Estamos caminhando para dois mil anos
de história de Missões. Faz quase dois mil anos que recebemos uma Grande
Comissão. “Ide pôr todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos
16.15), “Ide Fazei discípulos de todas as nações” (Mateus 28.19). Esta e a
ordem imperativa de Jesus, mas o que fizemos a quase dois mil anos que se
passaram? Vamos Observar: a) Ano 100 a
500 D.C. - A Conquista do Mundo Romano.
Nos seus primeiros dias a Igreja
primitiva falava a língua Aramaica, idioma corrente da Palestina. O Império
Romano aceitava a língua grega, tanto para fins comerciais, como para meio de
comunicação familiar entre os homens educados. Graças a conquista de Alexandre
Magno no século IV a.C., o grego tinha se tornado praticamente uma língua
Universal. Quem soubesse grego poderia ir a todo o lado, encontraria amigos
com quem falar. Como já estudamos anteriormente, o Apostolo Paulo foi um
baluarte da expansão do Cristianismo, e isso sem dúvida graças á contribuição
de muitos fatores, sendo um destes fatores a facilidade que tinha de se
deslocar de um lado para o outro devido o fato de falar fluentemente o Grego.
Tanto Paulo falava o Grego “Koiné”
(falado pela população comum), como também falava o Grego clássico (falado
pelos eruditos). Nos primeiros 100 anos do Cristianismo, podemos chamá-los de
“Era Apostólica, foi a “Idade de Ouro” da Igreja cristã. Com a morte de Paulo
no ano 68 d.C., diminuiu um pouco o ritmo de crescimento das Igrejas. Mas
mesmo assim continuavam crescendo. mesmo sob fortes perseguições. Com a morte
de João no ano 100 d.C., findou a era apostólica. e a igreja tinha que
caminhar com suas próprias pernas.
Com a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. não provocou o fim da igreja cristã. Terminou, sim, a existência nacional dos Judeus, durante um período de mais de 1800 anos. Porém a Igreja de Jerusalém continuou ainda como o primeiro lar da Igreja. Antioquia, na Síria era o segundo lar da Igreja. No tempo de João Crisóstomo (344-407 d.C.), a população de Antioquia chegava à beira de 500.000 habitantes, dos quais, mais da metade da população seriam Cristãos. A Ásia Menor, desde o tempo de Paulo era um dos campos mais prometedores para o trabalho cristão. Após Jerusalém e Antioquia, Roma era o terceiro grande centro do mundo cristão. Porém só no século IV, a igreja de Roma começou a proclamar o seu domínio universal. Após longo período de perseguições imperiais a situação modificou-se, pois o imperador Constantino (274- 227 d.C.), mostrou-se favorável a nova religião, aceitando-a como religião oficial do Estado. Os cristãos pôr fim sair se suas catacumbas, em que viviam algum tempo e beneficiar dos fatores imperiais. No ano 500 d.C. a Igreja ainda quase nada das antigas civilizações da Índia e da China. mas constituíra na maior força civilizadora do mundo Ocidental.
b) Ano 500 d.C., à 1000 d.C. - Missões
Cristãs ou Missões Muçulmanas?
Poderia parecer que a igreja iria
buscar progressos constantes e sem obstáculos, até torna-se literalmente
co-extensiva com o mundo habitado com a raça humana. Na realidade a partir do
ano 500 d.C., iria entrar no período de conflitos amargos e desanimadores. Envolver-se-ia
em lutas desesperadas em duas frentes: numa delas, depois de mais de 500 anos
de esforços, sairia quase inteiramente vitoriosa; Na outra iria sofrer
terríveis perdas e durante mais de 500 anos limitar-se ia a conservar o que
lhe pertencia. Neste período com a queda do império Romano Ocidental em 476
d.C., a Igreja passou de um estado imperial a um estado Feudal. Deixou as
armas espirituais de um lado e sua principal tarefa neste período turbulento
consistiu em lutar contra os Bárbaros e a Barbárie, a fim de conseguir obter
a conversões que não fosse somente animais. Muito mais difícil perigosa e
desastrosa foi a luta da Igreja contra o Muçulmanismo. Enquanto no Ocidente a
igreja caminhava tropeçando em suas próprias pernas. O império romano
Oriental estava sendo conquistado à força pelos muçulmanos liderados pôr
Maomé, nascido em Meca, Arábia Saudita no ano 570 d.C., Justamente o berço do
Cristianismo estava agora se tornando muçulmano. Sendo assim neste período
houve mais esforço das missões muçulmanas do que das missões cristãs. No ano
609 d.C., houve o começo histórico do sistema Papal e a partir deste período
a igreja perdeu de vez sua identidade evangélica. Neste período até o ano
1000 d.C., basicamente descreve a hegemonia dos papas, cujos assuntos
pertencem a matéria de história do cristianismo. Estamos procurando citar
apenas se existem alguns vestígios de Missões nestes períodos da história da
Igreja Cristã.
c) Primeira
Expansão Européia -100 d.C. à 1500 d.C.
O ano 1000 d.C., foi caracterizado
pôr enorme terror e ansiedade, ao longo de todo o mundo cristão.
Acreditava-se que a era de igreja duraria justamente 1000 anos e que, segundo
os cálculos de Dionísio Exíguo, no século IV, que sabemos não serem exatos,
este prazo de tempo se aproxima do seu fim. Na realidade, nada de especial
aconteceu e a história do mundo parecia prosseguir pôr um número indefinido
de anos. Nesse período a Europa começava sair dos piores horrores da Idade
Média, e no discurso dos quatro séculos seguintes, através do comércio,
viagens aventuras militares, arte e arquitetura e finalmente na construção do
edifício do pensamento teológico, consistiam como principal tarefa difundir o
Cristianismo até seus próprios limites. No ano 1095 d.C., o Papa Urbano II
iniciou a primeira cruzada a fim de libertar a Palestina do poder muçulmano e
depois disso uma série de outras cruzadas, porém sem lograr nenhum êxito, no
campo espiritual. Porém no campo material foi benéfico para expansão do
comércio e das grandes navegações pelo Mediterrâneo, quando chegou até as
Índias. As grandes navegações continuaram sendo lideradas pela Espanha, que
descobriu mais um novo Continente, a América. Neste período houve um
crescimento de Missões católicas aliadas às descobertas de novas terras pelos
navegadores. Isso pelo fato de em cada embarcação existir um Padre. Exemplo
disso foi o descobrimento do Brasil pelos portugueses, os quais trouxeram
Padres para catequizar os índios. de maneira que onde os navegadores
descobria uma nova terra, ali era plantada a semente católica. Isso mostra
porque o Brasil hoje é um dos países mais católicos do mundo. Nesse período
da expansão Europeia começou também o despertar da reforma protestante, em
meio o avanço das missões católicas nos continentes descobertos. Mas com tudo
existiam cristãos espalhados pôr toda parte. Um dos exemplos disso é que em
1500, quando Cabral chegou às Índia encontrou alguns cristãos seguidores do
Apostolo Tomé, que segundo a tradição Tomé foi missionário na Índia. Do ano
l500 a 1600 d.C., é considerado o período dos descobrimentos. Em 1497, Vasco
da Gama, seguindo os passos de Bartolomeu Dias, dobrou o Cabo da Boa
Esperança, atravessou o Oceano Indico, chegando verdadeiramente até a Índia.
d) As Missões
Católicas Romanas -1600 a 1787 d.C.
O Século XVII como o século XVI foi
para o mundo católico, um período de grandes e notáveis feitos, embora jamais
tenham o mesmo interesse que os esforços pioneiros dos primeiros tempos. Como
já vimos no capítulo anterior, no século XVI, a iniciativa pertenceu aos reis
da Espanha e de Portugal, e as grandes ordens religiosas desempenhadas pelos
jesuítas com os Franciscanos e Dominicanos no sentido de propagar o
catolicismo romano nas novas terras descobertas. Em 1622, o Papa Gregório XV
criou a Sagrada Congregação para propaganda da Fé, muitas vezes conhecida
apenas como propaganda. Com a chegada da Reforma, incentivada pelo espanhol
Inácio de Loyola com a criação da ordem dos Jesuítas que passou a fazer
missões empregando a força e a violência. Como a Reforma estava tomando conta
de toda a Europa, o catolicismo se viu ameaçado e começou à fazer missões
ostensivas, obrigando Judeus e Cristãos que tinham aderido a Reforma virarem
católicos forçados.
e) Iniciativas no
Oriente e no Ocidente -1600 a 1800 d.C.
As Igrejas orientais haviam sido
paralisadas pelo avanço Islâmico. A captura da Constantinopla marcou o fim do
império do Oriente e da grande história missionária das igrejas de língua
grega.
As Igrejas Ortodoxas do Sul, dos grandes Patriarcas de Constantinopla. Antioquia, Jerusalém e Alexandria viveram no meio de inúmeros sofrimentos durante os sucessivos períodos de domínio Árabe e Turco. Com a queda de Constantinopla em 1453 d.C., Moscou era agora a herdeira campeã do mundo bizantino, de maneira que passou a ser conhecida como a "terceira Roma". A Igreja Russa iniciou a sua expansão, fazendo algumas Missões conhecidas como: Missão na Sibéria Ocidental Missão à China (1702 e 1727 d.C.), e Sibéria Ocidental etc. A história das missões apoiadas pelas Igrejas do continente Europeu só começa a formação de um movimento chamado "Pietismo". O "Espiritualismo" do século XVI, o misticismo católico romano, o puritanismo Inglês, a importância pôr estes concedidas a conversão individual, parecem ter desempenhado o seu papel na formação do Pietismo. Os princípios do Pietismo são a procura da conversão pessoal e da santidade, da fraternidade social e da responsabilidade do testemunho. A expectativa do regresso de Cristo que não poderá ser adiada durante muito tempo, será precedida pôr uma grande efusão do Espírito Santo entre os Judeus e pagãos, pôr uma graduação natural do pensamento para um sentido de responsabilidade perante missões "estrangeiras".
f) As Missões
Modernas -1800 a 1914 d.C.
Certos autores ingleses referem-se
frequentemente a William Carey (1761 - 1834 d.C.), como o "Pai das
missões modernas", e define a sua obra com a primeira missão protestante
dos tempos modernos. William Carey via a obra missionária como um avanço em
cinco direções:
Uma vasta pregação do evangelho, pôr todos os métodos possíveis.
O reforço da pregação, pôr meio de
distribuição de Bíblias em línguas regionais.
A criação, o mais cedo possível de uma Igreja. Um estudo profundo das tradições e do pensamento dos povos não cristãos. A preparação, o mais cedo possível de sacerdotes indígenas.
Apesar do movimento que William Carey
chegou a Índia não ser um movimento propício para a fundação de uma missão,
em cada uma das direções acima ele logrou bons resultados. Com a
independência dos Estados Unidos, e a revolução industrial na Inglaterra as
missões inglesas e as americanas começaram a se expandir pôr todas as terras
estrangeiras. Verificam-se cinco acontecimentos que caracterizaram a história
missionária das Igrejas protestantes de então:
Consistiu na aceitação do povo britânico, de governar e administrar a Índia. e sendo assim a Rainha Vitória, fez uma proclamação que ninguém seria religiosa. E com esta proclamação os missionários encontrar-se-iam livres dos preconceitos hostis e da discriminação que haviam sofrido, por parte do regime da chamada "Companhia".
O Segundo acontecimento que
contribuiu para expansão missionária das igrejas protestante de então, foi
com fim da segunda guerra das potências europeias, com a china em 1858, que
firmaram uma série de tratados entre aquela potência e varias nações europeias
garantindo assim a tolerância ao Cristianismo e proteção a pratica de sua fé.
O terceiro acontecimento foi o
despertar Evangélico, iniciando entre laicos na América, em que participou
muitos cristãos, encontrou a sua expressão num sentimento de
responsabilidade, em relação ao testemunho de Cristão e ao serviço
missionário, atravessou o Atlântico e despertaram muitas zonas, especialmente
a Irlanda do Norte.
O quarto acontecimento favorável foi
quando em 1858, o primeiro missionário dos tempos modernos entrou no Japão,
abrindo a porta para que outros entrassem também, e em 1880 marcou um período
de rápido crescimento da igreja no Japão. E em 1882, havia 145 missionários e
quase 5000 cristãos japoneses protestantes no Japão.
O quinto acontecimento positivo se
deu em 1857, quando David Livingstone publicava as suas viagens missionárias
e investigações na África do Sul. O entusiasmo despertado pôr esta narrativa
simultaneamente rigorosa, científica, calorosa e humana foi muito grande. O
mundo cristão convencia-se de que chegara o tempo de assaltar a África e de
penetrar no próprio coração do continente. Seria possível preencher todo este
capítulo com uma relação das sociedades, grupos e organizações missionárias
que surgiram entre 1859 e 1914, Porém o espaço é curto.
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sexta-feira, dezembro 05, 2014
MISSÕES DOIS MIL ANOS DE HISTÓRIA
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