Das diversas formas de pregações conhecida no mundo
evangélico, conhecemos as mais variadas formas de sermões. Mas poucos têm conhecimento
da pregação chamada Homilia por ser uma forma de pregação da Igreja
Católica Romana e de algumas outras. Esta Homilia foi gravada em uma Missa de
Domingo e transcrita de forma sucinta com as palavras do frei. Boa leitura!
5.5.3
Definição de Homilia.
“[Do
gr. homilía, 'reunião', 'conversação familiar', e este do gr. homós,
'semelhante', 'igual', + gr. íle, 'grupo', 'companhia'.]”. Pregação em
estilo familiar e quase coloquial sobre o Evangelho: Discurso que afeta moral
exagerada. [F. paral.: homília”.]”. (FERREIRA, 2009, Dicionário
Eletrônico).
A
palavra homilia não é comumente usada nas igrejas cristãs, se bem que o seu
estilo é semelhante a uma pregação Textual. “A homilia é a explicação do texto,
versículo por versículo” e o pregador a seguir faz a sua explicação na
sequência dos versículos lidos. “É da homilia que a Homilética recebe seu nome,
a homilia, porém, é bem anterior a Crisóstomo, falecido em 407. A homilia já
existia no tempo de Justino (falecido entre 163 e 167)”. (KIRST, 1985, p. 83,
84).
O
que nos chama a atenção sobre a homilia é pelo fato de ela se manter com as
mesmas características desde os tempos remotos da sua criação. Segundo Crane
(1989, p. 81) dos “diferentes tipos de discurso cristão, a homilia é o mais
antigo”. De sua história sabemos que ela era praticada muito cedo entre os
judeus nos trabalhos das sinagogas:
Havia prevalecido entre os judeus a prática de explicar
em forma popular as lições da Escritura que se lia nas sinagogas, e desde muito
cedo essa prática foi adotada pelas congregações cristãs. Os discursos que se
empregavam para esse fim eram de caráter muito simples; porém, com exceção
daqueles atribuídos a Hipólito, não temos nenhum exemplo desse tipo de
composição que seja mais antigo do que as homilias de Orígines, as quais datam
do século terceiro. Tomando-as como modelo, podemos descrever a homilia cristã
primitiva como uma exposição popular de alguma porção da Escritura, acompanhada
de reflexões morais. Distingue-se do sermão, cuja forma reflete a influência da
retórica das escolas, que segue a ordem do texto ou da narração bíblica, em vez
de seguir o estilo de um discurso retórico ou de um ensaio didático. (CRANE,
1989, p. 81).
5.5.4 Método de Pregação Homilia – Católica Romana.
A Igreja Católica Romana de São Bernardo do Campo, São Paulo
apresentou através do frei Sebastião Benito Quaglio, duas homilias, nós tomamos
uma para usá-la em nossa pesquisa para comparação com a Pregação Pentecostal de
Improviso.
Bini comenta como se processa a homilia pregada aos fiéis
católicos romanos, e a sua forma de aplicação aos ouvintes. “Depois de falar
pelas palavras dos profetas, dos apóstolos e de Jesus Cristo, Deus fala
pelas palavras do padre que explica as leituras”. “Sentados, os fiéis
escutam com espírito de fé as palavras do padre, que os ajuda a aplicarem a si
mesmos a mensagem de Deus”. (BINI, 1966, p.104).
Quanto ao estilo de entregar a homilia foi coloquial, pregada
num período de vinte minutos dentro das normas homiléticas que se requer
a prática correta da exposição da homilia. Frei Sebastião Benito Quaglio foi
simpático o tempo todo da sua apresentação, sua mensagem foi de boa qualidade,
a explicação da homilia convenceu pela forma de exposição, não fugiu a regra,
permaneceu nos textos lidos apresentando-os na forma que já era esperado de uma
homilia. Quanto à pregação de improviso temos que reconhecer que a homilia foi
melhor independente do pregador, porque o propósito da homilia foi claro e
objetivo, e todos puderam entendê-la até o seu desfecho.
5.5.5 Apresentação da Pregação de uma Homilia – Católica Romana.
A homilia foi entregue a Igreja por ocasião de uma Missa de
domingo à noite, dia 22/08/2010. Frei Sebastião Benito Quaglio é o responsável
pela Igreja e foi o responsável pela pregação da homilia. O nível da Missa
melhorou consideravelmente, porque passou por novas estruturas litúrgicas. Frei
Sebastião Benito Quaglio é um homem muito sábio, carismático, muito simpático,
todos o têm em grande estima. Pregou muito bem a sua homilia. O povo católico é
muito querido por nós, fomos bem recebidos em sua Igreja.
ü Textos da Pregação da Homilia: Salmo. 116 (117); Isaías. 66.18-21;
Lucas. 13: 22-30 e Hebreus. 12:5-7.11-13.
Transcrevemos a homilia do áudio para a escrita de forma
sucinta e procuramos usar também as próprias palavras do frei Sebastião
Benito Quaglio. Como já era de se esperar sua homilia foi transmitida numa
linguagem coloquial, da mesma forma que deve ser passada aos fieis católicos da
sua igreja.
Frei Sebastião Benito Quaglio após a saudar a Igreja,
tranquilamente faz a leitura juntamente com os fiéis, que permanecem assentados
com muita reverência e atenção.
A seguir ele diz: Palavra de Deus. Temos quatro leituras, o
Salmo é considerado uma leitura, o mais curto o 116 mostra que o louvor é para
Deus espalhado sobre toda a terra.
A primeira leitura, uma leitura que inspira coragem e esperança parece um rio
de gente, que caminha para glória, quer dizer que no céu tem lugar para todos.
A primeira leitura sobre a esperança é muito significativa, de esperança porque
estavam voltando do exílio, uma terra destruída campos abandonados, uma cidade
destruída.
Portanto, tinham que começar tudo de novo, que tipo de
esperança? A esperança veio de uma corrida tensiosa. Você sabe o que reside
nessa pessoa? O desânimo, o desânimo arrasa uma pessoa, você gostaria de morar
com uma pessoa desanimada? Agora para encontrar ânimo, o que precisa? Esquecer
os problemas? Nós temos que marcar a nossa sociedade com a esperança, se não o
pessimismo toma conta da gente e a pessoa acaba se isolando, hoje em dia, se
nota um isolamento cada vez mais numeroso no mundo. Porque a própria opção
morar sozinho? Para não ter compromissos com ninguém, porque não quer se
comprometer, e ao mesmo tempo sofre as consequências.
Hoje estamos em campanha eleitoral, à gente cobra
continuamente, os políticos não prestam. Será que não tem ninguém correto? Eu
acho que sim. (pausa). Você sabia que as orientações litúrgicas asseguram
oração, da oração dos fiéis deveriam sempre ser pelas autoridades.
Parece para nós como lema, um jeito de desânimo, é isso que a
Bíblia nos ensina? Eu diria hoje para os irmãos não continuar. Quem não sai da
missa sorrindo, tem que voltar ainda até ser boa para mim.
E a segunda leitura, mostra a dinâmica sofredora de quem quer realmente caminhar
para Deus, aqui você é o lutador, certo! Quando o certo não é dos que querem
mandar, mas dos que querem ajudar.
E vamos lá ao Evangelho. Um fulano fez uma pergunta a Jesus.
Que pergunta ele fez? É verdade que poucos se salvam? Ainda lhe deu uma
condição, essa pergunta à gente faz sempre.
Na época de Jesus existia uma corrente, que dizia basta
pertencer ao povo de Deus, ser circuncidado, basta ser judeu, que você é salvo,
hoje, basta ser católico você é salvo, muitos pregam isso, se você não é dessa
religião, você vai ficar aqui.
No século XVI, XVII, essas duas correntes eram tão fortes que
quem pertencia a uma corrente mais larga Deus era misericordioso dava tudo.
Faziam os crucifixos com Cristo com os braços abertos. Aqueles que diziam: Não!
Não! A porta é apertada colocavam Cristo na cruz com os braços para cima. E
hoje? Hoje ninguém diz mais nada, hoje é de dar susto mesmo, porque a coisa é
seria.
Um pensamento que achei muito interessante. Quem de vocês já
viajou de avião? Logo que o avião sobe o que acontece? Em caso de
despressurização do ar caem às máscaras, se você tem uma criança ao seu lado
qual é a sua reação? Colocar o oxigênio na criança, mas a aeromoça diz não!
Primeiro coloca em você, e depois no outro por quê? Pode ser que você desmaie
então você não salva a criança e nem você.
Em termos de salvação é um problema pessoal. Não adianta
perguntar quantos se salvam. Deus quer que todos sejam salvos. Pedro então!
Quem pode se salvar? E Jesus respondeu a Pedro. Para o homem é impossível, mas
para Deus é possível.
Mateus completa essa história dizendo que têm duas estradas:
uma larga e outra estreita. A maioria vai para a (pausa), mais larga, por quê?
Porque é mais fácil. E o que acontece quando a pessoa vai para a estrada larga?
A pessoa acha que a felicidade de quem escolhe a estrada larga perdura por muito
tempo (pausa), não? No começo parece um paraíso, quantos males amargados,
quantas tragédias consequência de tanta dor, quantas tragédias.
A misericórdia de Deus manda voltar, ai ele dá um jeitinho
espiritual e entra pela porta estreita, mas uma vez entrado pela porta
estreita, ela se alarga, e você sofre no começo, mas depois você se sente bem,
sente paz, sente felicidade.
Então é o inverso. Jesus quer que todos que entram por essa
porta larga, espaçosa, se sintam angustiados, apertados, como se disséssemos,
não dava mais para continuar e volta e entra pela porta estreita.
Portanto, minha gente é
preciso lutar, o Senhor é ao nosso lado. Vamos criar esse ambiente de
confiança, de esperança, vamos ser firmes e fortes na formação, nunca vamos
desanimar, vamos nesse caminho de Jesus Cristo. Amém! (Dissertação de Mestrado. Me. Expedito Darcy
da Silva, 2013, p. 144, 145, 146).
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