Essa foi uma das piores
crises ocorrida na Assembleia de Deus quanto à implantação de Seminários Teológicos.
Após 12 anos da sua fundação começou a luta pela implantação dos Seminários.
O pastor Gunnar Vingren
silenciou-se, e o pastor Paulo Leivas Macalão se opôs contrário à implantação
dos mesmos. “Não foi fácil mudar a mentalidade das Assembleias de Deus quanto
ao preparo formal de seus pastores e líderes”. Foi realizada uma reunião com a “Assembleia
de Deus em São Cristovão, no Rio de Janeiro, em maio de 1943, com a presença de
93 obreiros”.
“O missionário Lawrence Olson propôs a
abertura de institutos bíblicos e, escolas teológicas e seminários pelo
país”. O projeto de Olson foi contestado
pelo pastor Paulo Leivas Macalão da Assembleia de Deus em Madureira, Macalão
afirmava que seria “perigoso investir na educação teológica do obreiro”. “Segundo
ele, a muita sabedoria, o muito estudo e o intelectualismo poderiam esfriar
espiritualmente a alma”. (CÉSAR, 2011, p. 25).
Depois de cinco anos,
houve uma Convenção Geral em 1948, que se realizou em Natal, RN, e o assunto
voltou a ser comentado em plenário e foi também contestado por alguns obreiros.
Os opositores ferrenhos, para Francisco
Pereira, “um instituto bíblico é uma fabrica de pregadores, sendo que, segundo
Efésios 4: 11, o ministério é dado pelo Senhor”. Outro pastor que se opôs foi
Eugênio Pires que argumentou: “Temos uma escola, a de Jesus, que não pode e nem
deve ser orientada por determinada pessoa”. Outro missionário que também se
opôs ao projeto foi “Gustavo Nordlund que aproveitou a ocasião para afirmar que
não sentia falta de um seminário por causa do “colégio de Jesus”, onde começou
e ainda permanecia”. O tempo ia passando e tudo continuava do mesmo jeito e persistia
a rejeição os seminários. “Passados18 anos, na Convenção Geral de
1966, realizada em Santo André, SP, o pastor João Pereira de Andrade e Silva
declarou que o melhor educandário é o colégio do Espírito Santo”. Também com a
mesma mentalidade contrária aos seminários foi o “pastor Anselmo Silvestre, de
Belo Horizonte, reafirmou que em um seminário os candidatos correm o risco de
ficarem com a cabeça cheia e o coração vazio”. O último a falar foi o pastor
Antônio Petronilo dos Santos: “Os institutos bíblicos desejam realizar um
trabalho psicológico nas Assembleias de Deus no Brasil”. Petronilo afirmou
ainda que eles seriam desnecessários, pois “nestes 55 anos, as Assembleias de
Deus no Brasil cresceram imensamente sem o concurso dos institutos bíblicos”. (CÉSAR,
2011, p. 25).
Mas, por iniciativa do
“missionário sueco Gustavo Bergström, naturalizado americano que na Convenção
Geral de 1937, pediu a criação de uma escola bíblica anual, com duração de pelo
menos dois meses, para todos os obreiros e aspirantes ao ministério”. Isso só
“aconteceu oito anos mais tarde, (1945) em Belém do Pará, com 101 alunos. Essas
escolas foram os primeiros seminários teológicos pentecostais informais com
cursos de curta duração”. (CÉSAR, 2011, p. 25).
A
honra da fundação do primeiro Seminário não foi concretizada pelos líderes das
Assembleias de Deus. “Já Bittencourt fala da educação teológica, pelo fato de o
primeiro seminário teológico ter sido fundado, em 1958, por um pastor que
chegara dos EUA”. [...]. O nome desse seminário teológico era o “IBAD –
Instituto Bíblico das Assembleias de Deus, fundado em 1958 pelo pastor João
Kolenda Lemos, brasileiro, descendente de alemães. Sua esposa, Ruth Doris
Lemos, [...] pastora assembleiana, é norte-americana”. “Hoje são considerados
como heróis, mas naquela época foram tratados como “desviados, rebeldes” e não
foram excluídos da Assembleia de Deus porque, embora no Brasil, permaneceram
filiados à Assembleia de Deus nos EUA”. (ALENCAR, 2010, p. 92).
Talvez poucos saibam sobre a questão de
a Igreja recomendar que os aspirantes ao ofício de Obreiro tenham curso
Teológico, essa afirmação segundo comentário de César (2011, p. 26), ao dizer
que: “a partir de 1983, recomendava-se oficialmente que os candidatos ao “santo
ministério”, [...] fossem “qualificados teologicamente para o manejo da
Palavra”. [...] O pastor Walter Brunelli, [...] já havia advertido à Convenção
de 1981” sobre a falta de conhecimentos teológicos dos membros assembleianos ao
dizer que:
Sofremos hoje
problemas de infraestrutura, por não ter havido no passado uma preocupação com
a educação teológica. A ênfase demasiada
na obra do Espírito Santo talvez tenha originado o conceito de que era
desnecessária qualquer preocupação nesse sentido. Creio que caímos num tipo
de pietismo que levou as pessoas a dizerem coisas exageradas e a quererem que o
Espírito Santo as endossassem. Deveria
haver equilíbrio, e com um conhecimento mais apropriado da Palavra de Deus poderia
levar os obreiros a esse estado de equilíbrio. (CÉSAR, 2011, p. 26). (Grifo
meu).
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