Êxodo 19:1-8; I Pedro 2:9.
1. Ao terceiro mês da saída dos filhos de
Israel da terra do Egito, no mesmo dia vieram ao deserto de Sinai.
2. Tendo partido de Refidim, vieram ao deserto
de Sinai, e acamparam-se no deserto; Israel, pois ali acampou-se defronte do
monte.
3. E subiu Moisés a Deus, e o Senhor o chamou
do monte, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó, e anunciarás aos filhos de
Israel:
4. Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como
vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim;
5. Agora, pois, se diligentemente (aplicado, ativo) ouvirdes a minha voz e guardardes
a minha aliança, (pacto, ligação, união, compromisso, contrato) então, sereis a minha
propriedade peculiar (particular,
singular, único) dentre todos os povos; porque toda a terra é minha;
6. E vós me sereis um reino (estado, governo, império) sacerdotal (clérigo, eclesiástico, presbítero, religioso,
reverendo)e o povo santo. Estas são as minhas palavras que falará aos filhos de
Israel.
7. E veio Moisés, e chamou os anciãos do povo,
e expôs diante deles todas estas palavras, que o Senhor lhe tinha ordenado.
8. Então o povo respondeu a uma voz, e disseram: Tudo
o que o Senhor tem falado, faremos. E relatou Moisés ao Senhor as palavras do
povo.
Vós sois a geração eleita, o sacerdócio
real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele
que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; (1Pd. 2.9).
Introdução
Este
estudo sobre a obra missionária que deveria ser realizada por Israel, e que não
foi conforme a vontade de Deus. Não queremos com isso dizer que Israel falhou
totalmente, se o fizéssemos estaríamos julgando, queremos apenas destacar os
pontos falhos de sua missão, assim como demonstramos as falhas cometidas pela
igreja.
Pactos, ou alianças, entre Deus e a humanidade são centrais para as
Escrituras. A Bíblia deixa claro que o Senhor fez dois pactos abrangentes com a
humanidade: o pacto ou aliança de obras entre Deus e todos os seres humanos e
do pacto da graça entre Deus e Seu povo.
O pacto da graça é, na verdade, desdobrado
em diversos pactos, um dos quais é o pacto mosaico, também conhecido como o
antigo pacto ou antiga aliança. O Senhor redimiu Seu povo da escravidão no
Egito, antes de lhes dar a Lei, representando o princípio de que Deus salva as
pessoas decaídas somente pela graça, não importando o pacto sob o qual vivem.
Muitas vezes nos sentimos sós,
abandonados até mesmo rejeitados pelo homem, mas de repente descobrimos que
somos importantes, somos um tesouro, somos propriedade particular do Deus de
Israel. A palavra do Senhor diz que o zelo dele fará cumprir cada
uma de suas promessas. O Senhor está chamando a sua Igreja para adorá-lo em
Espírito e em verdade, para ter um relacionamento íntimo e sincero e uma obediência
real.
1. Deus se dirigiu a
Israel considerando-o como propriedade peculiar,
que na tradução do hebraico tem o sentido de artigos pessoais que alguém protege
e guarda como joias, porém, Deus queria exibir Israel a todas as Nações!
Alguma vez você já pensou no grande privilégio que é ser chamado
de “a propriedade peculiar de Deus”? Pois bem, o povo de Israel está recebendo
do Senhor essa maravilhosa boa nova: “Vós sereis a minha propriedade peculiar
dentre todos os povos.”
Mas, como todo privilégio traz consigo uma série de
responsabilidades, o Senhor determinou que isso só seria possível se o seu povo
vivesse sob a égide (proteção, amparo)
dos seus mandamentos e da sua aliança eterna. O que temos aqui é, na verdade,
um pacto ou uma aliança entre o Deus libertador e o seu povo, que foi liberto
da escravidão do Egito.
Era muito comum na época os tratados de soberania. Quando um rei
vencia uma determinada nação, o povo conquistado passava a ser seu vassalo (subordinado, dependente) e uma espécie de sua propriedade
peculiar. Deus é o Senhor Supremo de todo o Universo. Ele é o dono dos céus e
da terra: “Toda a terra é minha” (Ex 19.5b). Porém, que maravilha Deus querer
nos fazer a sua propriedade peculiar! Essa verdade é tão preciosa que será mais
uma vez destacada no contexto neotestamentário na primeira carta de Pedro.
Em
sua Carta, o apóstolo nos revela que o propósito de Deus em nos conceder esse
grande privilégio é para anunciarmos as suas maravilhosas virtudes ao mundo (1Pd.
2.9). Vós sois a geração eleita, o
sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as
virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
2. Reino de
sacerdotes – os sacerdotes eram líderes espirituais que intercediam pelo povo
diante de Deus, mas se todos os cidadãos israelitas desempenhassem essa função
de sacerdotes, por quem intercederiam? Pelos povos gentios.
3. Nação santa – santo quer dizer separado para um propósito específico.
Israel deveria ser santo em dois sentidos: primeiro, ele deveria dedicar-se à
adoração ao Único Deus, ao contrário dos povos vizinhos que eram idólatras;
segundo, Israel deveria ser agente (promotor,
promovedor, administrador) de Deus em seus contatos com as nações pagãs.
Israel fracassou neste propósito que Deus o havia
incumbido, porque dizia que Deus havia criado os gentios para serem combustível para o fogo do inferno, nem
mesmo ajudar no parto de uma judia eles não ajudam alegando que seria assim uma
forma de trazer mais um gentio ao mundo.
Os gentios nem mesmo podia entra no templo em
Jerusalém. Haviam três pátios ao redor do templo: um para os sacerdotes, outro
para os judeus e o terceiro para as mulheres judias e todos ficavam numa mesma
plataforma. Os gentios, porém, ficavam alguns metros abaixo desta plataforma,
onde havia o chamado pátio dos gentios.
Dessa forma, a
Igreja passou a ser e ter o privilégio de ser a principal porta-voz não somente
aos gentios, mas a todo Israel. E Jesus ainda supriu a grande deficiência da
igreja frente ao grande compromisso que ela foi chamada para anunciar as boas
novas ao mundo pagão. Mas recebereis a
virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda Judeia e Samaria, e até aos confins da terra.
(Atos 1: 8).
O privilégio dos gentios
O Evangelho
segundo Mateus é um Livro escrito para uma comunidade judaico-cristã, mas em
Mateus vemos o Espírito Santo minando, destruindo as estruturas do apartheid
judaico. É-nos relatados na genealogia de Jesus que haviam duas gentias em sua
linhagem, Raabe e Rute (Mt. 1:5). E o que é pior, Raabe era uma ex-prostituta.
Os magos eram
gentios do Oriente (Mt. 2:2).
Em Mateus 12:
41, os ninivitas, contemporâneos de Jonas são mencionados como salvos. (Povo mais cruel que houve naqueles dias)
A rainha de
Sabá, contemporânea de Salomão, num período escatológico, condenará Israel (Mt.
12: 42).
Conclusão
E finalmente,
vemos o Senhor Jesus derrocando as estruturas do apartheid judaico, ao convocar
os seus discípulos judeus à transmitirem as boas novas do Evangelho a todos os
povos, implantando assim a nova estrutura da práxis missionária – a
Grande Comissão.
A proposta desse
estudo é nos trazer à luz a responsabilidade que Deus havia incumbido Israel
para anunciar o seu nome entre as nações, o que fez muitos dos seus profetas, mas
Israel se omitiu. Portanto, cabe a nós a grande responsabilidade, não somente
sermos considerados como adoradores, mas, temos que ser considerados também
como pregadores das boas novas do Evangelho da Graça, ou cairemos no mesmo
problema de Israel, quanto ao anuncio da Palavra de Deus a todos os povos.
Que possamos
refletir nestas palavras de Jesus: ... assim
como o Pai me enviou eu também vos envio. (Jo. 20: 21b).
... em seu nome se pregasse arrependimento para
remissão de pecados, a todas as nações... (Lucas 24: 47).
Que as palavras
de Jesus possam ser para nós como um combustível de ânimo para realizarmos sua
Obra.
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