Todos tinham
dificuldades em relacionar-se com Eduardo, porque ele era um sabe-tudo que
criticava a todos. Não importava o assunto, Eduardo tinha sua opinião a
respeito do mesmo, e estava pronto a defendê-la sempre. Ninguém estava mais
cansado do temperamento de Eduardo do que seu cunhado Francisco. Aconteceu
certo dia, que todos tiveram que fazer juntos uma longa viagem de ônibus, e a
Francisco apavorava a ideia de ter que suportar o falatório sem fim de Eduardo
durante intermináveis dias.
No entanto, durante a
viagem, aconteceu algo que transformou Eduardo totalmente. Como Francisco não
tivesse mais nada a fazer, decidiu escutar o que Eduardo tinha a dizer, e
surpreendeu-se ao descobrir que, na verdade, este estava bem inteirado sobre
muitos temas.
“Mas você nem concluiu
o segundo grau!”, comentou Francisco.
“Como você aprendeu
tudo isso?”.
“Eu aprendi sozinho,
lendo e falando com pessoas entendidas”, respondeu Eduardo. “Você acredita que
sei do que estou falando”?
“O que você diz faz
sentido”, disso Francisco, elogiando o cunhado.
Depois disso, Francisco
gozou de uma boa viagem. Como Não contradissesse as ideias de Eduardo, este não
discutia com ele. Na realidade, ao fim da viagem. Eduardo já não era mais o
homem temperamental e crítico que fora antes.
Francisco
perguntou-lhe: “Por que antes você sempre discutia com a gente?”
“Bem, creio que foi porque meu pai sempre
me criticava e me chamava de idiota. Quando cresci, discutia, não porque me
creia esperto, mas porque pensava que todos me consideravam ignorante”.
“E foi assim”, disse
Francisco, “até que alguém o animasse e ajudasse a superar a sua falta de autoestima.
Lamento que todos o tenhamos julgado mal durante tanto tempo, Eduardo”.
Quando nossos
pensamentos são negativos a nosso próprio respeito, tornando-nos suscetíveis de
depressão. Eduardo havia vivido sob uma nuvem de depressão durante muitos anos,
devido ao autoritarismo de seu pai.
Além de críticas
injustas, a pouca estima por si mesmo acontece por outras razões. A pessoa que
crê ser feia pode carecer de confiança em si mesma. A pessoa que sempre se
compara com as outras, frequentemente se sente frustrada, pois somente vê o
lado bom dos outros, superestimando as suas próprias debilidades. Enquanto
quisermos ser como outra pessoa, estaremos insatisfeitos conosco.
Outros não têm uma boa
imagem de si mesmos porque não alcançam os alvos que estabeleceram para si
mesmos. A solução deste problema geralmente é falar do assunto com amigos, e
traçar metas mais realistas.
Há quem perca a sua
estima própria, quando não pode viver de acordo com suas normas de bem e mal.
Muitos desanimam quando veem a grande diferença entre o que eles deveriam ser e
o que são. Este desânimo é uma das causas da depressão. Algumas escolas da psicologia
moderna têm tentado explicar este sentimento culpando a religião, mas sem
dúvida, não encontram qualquer solução. Dizem aos pacientes: “Tudo o que você
tem a fazer é esquecer os seus padrões de bem e mal, e desaparecerão as
acusações e o sentimento de culpa”.
O que está errado neste
conselho? Sem dúvida, é o fato de ignorar que as pessoas geralmente se sentem
culpadas porque são culpadas. As pessoas se sentem angustiadas e deprimidas
porque fizeram algo que ofendeu a outrem. Tal culpa não desaparece com a
simples negação do fato. Ela só pode ser apagada com o perdão, e o único que
pode nos oferecer o verdadeiro perdão é Jesus Cristo. Ele sofreu na cruz do
Calvário, não por seus próprios pecados, mas pelos nossos pecados. A Bíblia
Sagrada diz que Cristo “foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído
pelas nossas iniquidades: o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e
pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53: 5). Através de Jesus Cristo,
Deus nos oferece uma nova vida. Deus cancelou a dívida que havia contra nós,
cravando-a na cruz (Colossenses 2: 14).
A pessoa que aceita com
fé e humildade o perdão que Cristo conquistou, está realmente livre da culpa.
Cristo a purifica! A pessoa que caiu em depressão, devido a sua pouca
autoestima e seu sentimento de culpa, pode viver certo de que Deus a perdoa e a
tem em alta estima.
“Muito bem”, disse
alguém, “talvez Deus me perdoe, mas como posso perdoar-me a mim mesmo?”
O sacrifício realizado
por Cristo foi suficiente para satisfazer a justiça do Santo Pai. Não será a
morte de Cristo suficiente para acalmar a consciência do pecador? Ou será a consciência
do pecador mais santa do que a de Deus? Deveria enviar outro Filho para morrer,
a fim de acalmar as acusações de sua exigente consciência? Não chega a
crucificação? Com certeza é suficiente!
As pessoas que recusam
perdoar-se a si mesmas estão adorando um ídolo. Tais pessoas são como uma
criança cuja boneca de porcelana se quebrou. Sua mãe a conserta com todo o
cuidado, mas a criança não a aceita porque tem uma rachadura. Em vez de
sentir-se feliz por ter novamente a sua boneca, tudo o que ela pensa é que a
boneca já não é perfeita.
Somos como essa boneca.
As nossas vidas foram trincadas e manchadas pelo pecado. Cristo nos devolve a
nós mesmos. Consertados e inteiros.
Não desprezemos a sua
salvação, recusando-nos a perdoar-nos a nós mesmos. Quando deixamos de adorar
“o que deveríamos ser” e recebemos o perdão completo que Jesus Cristo oferece,
então estaremos livres da depressão causada pelo sentimento de culpa e auto reprovação.
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