveis. “Os pentecostais pregam uma fé antimodernista, pois reconhecem que
os mais importantes poderes disponibilizados sobre nossas vidas repousam não em
nossas mãos, mas nas de Deus, escreveu o professor Chris Armstrong”. (STEFANO,
2007, p. 53).
O estilo de Calvino era brando e ao
mesmo tempo comprometedor sem causar nenhum impacto agressivo aos seus ouvintes.
Atentemos para as palavras apaixonadas de Calvino. “Quem quer falar retamente,
de acordo com Deus, tem que ter os olhos fechados quanto à complacência dos
homens. Se distrairmos olhando as criaturas a ponto de não poder falar com a
devida liberdade, não estamos desonrando a Deus”? (COSTA, 2006, p. 226 apud
CALVINO).
O
estilo do pregador pentecostal lembra
um pregador exaltado, disciplinador, às vezes um pouco arrogante, agressivo, acostumado a apontar o dedo em riste
exortando a igreja com voz enérgica, parecendo mal educado ao se dirigir os
seus ouvintes, tudo isso é questão de cultura bíblica e secular e também, muita
falta de educação homilética. Salvo as exceções, mas, torna-se raridade termos
bons pregadores com seus estilos próprios.