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quarta-feira, setembro 30, 2015

DEDICAÇÃO PASTORAL AO ENSINO

Independente de tudo, antes de tudo, o pastor precisa ter alguns recursos indispensáveis.
É ele quem pronuncia as verdades do Evangelho, para conduzir o rebanho de Deus, conforme a Sua vontade. Se o pastor não puder frequentar uma academia teológica, mas, ele precisa ser um autodidata, para alimentar o rebanho com a Palavra de Deus.
A preocupação de Paulo com Timóteo era que ele deveria ser diligente na Palavra.
Persiste em ler
A expressão correspondente a “persistir em”, no original grego, pode também ser traduzida por “preocupa-te com”, “aplica-te a”, ou “dedica-te a”. Qualquer destes sentidos demonstra que é dever do pastor dedicar-se ou aplicar-se à leitura.
A Bíblia na mão do pastor, não deve somente estar em suas mãos, mas principalmente em seu coração. É seu dever ser diligente ao estudá-la (IITm. 2: 15), trazendo a memória as coisas estudadas, como para gozar de novo a sua doçura, pois enriquece a compreensão das lições (ITm. 4:13,15). A Bíblia é de vital importância ao rebanho sobre o qual Deus o constituiu bispo (At. 20: 28).
O pastor que não se atualiza, de forma alguma poderá defender o seu rebanho e contar os perniciosos ensinamentos heréticos que surgem a todo o momento.
Persistir em exortar
“O verbo exortar, na língua grega, deriva-se do substantivo Paracleto, que é o título atribuído por Jesus ao Espírito Santo, e significa principalmente, o Consolador”. Não podemos confundir que a exortação deva ser somente aplicada com palavras duras. Todavia, nada mais é do que persuadir com a verdade, avisar quanto ao perigo iminente, e admoestar com a sã doutrina.
Aplicar-se ao ensino
Não é possível haver aprendizado sem haver aprendizado. (Jo. 14:26). O ensino da doutrina é uma das responsabilidades mais importantes do pastor, “pois ela é o alimento de que se nutrem as ovelhas” (Sl. 23:2,5).
O mestre que se preza é aquele que estuda minuciosamente a lição antes de aplicá-la à sua classe, demonstrando amplo domínio sobre o assunto, como se conhecesse o autor do livro texto. 
O apóstolo Paulo era um pastor que se preocupava com os líderes das igrejas, ele nunca deixava de instruí-los, para que o rebanho do Senhor fosse bem conduzido, de acordo com as sãs palavras das Sagradas Escrituras. Ele escrevendo a Timóteo diz: 1.Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. 2. E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros. Essa recomendação do apóstolo demonstra o cuidado dele para com Timóteo e com os seus ouvintes. Timóteo deveria confiar seus ensinamentos a homens fiéis e responsáveis para poderem ensinar os outros.
Assim deve ser a vida do pastor que se preocupa com o seu rebanho, em ensiná-lo e também deve cuidar do seu corpo ministerial, para que sejam homens sábios para também ensinar os outros.
                                                       

segunda-feira, setembro 21, 2015

IMPROVISAÇÃO NAS PRÁTICAS KERIGMÁTICAS UM FENÔMENO PENTECOSTAL

Um dos objetivos principais dessa pesquisa é a questão da improvisação no Kerígma da Palavra de Deus, na Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Ministério de São Bernardo do Campo, São Paulo. Essa Igreja é integrante do movimento Pentecostal Clássico. Nessa conceituada Igreja, a improvisação tornou-se um fenômeno pentecostal de grandes proporções, digamos que uma quantidade espantosa desse tipo de pregação improvisada tem ocorrido com muita frequência nos púlpitos pentecostais tornando-se um fenômeno negativo para uma Igreja tão nobre.
Há quem diga que a Igreja Assembleia de Deus era a Igreja da Palavra, mas não era bem assim. Por exemplo, o primeiro Seminário o IBAD foi oficializado em 1958, há quarenta e oito anos após a sua fundação.
Em São Bernardo do Campo, São Paulo a Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Ministério de São Bernardo do Campo foi em 1992, há quarenta e oito anos após o início dos seus trabalhos fundaram IBENE. 
Esse pode ser um dos fatores que contribuíram para esse quadro que estamos vivendo hoje em relação à genuína pregação bíblica. Hoje é visível a distância da liderança dos Seminários teológicos, o que se nota é que os membros estão crescendo com a Teologia para melhorar o ensino na Escola Bíblica Dominical e melhorar a pregação também. E a liderança?
Conforme havíamos dito, Trask (1999, p. 87) comenta a respeito de alguém levar visitantes para participar do culto em sua igreja, “ninguém seria surpreendido com um sermão despreparado e desconexo. Muitas vezes, nos círculos pentecostais, quase veneramos a imprevisibilidade”. Os sermões improvisados deixam a desejar por não terem estruturas bíblicas, salvo a leitura do texto. Tudo é realizado na hora. Também se levarmos em conta as práticas Kerigmáticas podemos observar o alto índice de improvisação no desenrolar do culto pentecostal, se bem que não temos uma liturgia formal, o que contribui para esse fato.
Há uma infinidade de tipos de sermões, cada uma tem seu objetivo, e o seu alvo principal é a edificação da igreja pela proclamação da Palavra de Deus. Quanto ao sermão de improviso não há nenhum benefício nele, a não ser muito barulho e pouquíssimo conteúdo.
Esse assunto sobre a pregação de improviso não foi escolhido aleatoriamente, mas o momento inspira cuidados quanto às mensagens que estão invadindo nossas igrejas, tanto as mensagens pentecostais improvisadas, como qualquer tipo de pregação. Na maioria das vezes essas pregações são puro sensacionalismo voltado às emoções distantes da reflexão teológica.
Em alguns casos esses pregadores estão visando somente benefícios próprios dentro de um mercantilismo almejando poder e dinheiro. Vestem-se com máscaras de piedade. Infelizmente esse fenômeno tem sido praticado por alguns pregadores pentecostais sem a mínima preparação para pregar o Evangelho de Cristo. Alguns saem por ai como missionários pregando nas igrejas, Congressos, Seminários, Eventos, Campanhas e Shows de todos os tipos só para crentes. Pregam seus sermões improvisados cheios de emoções e ainda são bem pagos. Ao invés de ir atrás dos inconversos abarrotam os púlpitos para serem vistos pelo povo esperando uma nova oportunidade. E assim a igreja caminha debaixo dos grandes sermões, porém, improvisados e as emoções superam a reflexão e Cristo encontra-se muito distante.
Enquanto a Igreja pentecostal não se conscientizar e começar usar a reflexão sobre o que de fato estão ouvindo como mensagem cristã. Infelizmente será pior para a Igreja passar pelas mãos desses mercenários, que estão invadindo nossos púlpitos pentecostais com suas mensagens improvisadas destituídas de Cristo. Como a Igreja pentecostal preza por movimentos barulhentos e agitados, esses pregadores encontram abrigo seguro entre as ovelhas humildes, mas sem discernimentos, no que se refere à verdadeira pregação bíblica. (Extraído da Dissertação de Mestrado Prof. Me. Expedito Darcy da Silva)

quinta-feira, setembro 10, 2015

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

EM BUSCA DE UMA FILOSOFIA DE EDUCAÇÃO CRISTÃ PARA ENSINAR COM SABEDORIA
A filosofia da educação cristã lida com questões relacionadas a projetar uma estratégia educacional coesa baseado em pressupostos cristãos que efetivamente ajudam as pessoas dentro de um determinado contexto cultural a se tornarem mais parecidas com Jesus Cristo. Embora a tendência na educação cristã parece ser ou de fazer do jeito que sempre foi feito, ou fazê-lo de qualquer maneira que funcione, estas duas opções não podem ser sábias. A disciplina de filosofia pode acrescentar sabedoria para a prática da educação cristã. A palavra "filosofia" significa "amor à sabedoria." Paulo, resumindo, em seu propósito de vida, afirma o seu compromisso de educar com sabedoria na seguinte passagem: "a quem anunciamos, admoestando a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo homem perfeito em Jesus Cristo" (Colossenses 1:28). 
A fim de ensinar com sabedoria, os educadores cristãos devem basear seus métodos em bem pensados pressupostos filosóficos.
Filosofia não é nem opcional nem acadêmico. Pelo contrário, ela é natural e essencial para a educação cristã. Um fato importante, muitas vezes nos escapa como educadores: Todo mundo tem uma filosofia de educação. Se estivermos conscientes de sua presença, a filosofia é a companheira sempre presente do educador. Filosofia fornece os pressupostos e fundamentos da teoria, política e prática educacional. Quando os professores são convidados a explicar o "por que" de uma determinada ação ou método de ensino usado na sala de aula, eles começam a acessar o centro filosófico do seu paradigma educacional. 
Madalena Molochenco assinala a necessidade de uma fundamentação teórica: “A maneira como desenvolvemos a educação cristã hoje traz consigo uma teoria de aprendizagem implícita. Entretanto, ela não nos tem sido apresentada como teoria, mas sim como modo de fazer. Como educadores, o que sempre fazemos é executar e ensinar outros a executarem. Lemos bons manuais que contem informações preciosas. Fomos ensinados apenas a executar, sem pensar muito no por que. Na verdade, não sabemos identificar quais são os princípios da aprendizagem que estão presentes no modelo apresentado". Molochenco sinaliza com os fundamentos teóricos de Piaget “Os autores em geral concordam que a teoria de Piaget é uma das bases do ideal da construção do conhecimento... (p.53). Os fundamentos de Piaget trazem aos educadores cristãos muitas contribuições na área da psicologia educacional e do estudo da construção do conhecimento.. (p.59)”
Olga Nogueira, outra educadora cristã,  critica essa maneira de fazer educação cristã do jeito que sempre foi feita: "o trabalho educativo da igreja ou de alguma área, provoca uma grande ansiedade que faz com que alguns educadores se tornem pragmáticos. Só se considera válido o conhecimento que se possa colocar em prática e de preferência, imediatamente”. Olga também sinaliza para uma fundamentação teórica: "Na década de noventa a discussão girou em torno de mudança de paradigmas, pós-modernidade, globalização, etc”. O mundo estava mudando rapidamente e a igreja precisava estar preparada para se posicionar frente aos novos desafios. Nenhum manual poderia responder a complexidade da igreja no século XXI e muitos desses educadores formados se sentiram despreparados. A maioria não aprendeu a pesquisar, refletir e elaborar projetos para responder a realidade local.
Neste tempo de muitas mudanças, o currículo se tornou um grande desafio para muitas igrejas que decidiram selecionar a própria literatura. Hoje muitos pastores e educadores reconhecem que para elaborar o currículo, é preciso identificar as bases da educação que temos e em que bases queremos construir outro tipo de educação. “Em outras palavras, pensar currículo implica em conhecer filosofia de educação, as tendências pedagógicas e como elas se manifestam na prática educativa".
Julio Zabatiero,  semelhantemente,  endossa o coro e escrevendo sobre a busca de uma pedagogia de educação ele comenta: "O educador cristão precisa de uma boa pedagogia como instrumental teórico de seu ministério. A análise das atividades educacionais na igreja, em geral, demonstra que utilizamos uma pedagogia antiquada, incapaz de atingir os objetivos da educação cristã, basicamente uma cópia do tradicional modelo pedagógico escolar brasileiro que privilegia o intelecto e o teórico em detrimento do existencial e do concreto. É, ainda, uma pedagogia individualista e alienante, pois não capacita o aluno a viver comunitariamente nem a entender plenamente sua realidade para poder transformá-la. Nessa pedagogia, ensino e aprendizado são instâncias em separado – como se só o professor ensinasse e só o aluno aprendesse. A fim de superarmos essa tendência, é necessária uma nova concepção pedagógica". 
Zabatiero apresenta as ideias de Paulo Freire como propostas para renovação de nossa prática educacional.
Assim, a filosofia é eminentemente influente para a nossa tarefa educativa, mas a maior parte permanece despercebida ou não reconhecida. Quanto mais nós, como educadores estejamos conscientes de nossa filosofia de educação, melhor equipados estaremos para projetar, desenvolver uma educação sólida de acordo com uma filosofia que seja coerente com a fé cristã.


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