GERADOS
PELA PALAVRA DA VERDADE
Lição
4 – 27 de Julho de 2014.
TEXTO ÁUREO.
“sendo de novo gerados, não de semente
corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece
para sempre”. (IPd.1:23).
VERDADE PRATICA.
Somente aqueles que foram gerados pela Palavra da Verdade são guiados
pelo Espírito Santo.
PALAVRA-CHAVE.
“Segundo a sua
vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como
primícias das suas criaturas”. (IPd. 1:
18).
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE.
Tiago 1: 9-11, 16-18.
9. Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação,
10. e o rico, em seu abatimento, porque ele passará como a flor da erva.
11. Porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a
formosa aparência do seu aspecto perece; assim se murchará também o rico em
seus caminhos.
16. Não erreis, meus amados irmãos.
17. Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das
luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação.
18. Segundo a sua
vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como
primícias das suas criaturas.
PARA REFLETIR E INTERAGIR.
Tiago oferece dois exemplos de provações a que o
salvo nascido de novo em Cristo está sujeito a passar. Nesse caso, um está relacionado a um irmão abatido
e o outro sobre um homem rico.
2. Porque, se no vosso
ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com vestes preciosas,
e entrar também algum pobre com sórdida vestimenta, 3. e atentardes para o que traz a veste preciosa e lhe disserdes:
Assenta-te tu aqui, num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé
ou assenta-te abaixo do meu estrado, 4.
porventura não fizestes distinção dentro de vós mesmos e não vos fizestes
juízes de maus pensamentos? 5. Ouvi,
meus amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para
serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam? 6. Mas vós desonrastes o pobre.
Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais? 7. Porventura, não blasfemam eles o bom
nome que sobre vós foi invocado? 8. Todavia,
se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti
mesmo, bem fazeis. (Tg. 2: 2-8).
Provavelmente abatido significa pobre, em contraste
com o outro homem, que e rico. “Meus
irmãos, tende grande gozo (Alegria) quando cairdes em
várias tentações,” (Tg. 1: 2).
Glorie-se (tende grande gozo) é um imperativo que
concerne ao que deve fazer o cristão pobre, pois Deus o exaltou ao permitir-lhe
passar por circunstâncias (provações) difíceis, pois ela somente aperfeiçoará o
seu caráter e sua fé. “Tenha, porém, a
paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem
faltar em coisa alguma”. (Tg. 1: 4).
O cristão rico também pode gloriar-se quando uma provação
o abate, porque ela lhe ensina que a vida é curta, e que ele, em seus caminhos,
ou seja, em seus afazeres, se murchará. O rico deveria sempre confiar no
Senhor, não em si mesmo, muito menos em seu dinheiro. Convém lembrar que, essa
palavra dita por Tiago não se aplica somente aos cristãos da igreja, mas a
todos os homens das diversas sociedades, bem como nas diversidades de classes.
Em uma igreja simples e humilde no centro de Santo
André sempre aparecia alguns mendigos que ao entrar na igreja sujos e maltrapilhos,
devido seu odor, o Presbítero às vezes não os recebia bem e ao sair jogava
desodorante no s bancos para eliminar o mau cheiro. É lamentável que nas
igrejas os primeiros lugares sejam para pessoas da alta elite, ou estrelas sem
brilho que ocupam certas posições na igreja.
OBJETIVOS DA LIÇÃO.
Após a aula, o aluno
(a) deverá estar apto a:
Ø Analisar – a relação entre os
pobres e os ricos. Para cada um Deus dá o que bem lhe
couber, para umas pessoas riquezas, para outras pobrezas, mas para a pior
pobreza nunca faltará: Alimentos,
vestes e bebidas.
Ø Defender – a verdade que Deus só faz o bem. A primeira verdade é a nossa transformação de vida
operada em nós através da Palavra de Deus pelo Espírito Santo.
Ø Compreender – que os filhos
de Deus são as primícias dentre as criaturas. Quanto ao ser primícias dentre as criaturas
(povo em geral) é pelo fato da salvação em Cristo, esse privilégio pode ser
estendido a todas as pessoas que se convertem a Cristo.
RESUMO DA LIÇÃO.
Do ponto de vista social, não é difícil reconhecer que a igreja do
primeiro século era constituída por duas classes sociais: a dos pobres e a dos
ricos, mas para Deus todos são iguais. Deus é o que só nos faz bem, por isso
não devemos errar e quando errar não permanecer no erro. Toda boa dádiva provém
do Pai das Luzes, que nos gerou de novo pela Palavra da Verdade, é algo que
somente Deus pode fazer através der Se Filho por meio do Seu Evangelho.
Portanto, o propósito de Deus para nós que somos suas primícias é que vivamos
bem, independentes da nossa classe social. O seu propósito para nós como suas
primícias, como seus filhos escolhidos e nomeados para darmos fruto de justiça
para gloria do seu nome. Quem é gerado de novo pela Palavra da Verdade, não
permanece como está, mas cresce em todos os sentidos para engrandecimento do
Corpo de Cristo, e também sua ascensão social e espiritual.
Esboço da Lição.
TEMA: GERADOS PELA
PALAVRA DA VERDADE
INTRODUÇÃO
I. A RELAÇÃO ENTRE OS
POBRES E OS RICOS. (Tg. 1: 9-11).
- Os
pobres na igreja do primeiro século.
- Os
ricos na igreja antiga.
- Perante Deus, pobres
e ricos são todos iguais.
II. DEUS SÓ FAZ O
BEM. (Tg. 1: 16, 17).
- Não
erreis. (V. 16).
- Todo
dom e boa dádiva vêm de Deus.
- A origem de tudo o
que é bom está no Pai das luzes.
III. PRIMÍCIAS DE
DEUS ENTRE AS CRIATURAS. (Tg. 1: 18).
- Algo
que somente Deus faz.
- A
Palavra da Verdade.
- O propósito de Deus.
CONCLUSÃO
INTRODUÇÃO
Nesta Lição vamos estudar acerca da qualidade relacional da igreja nos
diversos níveis de interação entre as pessoas geradas pela Palavra da Verdade, as
distorções sociais que havia na igreja, mas para nós é bom que relacionemos com
todos indistintamente da sua classe social, se é pobre, se é rico, analfabeto
ou erudito não importa para Deus não há acepção de pessoas.
A igreja do primeiro século não podia negar as duas classes sociais que
conviviam juntas, apesar das discriminações, Tiago exortou que não fizessem
acepção de pessoas, porque perante Deus todos são iguais, tanto pobres como
ricos. Deus só faz o bem, e isso deve ser levado em conta para que não vivamos
no erro, mesmo que as provações sejam duras, temos que suportar. Deus é o
doador de todos os seus dons para seus filhos, toda boa dádiva provém das suas
mãos. Além da criação do Cosmos e dos seres vivos, Ele também nos gerou pela
sua Palavra da Verdade. Como o Pai das luzes, Tiago pode estar fazendo uma
referência ao Sol e a Lua que variam suas luzes de acordo com a noite e o dia,
mas em Deus não há sombras de variação, Ele permanece inalterável.
A igreja é a sua primícia entre as criaturas.
Nicodemos um príncipe dos judeus se impressionou quanto ao novo nascimento ensinado
por Jesus. Ele não entendeu porque estava fora do Espírito, mas esse processo é
algo que só Deus tem a capacidade de fazer. Existem muitas “verdades”, mas para
os que confiam em Cristo só há uma Verdade absoluta, a sua Palavra e é por meio
desta que Tiago está dizendo que fomos gerados de novo. Esse é o propósito
maior de Deus gerar aqueles que aceitam a oferta da salvação por meio de Cristo
Jesus, através do Seu Evangelho, no intuito de darmos fruto de justiça para
engrandecimento do seu Reino e para nosso crescimento.
I. A RELAÇÃO ENTRE OS
POBRES E OS RICOS.
9. Mas glorie-se o
irmão abatido na sua exaltação,
10. e o rico, em seu abatimento, porque ele passará como a flor da erva.
11. Porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a
formosa aparência do seu aspecto perece; assim se murchará também o rico em
seus caminhos. (Tg. 1: 9-11).
Infelizmente em alguns casos o relacionamento não é o melhor possível,
porque o nível social e cultural às vezes diverge muito. O pobre se sente
acuado por diversos motivos, por ser colocado em certas brincadeiras de mau
gosto, ou pela sua própria vivência. Mas, por outro lado tem muitos ricos que
são amáveis, ajudam na medida do possível. Têm também os soberbos os
arrogantes, os que também fazem acepção de pessoas, ou tratam os pobres com
vulgaridade. “O homem de bem alcançará o favor do Senhor, mas ao homem de
perversas imaginações ele condenará”. (Pv. 12: 2). Que possamos ser pobres
ou ricos, porém, homens de bem.
- Os pobres na igreja do primeiro século.
Do ponto de
vista social, não é difícil reconhecer que a igreja do primeiro século era
constituída por duas classes sociais: a dos pobres e a dos ricos, tendo
evidentemente mais pobres em sua composição. Devido a certas discriminações a
acepção de pessoas era muito grande entre o povo.
Uma vez que
não podemos fazer acepção de pessoas. “porque, para com Deus, não há acepção
de pessoas”. (Rm. 2: 11). Quem disse isso tinha tudo para expor tais
palavras porque era um homem perseguido pelos seus, não por motivo de riquezas,
mas, pelo que Paulo representava como um cristão pobre, porém, erudito, um
grande talento nas mãos de Deus, porém muito humilde. Paulo escreveu aos colossenses,
como Deus nos vê em Cristo e nos trata de igual modo.
“onde não há grego nem judeu,
circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo
em todos”. (Cl. 3: 11).
Os pobres
daquela época, que foram gerados pela Palavra e inseridos no Corpo de Cristo,
viviam essa perseguição ideologia de nível social, porque a igreja tinha
motivos para alegrar-se no Senhor, como nascidos de novo, e toda a igreja
acolhiam os irmãos. É o que podemos observar nas palavras de Paulo. “recomendando-nos
somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com
diligência”. (Gl. 2: 10).
Tiago fala sobre a provação, neste caso
a dificuldade que os pobres enfrentam na igreja. A pobreza é uma adversidade
externa. O cristão pobre deve se regozijar em seu novo estado em Jesus Cristo.
Este relacionamento deu-lhe verdadeira riqueza. Ele é um herdeiro de Deus e um coerdeiro
com Jesus Cristo! Tiago lembra que a vida é passageira como a vida de uma flor,
tem pouco tempo de duração. Por isso, é preciso aproveitar ao máximo a vida
como Deus nos deu e viver de forma harmoniosa com nossos irmãos e com as demais
pessoas a nossa volta.
Dizem que o dinheiro traz liberdade, de certa forma
sim, mas a felicidade de estar aos pés do Senhor é a maior das liberdades. O desejo
desenfreado de possuir dinheiro pode escravizar e levar a destruição; somente Cristo
traz a verdadeira liberdade. 7.“Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos
levar dele. 8. Tendo, porém,
sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. 9. Mas os que querem ser ricos caem em
tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que
submergem os homens na perdição e ruína. 10.
Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça
alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”. (ITm.
6: 7-10). Conheço pessoas ricas que ostentam carrões, mas tratam as pessoas com
descaso, ou com certa ironia, essas pessoas são ricas materialmente, mas,
pobres de vida. Foram pobres viveram na miséria para guardar dinheiro, até
passaram fome, e hoje são arrogantes e ainda se parecem miseráveis.
- Os ricos na igreja antiga.
A Bíblia descreve
alguns ricos como sendo judeus proprietários de grandes bens, e muito seguros
no gastar, mas as Escrituras declaram que alguns eram frequentemente
repreendidos pelo Senhor. “Porque não sabem
fazer o que é reto, diz o Senhor, entesourando nos seus palácios a violência e
a destruição”. (Am. 3: 10). Lucas também escreve a respeito
dos ricos exortando-os. “Mas ai de vós, ricos!
Porque já tendes a vossa consolação”. (Lc. 6:
24). Provavelmente, esses ricos se consolavam com suas riquezas, mas desprezavam
ao Senhor do qual provém todas as riquezas lícitas, todos os bens que os homens
possuem são na verdade emprestados por Deus.
Na maioria
das vezes os ricos e abastados têm tendência para desenvolverem a arrogância, a
autossuficiência e a postura de senhores poderosos, que pensam poder comprar as
pessoas a qualquer preço. Mas a advertência quanto a esses ricos não é nada boa,
conforme Paulo escreveu a Timóteo. “Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda
espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a
si mesmos com muitas dores”. (Tm. 6: 10).
Nada impede que os ricos desfrutem da
paz em Cristo. Um cristão rico, por outro lado, deve se regozijar porque em
Cristo foi rebaixado a um nível onde “os
enganos das riquezas” (Mc. 4: 19) e a ansiedade de amontoá-las e retê-las
já não está mais em primeiro lugar e nem mesmo é alvo de considerações
relevantes.
Mais ainda, as riquezas são temporárias.
São como a relva verde e suas flores, que logo amarelam sob o calor do sol da
Palestina. Kauson (ardente
calor) foi aqui usado simplesmente falando do calor do sol e não do siroco, o (quente vento)
do deserto que sopra através da Palestina vindo do leste.
É possível um rico ser gerado pela
Palavra da verdade e tornar-se um filho de Deus? É possível sim! Mas desde que
Le se desprenda das suas riquezas, não se desfazer delas, mas tirar o seu
coração se estiver preso a elas, como do jovem rico exortado por Jesus.
Isso nos é demonstrado nas palavras de
Lucas. “E, vendo Jesus que ele ficara
muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm
riquezas! Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que
entrar um rico no Reino de Deus”. (Lc. 18: 24-26). Mas a dificuldade de
alguns ricos quanto ao desprenderem das suas riquezas não é da fácil, porém,
possíveis se suas riquezas não estiverem amontoadas em seus corações.
Quanto à decisão
dos ricos de se converterem a Cristo obedecendo a seu Evangelho, não haverá
barreias de separação entre ricos e pobres, por que todos são considerados
filhos do mesmo Deus. Sendo assim não haverá acepção de pessoas. Paulo descreve
a situação dos salvos. “glória, porém,
e honra e paz a qualquer que faz o bem, primeiramente ao judeu e também ao
grego; porque, para com Deus, não há acepção de pessoas”. (Rm. 2: 10,
11). Para tudo há uma condição, aqui é fazer o bem aos da casa e aos
estrangeiros, ou seja, viver em harmonia entre os irmãos, tanto pobres como
ricos.
3. Perante Deus, pobres e ricos são todos
iguais.
As igrejas
devem receber todos seus membros de modo igual, segundo o Evangelho de Cristo,
isto é, como membros do mesmo Corpo de Cristo fazendo assim parte da mesma
família de Deus, às vezes alguns recebem tratamento diferente mesmo sendo
pobres. Após nossa conversão a Cristo na haverá mais barreiras,
independentemente da condição social, por que todos são considerados por Deus
como seus filhos e a Jesus como nosso irmão. “E foram ter com ele sua mãe e
seus irmãos e não podiam aproximar-se dele, por causa da multidão. E foi-lhe
dito: Estão lá fora tua mãe e teus irmãos, que querem ver-te. Mas, respondendo
ele, disse-lhes: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de
Deus e a executam”. (Lc. 8: 19-21). Ser família de Deus é executar a sua
vontade é o que podemos observar no (v. 21). O Cristianismo é uma religião de
ação. Por mais importante que seja o ouvir, não se deve parar por aí. O fazer
deve seguir-se ao ouvir. Ser apenas ouvinte é uma forma de engano próprio. Infelizmente têm muitas religiões que só fazem a suas vontades, às
vezes a vontade é de enriquecer a custa da religião, principalmente dos pobres
e ignorantes que não conhecem as Escrituras, sendo presa fácil desses lobos ímpios,
ricos e devoradores.
Ilustrações claras dispensam quaisquer desculpas e exceções.
Imagine dois visitantes chegando a uma igreja em uma manhã de domingo.
Uma limusine com chofer traz um homem usando um
terno impecável. Outro carro se aproxima também, só que já bem velho e gasto, e
traz um homem em um terno barato e já surrado. Ao prestarem melhor atendimento
ao homem rico, os porteiros fazem distinção e tornam-se, assim, juízes de maus
pensamentos. A distinção vem do mesmo verbo que vagar “... que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte...” (Tg.
1: 6). Por meio de sua parcialidade, os transgressores “cambalearam” em sua fé.
No tempo em que a teologia da prosperidade ganhava público aos montões. Era
recomendado pelos líderes que os pobres com seus carrinhos velhos, não podiam
estacionar em frente à igreja, por que isso era sinal de pobreza e falta de
prosperidade. Só os ricos eram bem vindos, como são até hoje, mas em
determinadas igrejas, quem construiu o seu grande patrimônio foram na maioria
os pobres com suas pequenas ofertas e seus suados dízimos. Perante Deus somos
todos iguais ricos e pobres, mas para algumas igrejas isso não se aplica. Só os
abastados dão testemunho de prosperidade servindo de chamariz para quem não
quer ser pobre. Consideremos as palavras de Tiago a respeito de certas
riquezas.
“Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas
concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína”.
(Tg. 1: 9). Cuidado em como você vai adquirir suas
riquezas, atente para os conselhos de Tiago e cuidado para não naufragar com
suas riquezas se essas forem indevidas.
II. DEUS SÓ FAZ O
BEM.
“Não erreis, meus amados
irmãos. Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das
luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação”. (Tg. 1: 16, 17).
- Não erreis. (v. 16).
Essa advertência de Tiago não significa afirmar que se trata de
“santidade plena”, ou de pessoas perfeccionistas: a de que o homem uma vez
remido, jamais pecará. Tal palavra significa, porém, que o crente, não deve dar
ouvidos à voz da concupiscência carnal. Tiago lembra que não devemos dar
ouvidos àquilo que é mau.
Nesse verso 16 Tiago
está advertindo os crentes a não se curvarem aos desejos imorais e infames do
mundo, pois Deus é a fonte de tudo o que é bom. Logo, não podemos dar crédito
àquilo que é mau, muito menos, deixar seduzir-se. Será que esse verso se refere
ao engano sobre de onde vêm as provações (Tg. 1: 13)? Estruturamente essa opção
é a preferível, porquanto o termo que designa os destinatários da Epístola, meus
amados irmãos normalmente introduz um novo parágrafo. Se alguém lançar a
culpa em Deus quanto a uma provação, essa pessoa está imergindo no pecado e
negando a bondade de Deus.
Tiago confia que seus
irmãos leitores são crentes verdadeiros (irmãos), mas temia que se desviassem
da fé, o que fica implícito na exortação não vos enganeis; ele tem
receio de que esses crentes possam cair no erro da dúvida quanto à bondade de
Deus, o que poderia ser fatal à fé.
Deus nos ama, por isso só nos faz bem, se somos
tentados é porque Ele tem um propósito para nossa vida. Ele só quer nosso bem.
Imaginar que porque nasci pecador, tenho que pecar em um determinado momento é
puro engano. Mas a exortação de Tiago é: “Não
erreis, meus amados irmãos”. (Tg. 1: 16).
Os recursos necessários para vencer a tentação
ficam disponíveis para aqueles que humildemente dependem do Senhor. Paulo declara
inspirado pelo Espírito Santo: “Se
viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as
práticas do corpo vivereis” (Rm. 8: 13).
2.
Todo dom e boa dádiva vêm de Deus.
Um dom de Deus,
como a sabedoria que torna uma pessoa espiritualmente madura precisa ser
buscado com muita paciência. “Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita,
para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma”. (Tg. 1:
4), não pode ser recebido pelo crente através de esforços humano. Quem o distribui
é Deus. Este dom é fruto da graça do Pai para seus filhos. Numa época em que as
pessoas se tornam mais duras quanto à graça de Deus, que tem como objetivo
tirar o foco da glória de Deus e da sua benignidade tornando o ser humano
descrente “digno” do céu. Por muito tempo a filosofia colocava o homem como
centro do universo, ou seja, o homem estava no lugar de Deus. Precisamos
lembrar que os esforços humanos, vida disciplinar como forma de receber a
salvação e também as dádivas de Deus é puro engano. Impossível para o homem
conseguir tais benefícios se ele não se converter a Cristo.
Sabedoria é olhar para a vida com os olhos de Deus.
O sábio busca maturidade e não prazer.
Há pessoas cultas e pessoas tolas. Há pessoas que
têm erudição, mas não sabem viver a vida nem fazer escolhas certas. Porque não
buscam o dom de Deus para viver conforme a sua vontade.
Quando estamos sendo provados, precisamos de
sabedoria para não desperdiçar as oportunidades que Deus está nos dando para
chegarmos à maturidade. A sabedoria nos ajuda a entender como usar as provas.
Deus não está interessado em nosso sofrimento só para nos castigar, pelo
contrário a sua vontade é que amadureçamos para fazer conforme a sua vontade e
não como a nossa. Se nos faltar entendimento para fazermos a sua vontade é só
se achegar a Ele e pedir sabedoria para viver. “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos
dá liberalmente e, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada”. (Tg. 1: 5). A
sabedoria é um dos maiores dons de Deus para executarmos a sua obra.
3.
A origem de tudo o que é bom está no Pai das luzes.
Tiago ao escrever que “toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do
alto”, ele na verdade está declarando que somente as coisas boas e a virtude
provêm de Deus. Em Deus na há sombra de variação, porque Ele é o Pai das luzes,
Isto é, nEle não há trevas em certo momento e trevas em outro. Só há luz, em
Deus não há variação, Ele não muda porque é bom. Deus não faz mal a seus
filhos. “E qual o pai dentre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma
pedra? Ou também se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou
também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Pois se vós, sendo maus,
sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito
Santo àqueles que lho pedirem”? (Lc.
11: 11-13).
Em contraste
com o ponto de vista de Deus como emissário de provações e tentações, está a
perspectiva de que Deus nos dá boas coisas. “Toda boa dádiva e todo dom
perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem
sombra de variação”. (Tg. 1: 17).
Dizer que Deus só dá coisas boas e essas boas
dádivas naturalmente significa negar que Deus dá coisas más, uma vez que são
incompatíveis. No entanto, Tiago está dizendo uma verdade mais profunda que
“Deus é bom”. Além do mais, o caráter de Deus não está sujeito a mudanças. Ele
é o Pai das luzes. Trata-se de uma referencia à criação, e indica a extensão da
bondade de Deus.
Tiago está fazendo um contrate ente a criação do
Sol e da Lua que não são constantes, pelo que um substitui o outro de acordo
com suas estações, noite e dia. Mas conforme Tiago está dizendo que, em Deus
não há sombra de variação porque Deus é luz ininterrupta e não sofre nenhum
tipo de variação.
Paulo quando estava a caminho de Damasco foi
surpreendido por Deus e narrou que: “E,
indo no caminho, aconteceu que chegando perto de Damasco, subitamente o cercou
um resplendor de luz do céu”. (At. 9: 3). A luz foi tão forte que seus
olhos foram ofuscados pelo intenso brilho, por isso esteve alguns dias sem
visão.
Mas para algumas pessoas a visão que tem de Deus é
outra, como se Ele fosse um carrasco pronto a castigar-nos, como foi com Paulo,
que precisou ser tratado daquela maneira, mas Deus o honrou na sua caminhada
cristã. Deus é luz e nEle não há trevas, Deus quer o melhor para seus filhos
porque tudo que vem das suas mãos é bom.
III. PRIMÍCIAS DE
DEUS ENTRE AS CRIATURAS
“Segundo a sua
vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como
primícias das suas criaturas”. (Tg. 1: 18).
- Algo que somente Deus faz.
Até aqui vimos algumas considerações sobre os pobres e os ricos, sobre
Deus como o Pai das luzes, que distribui seus dons aos seus filhos como prova
de amor, visando à edificação da sua igreja, na capacitação e amadurecimento singular
de cada um. Agora Tiago entra num comentário diferente, primeiro ele demonstrou
as duas classes sociais, agora fala sobre a regeneração, ou seja, o ser gerado
de novo pela Palavra.
A regeneração é um milagre proveniente do Pai das luzes, que segundo
sua vontade, conforme explica a Palavra provêm de Deus: “Toda boa dádiva e
todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há
mudança, nem sombra de variação”. (Tg. 1: 17).
Foi Deus que nos gerou pela sua Palavra da Verdade. Ser gerado de novo
é um, a ação realizada exclusivamente pelo Pai das Luzes através da operação
conjunta com o Espírito Santo, a partir do Evangelho de Cristo. Ele nos limpou
dos nossos pecados conforme as palavras do profeta Isaías. “Vinde então, e
argui-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata,
eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o
carmesim, se tornarão como a branca lã”. (Is. 1: 18).
Quanto à regeneração, Tiago ilustra a boa dádiva de Deus, indicando que
Ele nos gerou ou gerou pela Palavra da Verdade. (O Evangelho).
A referência às primícias das suas criaturas enfatiza que os crentes
pertencem supremamente a Deus e demonstra a sua bondade, porque as primícias de
uma árvore indicam a qualidade dela e também de outras coisas que deviam ser dedicados
a Deus. “Dar-lhe-ás as primícias do teu grão, do teu mosto e do teu azeite,
e as primícias das tuas ovelhas”. (Deut.
18: 4).
Alguns eruditos acham que a referencia, aqui em Tiago, é a judeus e à
criação, e não aos cristãos e á regeneração, mas o uso do termo primícias, na
tradição cristã, torna esta última hipótese mais provável. “Estes são os que
não estão contaminados com mulheres; porque são virgens. Estes são os que
seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens
foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro”. (Ap. 14: 4).
Em primeiro lugar, o que Deus fez, Ele o fez por sua decisão. A ação de
Deus não foi acidental, nem resposta a uma necessidade. Ele fez tudo segundo
sua vontade, sua decisão, pelo que sua ação demonstra a essência de seu
caráter.
Em segundo lugar, Ele nos gerou. Por um lado,
esta ação é criadora. O Pai das luzes também é o Pai da Humanidade, e foi seu
desejo que toda a vida humana existisse. Ele não somente providenciou a
criação, mas a nova criação também: Foi Ele que nos trouxe o novo nascimento ou
a redenção a todos os crentes (Jo. 3: 3-8; Rm. 12: 2; Ef. 1: 5; Tt. 3: 3; IPd.
1: 3, 23; IJo. 3: 9).
2. A Palavra da Verdade.
Nos dias que a igreja dispersa estava passando
por lutar e duras provações, para superá-las era preciso ânimo e muita
disposição para suportar as tribulações. A igreja do Senhor não havia deixado
de serem as primícias entre as criaturas. Por esse motivo Tiago enfatiza a
expressão “Palavra da Verdade”. Fomos gerados e enxertados pela Palavra que
salva a nossa alma. “Pelo que, rejeitando toda a imundícia e
superficialidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a
qual pode salvar as vossas almas”. (Tg. 1: 21).
A operação é um do ato criador
de Deus pela Palavra da Verdade. A que
Palavra Tiago está se referindo? Com certeza não é sobre a criação do Cosmos e
das suas criaturas. Qual palavra no tempo do Novo Testamento é mais “Palavra da
Verdade” do que o Evangelho? Esta expressão é semitécnica e designa a
proclamação da ação de Deus em Cristo. “Na palavra da verdade, no poder de
Deus, pelas armas da justiça, à direita a à esquerda,” (IICo. 6: 7). (cf. Ef. 1: 18; Cl. 1: 5; IITm. 2: 15; IPd. 1:
25). Deus de propósito, pôs em ação sua segunda criação, ou sua nova criação,
ao enviar ao mundo a Palavra do Evangelho. Portanto, esse ato criador é
resultado da grande beneficência de Deus para com seus filhos, “para que
fossemos com as primícias das suas criaturas”.
“Somos-nos uma colheita,” diz Tiago, “Somos os primeiros frutos maduros
da nova criação de Deus, uma promessa da grande colheita que virá”.
Todavia, os primeiros são os melhores, pois constituem a porção
santificada de modo especial. É assim é que Tiago sublima a boa dádiva e
intenção de Deus nas vidas dos crentes.
Tito fala sobre a esperança de vida eterna para os que foram gerados
pela Palavra de Verdade.
“Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros
segundo a esperança da vida eterna”. (Tt. 1: 7).
3.
O propósito de Deus.
Um dos maiores propósitos de Deus para o seu
povo é a bênção da salvação. A vontade de Deus para nós não é tão somente
encher-nos de bens materiais, mas fazer de nós as primícias de suas criaturas:
os salvos mediante a fé em Cristo Jesus. “Porque pela graça sois salvos, por
meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus”. (Ef. 2: 8). Podemos
observar que o Antigo Testamento fala sobre as primícias como a colheita dos
melhores dos frutos da terra, “As primícias dos primeiros frutos da tua
terra trarás à casa do Senhor teu Deus;...” (Êx. 23: 19). Assim foi com a sua igreja tirada do mundo
como as suas primícias no Evangelho, isso aconteceu exatamente na Festa do Dia
de Pentecostes em Jerusalém.
A bênção maior que Deus concedeu para nós foi
decidir nos gerar, dando-nos vida eterna pela Palavra da Verdade. Essa “Palavra”
(logo aletheias “Palavra”
ou “Mensagem Verdadeira”) refere-se ao Evangelho.
Tem de ser a mesma “Palavra de Deus viva” e
regeneradora, conforme lemos na Carta de Pedro (IPd. 1: 23). A decisão foi de
Deus que, pelo Espírito Santo, gera vida eterna no coração dos que creem,
qualquer ser humano tem direito aos mesmos benefícios da salvação.
É a milagrosa operação de Deus fazer a mensagem da
cruz e da ressurreição de Cristo se tornar verdadeira para o pecador com o
resultado que este nunca mais duvide que a morte expiatória de Cristo fosse por
ele. Ele tem direito de ser “filho”, incluído na família do Pai.
Tiago ainda acrescenta o fato de que o propósito
que Deus teve em nos gerar pela Palavra foi “a fim de sermos como que os primeiros
frutos de tudo o que Ele criou”. Duas verdades sobre essa finalidade de Deus em
decidir salvar perdidos devem ser observadas.
Primeira, as primícias das colheitas foram
oferecidas a Deus em reconhecimento de sua bondade por ter enviado as chuvas e
o sol para produzir condições necessárias para a sobrevivência.
Portanto, não podemos nos sentir pobres e
desestimulados a viver uma vida infeliz, mas por termos sido considerados como
suas primícias é um grande motivo para nos alegrarmos no Senhor. Você é uma
bênção de Deus por fazer parte das primícias da sua geração. Fomos escolhidos
por Deus e nomeados por Ele para proclamarmos as virtudes do Senhor neste
mundo.
“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei
para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; afim de quer tudo
quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda”. (Jo. 15: 16). Viva como nascido de novo, mas viva como escolhido por
Deus é o que de fato nós somos, o resto não importa, mas somente a Deus devemos
dar honra por tão grande salvação, e agradecidos a Ele por ter-nos gerados de
novo pela Palavra da Verdade!
Conclusão
Inseridos no
processo de aperfeiçoamento espiritual, Deus nos prova de todas as maneiras,
nem o pobre ou rico escapam das provações, sofremos os mais diversos tipos de
provações, independentemente de nossa posição social, econômica e cultural.
Tais situações aperfeiçoam-nos e amadurecem-nos como pessoas salvar, geradas de
novo pela Palavra de Verdade. Nós somos chamados a vivermos o Evangelho prático
e não somente de palavras. A nossa nova vida vem do Pai das luzes, onde não há
sombras de variação. O propósito de Deus para sua igreja é que vivamos como
suas primícias entre as suas criaturas testemunhando o Evangelho da salvação.
Portanto, não podemos esquecer-nos de que devemos proclamar o Evangelho num
mundo conturbado por tantas violências e discriminação social.
Somos o Corpo de Cristo, a Igreja de Deus: a coluna
e firmeza da verdade (ITm. 3: 15), não nos esquecendo de que foi Ele e não nós
que o aceitamos, mas Ele nos recebeu como seus escolhidos. “Não me
escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei para que vades e
deis fruto, e o vosso fruto permaneça; afim de quer tudo quanto em meu nome
pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda”. (Jo. 15: 16). Portanto, deixemos de
lado nossa condição social, seja pobre ou rico e vivamos como crentes gerados
de novo pela Palavra da Verdade, e acima de tudo escolhidos e nomeados por Deus,
algo que só Deus pode nos conceder o privilégio de sermos seus filhos.
“... Até aqui nos
ajudou o Senhor”. (ISm. 7: 12).