O Cristianismo na Galacia foi
confrontado com uma ação forte do judaísmo. Na atualidade será que podemos ver
a utilidade e a atualidade da Epístola, que foi endereçada aos gálatas, um povo
específico daqueles tempos, com sua religião fundamentada nas Escrituras. O
Cristianismo estava correndo um grande perigo de tornar-se um ramo do judaísmo,
mas esse incidente já está encerrado depois de muitas lutas pelo apóstolo
Paulo, principalmente por ser um rabino executor da lei que professava.
Mesmo que o seu cenário histórico
local, tenha passado por este conflito de ideias, sua apresentação de
princípios cristãos eternos tem sido reconhecida universalmente. Esta foi, sem
dúvida, o motivo de sua conservação e de sua inclusão incondicional no cânon
cristão.
Foi na primeira metade do século II,
que Márciom dizia estar mais próximo dos conceitos apostólicos, portanto,
considerava a questão da circuncisão como sendo típica de um antagonismo (Oposição
de ideias) geral ao judaísmo.
A despeito do fato de que a exegese de Márciom era
falha, sua alta estima por esta Epístola é um testemunho relevante à
necessidade sentida, não apenas pelos ortodoxos, mas também pelos hereges, de compreenderem a Epístola de modo a encontrar nela uma aplicação geral ou
contemporânea.
No pensamento e nos escritos de
Martinho Lutero. Seu comentário da Epístola é uma exposição notável da doutrina
da Reforma, e em muitas das suas outras obras a influência desta Epístola é
inegável. Lutero dizia que, se existisse somente a Epístola aos Gálatas seria
suficiente para salvar a humanidade.
Na sua batalha feroz contra as
doutrinas papistas ele via nesta Epístola uma ilustração do seu próprio papel
na situação.
Considerava os
judaizantes como exemplos dos legalistas na religião; e, portanto, como
exemplos de qualquer sistema religioso em que a aproximação de Deus tinha como
base exigências legalista.
Lutero
sabia por experiência própria que o sistema monástico representava uma
escravidão tão grande quanto à situação confrontada pelos gálatas. A justificação pela fé foi à resposta de Paulo à
situação deles e veio a ser igualmente a resposta de Lutero.
Não é de admirar que este se tornasse o
tema principal da sua pregação. O tratamento dado a esta Epístola por Lutero,
embora fortemente condicionado pelos seus próprios problemas contemporâneos,
aponta o caminho para a relevância moderna da Epístola.
O cristianismo legalista tem-se manifestado
de muitas formas desde os dias de Lutero, mas o exegeta moderno não pode achar
outra maneira mais eficaz para tratar do mesmo.
Permanece tão
verídico hoje quanto era naquela época que qualquer forma de legalismo leva à
escravidão e toda e qualquer forma de escravidão é estranha ao cristianismo
conforme Paulo o entendia. O estudante moderno da Epístola aos Gálatas deve ficar profundamente
agradecido a Martinho Lutero por ter descoberto sua verdadeira relevância, que
culminou na Reforma protestante, lógico, somado a outras fontes do Novo
Testamento.
Uma advertência séria contra o *legalismo. Não
há dúvida que os judaizantes na Galácia eram pessoas sinceras,
acreditando honestamente que o melhor procedimento possível para os gentios era
serem circuncidados de modo a se tornarem membros genuínos do povo da Aliança e
leais seguidores do sistema legal judaico. Isto era tanto mais
confirmado em suas mentes pelo fato de os cristãos gentios reconhecerem como
suas as Escrituras judaicas e pelo apelo constante a essas Escrituras na
exegese da Igreja primitiva. Foi difícil para o apóstolo Paulo controlar essa
situação que estava acontecendo, não como uma rebelião entre judeus e gentios,
mas uma ignorância generalizada de ideais judaicos distintos do verdadeiro
cristianismo.
Para os cristãos judaicos sinceros parecia, portanto, natural, que
os gentios devessem ser absolvidos pelo judaísmo, o que não era aceito de igual
modo pelos gentios, que tinham o apoio de Cristo, que os havia chamado a
salvação, (João 3: 16) é o chamado universal.
Ao invés de
afrouxar os padrões, o apóstolo favorece o inverso. O tipo de cristianismo que
ele defendia faz exigências rigorosas ao homem, a despeito do seu antilegalismo.
A exigência principal é o exercício do amor. É o primeiro entre o fruto do
Espírito (Gálatas 5:22). E o antídoto às obras da carne (Gálatas 5:19ss.).
É a salvaguarda contra o uso errado da liberdade cristã, uma vez que considera
o serviço prestado aos outros de maior valor do que a autossatisfação (Gálatas 5:13-14).
Está disposto a carregar os fardos dos outros (Gálatas 6:2) e a dedicar-se à
prática do bem em benefício do próximo (Gálatas 6:9-10). Ele é, além
disto, acompanhado pelo fruto do Espírito (Gálatas 5:22). A total negação
da carne é expressa vividamente por Paulo na sua declaração: "Já estou crucificado com Cristo..."
(Gálatas 2:20). Não se trata, pois, de qualquer padrão ético incompleto, já
superado pelo homem moderno, a ponto de não mais precisar de tais exortações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário