Hernandes Dias Lopes
Roubará o homem a Deus?
Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas
ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação
toda. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na
minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir
as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida (3.8-10).
Precisamos entender alguns aspectos importantes
sobre a questão do dízimo. Esse é um tema claro nas Escrituras. Muitas pessoas,
por desconhecimento, têm medo de ensinar sobre esse importante tema. Outras,
por ganância, fazem dele um instrumento para extorquir os incautos. Ainda
outras, por desculpas infundadas, sonegam-no, retêm-no e apropriam-se
indevidamente do que é santo ao Senhor. O povo de Deus, que fora restaurado por
Deus, agora estava roubando a Deus nos dízimos e nas ofertas.
Thomas V. Moore interpretando a lei de Moisés,
diz que os dízimos requeridos pela lei mosaica eram 10% de tudo o que o povo
recebia, valores esses destinados à manutenção dos levitas (Lv 27.30-32).
Desses dízimos os levitas pagavam 10% aos sacerdotes (Nm 18.26-28). Ainda, outro
dízimo era pago pelo povo a cada três anos, destinado aos pobres, viúvas e
órfãos (Dt 14.28,29).94
Vejamos alguns pontos importantes sobre o dízimo.
Em primeiro lugar, o dízimo é um princípio
estabelecido pelo próprio Deus. A palavra dízimo maaser (hebraico) e
dexatem (grego) significa 10% de alguma coisa ou de algum valor.95
O dízimo não é uma cota de 1% nem de 9%; o dízimo é a décima parte de tudo o
que o homem recebe (Gn 14.20; Ml 3.10).96 O dízimo não é
invenção da Igreja, é princípio perpétuo estabelecido por Deus. O dízimo não é
dar dinheiro à igreja, é ato de adoração ao Senhor. O dízimo não é opcional, é
mandamento; não é oferta, é dívida; não é sobra, é primícia; não é um peso, é
uma bênção.
O dízimo é ensinado em toda a Bíblia: antes da
lei (Gn 14.20), na lei (Lv 27.30), nos livros históricos (Ne 12.44), poéticos
(Pv 3.9,10), proféticos (Ml 3.8-12) e também no Novo Testamento (Mt 23.23; Hb
7.8). O dízimo não é uma questão meramente financeira, mas, sobretudo,
espiritual. O bolso revela o coração. Durante o reinado de Ezequias, houve um
grande despertamento espiritual e o resultado foi a dedicação de dízimos e
ofertas ao Senhor (2Cr 31.5,12,19). Sempre que o povo de Deus se volta para o
Senhor com o coração quebrantado, os dízimos são devolvidos.
Em segundo lugar, o dízimo é santo ao
Senhor (Lv 27.32). Quando o rei Belsazar usou as coisas santas e sagradas
do templo de Deus para o seu próprio deleite, o juízo divino caiu sobre ele (Dn
5.22-31). Quando Acã apanhou o que eram as primícias para Deus (Js 6.18,19) e
as escondeu debaixo da sua tenda, o castigo de Deus veio sobre ele (Js 7.1).
Em terceiro lugar, o dízimo faz parte do
culto. A devolução dos dízimos fazia parte da liturgia do culto. “A esse lugar fareis chegar os vossos
holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos...” (Dt 12.6). A
devolucão dos dízimos é um ato litúrgico, um ato de adoração que deve fazer
parte do culto do povo de Deus.
Em quarto lugar, o dízimo é para o
sustento da Casa de Deus. “Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em
Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação”
(Nm 18.21). O dízimo é o recurso que Deus estabeleceu para o sustento de
pastores, missionários, obreiros, aquisição de terrenos, construção de templos,
compra de literatura, assistência social, bem como toda a manutenção e extensão
da obra de Deus sobre a terra. Se no judaísmo os adoradores traziam mais de 10%
de tudo que recebiam para a manutenção da Casa de Deus e dos obreiros de Deus,
bem como para atender às necessidades dos pobres, muito mais agora, que a
Igreja tem o compromisso de fazer discípulos de todas as nações.
Em quinto lugar, vejamos algumas desculpas
descabidas quanto ao dízimo
A primeira desculpa é a justificativa teológica: O dízimo é da lei. Sim,
o dízimo é da lei, é antes da lei e também depois da lei. Ele existiu no
sacerdócio de Melquisedeque, no sacerdócio levítico e no sacerdócio de Cristo.
A graça vai sempre além da lei (Mt 23.23). Se a lei nos isenta do dízimo, então
também nos isentará da justiça, da misericórdia e da fé, pois também são da
lei. Ainda que o dízimo fosse uma prática exclusiva da lei, mesmo assim,
deveríamos observá-lo, pois também o decálogo é da lei e nem por isso sentimo-nos
desobrigados de obedecê-lo. Ivonildo Teixeira corretamente exorta àqueles que
tentam escapar da responsabilidade do dízimo dizendo que só vêem sua prática no
Antigo Testamento:
Que bom você enxergar o dízimo no Testamento que
fala do povo de Deus, dos grandes milagres, dos homens ungidos, dos reis e
rainhas, dos profetas e sacerdotes que foram tremendamente usados por Deus. É
no Antigo Testamento que encontramos os Dez Mandamentos que nos ensinam a: “Não
adorar a outro Deus”, “Não fazer imagens de escultura”, “Não matar”, “Não
adulterar”, “Não roubar”, “Não cobiçar”. Como estas leis estão inseridas no
Antigo Testamento, sendo assim, você vai fazer tudo ao contrário? Creio que
não! Se você crê na inspiração do Antigo Testamento, o dízimo está incluso,
ordenado por Deus, e isto basta!97
A segunda desculpa é a justificativa financeira: “O que eu ganho não
sobra”. Dízimo não é sobra, é primícia. Deus não é Deus de sobra, de resto. A
sobra nós damos para os animais domésticos. A ordem de Deus é: “Honra ao Senhor com as primícias da tua
renda...” (Pv 3.9). Os homens fiéis sempre separaram o melhor para Deus, ou
seja as primícias (Êx 23.19; 1Cr 29.16; Ne 10.37). Se não formos fiéis, Deus
não deixa sobrar. O profeta Ageu diz que o infiel recebe salário e o coloca num
saco furado, vaza tudo. O que ele rouba de Deus foge entre os dedos (Ag 1.6).
Hoje os cristãos gastam mais com cosmético do que com o Reino de Deus. Investem
mais em coisas supérfluas do que com a salvação dos perdidos. Gastamos mais com
aquilo que perece do que com a evangelização do mundo. Quando acumulamos
justificativas e desculpas para sonegarmos o dízimo, estamos revelando apenas
que o Reino de Deus não é nossa prioridade e que o nosso amor por Deus é menor
do que o apego ao dinheiro. Quando dizemos que a razão de retermos o dízimo é
que se o pagarmos vai nos faltar o básico, estamos permitindo que Satanás encha
o nosso coração de incredulidade. É Deus quem cuida do Seu povo. Dele vem a
nossa provisão. Cabe-nos obedecer a Deus e deixar as conseqüências em Suas
mãos. Ele é fiel!
A terceira desculpa é a justificativa matemática: “Eu não entrego o
dízimo, porque tem crente que não é dizimista e prospera ao passo que tem
crente dizimista pobre”. Não basta apenas ser dizimista, é preciso ter a
motivação correta. É um ledo engano pensar que as bênçãos de Deus limitam-se
apenas às coisas materiais. As pessoas mais ricas e mais felizes do mundo foram
aquelas que abriram mão do que não podiam reter, para ganhar o que não podiam
perder. Dízimo não é barganha nem negócio com Deus. Precisamos servir a Deus
por quem Ele é e não pelo que vamos receber em troca. Se o seu coração está no
dinheiro, você ainda precisa ser convertido. A prosperidade financeira sem Deus
pode ser um laço. Um homem nunca é tão pobre como quando ele só possui
dinheiro. Jesus disse que a vida de um homem não consiste nas riquezas que ele
possui. Nada trouxemos para este mundo, nada levaremos dele. O máximo que o
dinheiro pode oferecer ao homem é um rico enterro. Riqueza sem salvação é a
mais consumada miséria.
A quarta desculpa é a justificativa sentimental: “Eu não sinto que devo
entregar o dízimo”. Pagar o dízimo não é questão de sentimento, mas de
obediência. O crente vive pela fé e fé na Palavra. Não posso chegar diante do
gerente e dizer que não sinto vontade de pagar a dívida no banco. Não posso
encher o meu carrinho de compras no supermercado e depois dizer para o caixa:
“eu não sinto vontade de pagar essa dívida”. Apropriar-se do dízimo é desonestidade,
é roubo, é subtrair o que não nos pertence. Enganam-se aqueles que sonegam o
dízimo porque julgam que Deus não bate à sua porta para cobrar nem manda seu
nome para o SPC do céu. A Bíblia diz que de Deus não se zomba, aquilo que o
homem semear, isso ceifará. A retenção do dízimo provoca a maldição divina e a
ação devastadora do devorador.
A quinta desculpa é a justificativa da consciência: “Eu não sou
dizimista, mas dou oferta”. Dízimo é dívida, oferta é presente. Primeiro, você
paga a dívida, depois dá o presente. Não posso ser honesto com uma pessoa, se
devo a ela dez mil reais, e chego com um presente de quinhentos reais, visando,
com isso, liquidar a dívida. Não podemos subornar a Deus. Ele não pode ser
comprado nem enganado. Deus requer fidelidade!
A sexta desculpa é a justificativa política: “A igreja não administra
bem o dízimo”. Deus mandou que eu trouxesse todos os dízimos à casa do Tesouro,
mas não me nomeou fiscal do dízimo. Eu não sou juiz do dízimo de Deus. Minha
obediência não deve ser condicional. Quem administra o dízimo vai prestar
contas a Deus.
A sétima desculpa é a desculpa da visão mesquinha: “A igreja é rica,
ela não precisa do meu dízimo”. Em primeiro lugar, o dízimo não é meu, mas de
Deus. Em segundo lugar, meu dever é entregá-lo com fidelidade como Deus me
ordenou e onde Deus me ordenou. Ainda perguntamos: será que temos tomado
conhecimento das necessidades da igreja? Vislumbramos as possibilidades de
investimento em prol do avanço da obra? Além do mais, o dízimo não é da igreja,
é do Senhor. É Ele quem o recebe (Hb 7.8).
A oitava desculpa é a desculpa da discordância pessoal: “Eu não
concordo com o dízimo”. Temos o direito de discordar, só não temos o direito de
escolher as conseqüências das nossas decisões. Quando discordamos do dízimo,
estamos discordando da Palavra de Deus que não pode falhar. Quando discordamos
do dízimo, estamos indo contra a palavra dos patriarcas, dos profetas, e acima
de tudo, do Senhor Jesus, que disse: “Dai a César (os impostos, os tributos e
as taxas) o que é de César e a Deus o que é Deus (os dízimos e as ofertas)” (Mt
22.21).98
Em sexto lugar, pecados graves quanto ao
dízimo. Malaquias denuncia alguns pecados graves quanto ao dízimo que
estavam sendo cometidos pelo povo
O primeiro pecado é reter o dízimo. “Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me
roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas” (3.8). Joyce
Baldwin diz que o verbo “roubar”, qaba, é raro no Antigo Testamento, mas
bem conhecido na literatura talmúdica como “tomar à força”.99 O povo estava
roubando a Deus: 1) trazendo ofertas indignas (1.13); 2) oprimindo os pobres
(3.5); 3) retendo os dízimos (3.8). A palavra roubar, portanto,
significa tomar à força, ou seja, é uma espécie de assalto intencional,
planejado e ostensivo. A única vez que esse verbo aparece novamente é em
Provérbios 22.23 para descrever o despojamento do pobre. Reter o dízimo
santo ao Senhor é uma insensatez, pois ninguém pode roubar a Deus impunemente.
Tentar defraudar a Deus é defraudar a si mesmo,100
pois tudo que temos pertence a Deus: nossa vida, família e bens. Uma águia,
buscando alimento para os filhos, arrancou com suas fortes garras a carne do
altar do sacrifício. Voou para o ninho dos seus filhotes com o cardápio do dia,
mas havia ainda na carne uma brasa acesa e esta incendiou o ninho dos seus
filhotes, provocando um desastrado acidente. Não é seguro retermos o que é de
Deus para o nosso sustento. Deus é o criador, provedor e protetor, por isso
devemos depender Dele mais do que dos nossos próprios recursos. Nossa confiança
precisa estar no provedor, mais do que na provisão. Nenhum homem jamais perdeu
alguma coisa por servir a Deus de todo o coração, ou ganhou qualquer coisa,
servindo a Ele com o coração dividido, diz Thomas V. Moore.101 Diante da
sonegação dos dízimos, o Senhor lembra aos judeus que estavam, na realidade,
roubando a si próprios, pois o resultado de tal atitude era o fracasso das
colheitas.102
Dionísio Pape afirma que quem rouba a Deus não é
capaz de amá-Lo.103 Na verdade, sonegar o dízimo é atuar com dolo e
esta é uma maneira estranha de exprimir gratidão a Deus, diz Herbert Wolf.104
Reter o dízimo é colocar o salário num saco furado, diz o profeta Ageu (Ag
1.6). Jamais uma pessoa prosperará retendo o dízimo de Deus, pois a Bíblia diz
que reter mais do que é justo é pura perda (Pv 11.24). Reter o dízimo é uma
clara demonstração de amor ao dinheiro, e a Bíblia diz que o amor ao dinheiro é
a raiz de todos os males (1Tm 6.10). Reter o dízimo é desconfiar da providência
divina, é um ato de incredulidade e infidelidade Àquele que nos dá a vida, a
saúde, o sustento e a própria vida eterna. Reter o dízimo é roubar a Deus de
forma ostensiva e abusiva. Reter o dízimo é desamparar a casa de Deus (Dt
26.14). Thomas V. Moore diz que se nós quisermos ter os tesouros de Deus
abertos, devemos abrir os nossos próprios tesouros (3.10,11).105
Corações inteiros e mãos abertas abrem sobre nós as janelas dos céus e
disponibilizam para nós os inesgotáveis recursos de Deus.
Malaquias fala não apenas do dízimo, mas também
das ofertas. Eram as partes dos sacrifícios separados para os sacerdotes (Êx
29.27,28; Lv 7.32; Nm 5.9). Elas tinham também uma finalidade especial (Êx
25.2-7). Quando ninguém trazia ofertas, os levitas não tinham outra opção senão
desistir do seu ministério e ganhar o seu sustento na agricultura, diz Baldwin.106
O segundo pecado é subtrair o dízimo. A Bíblia ordena: “Trazei TODOS
os dízimos” (3.10). O dízimo é integral. Muitas pessoas pensam que podem
enganar a Deus quando estão preenchendo o cheque do dízimo. Elas colocam um
valor muito inferior ao que representa os 10% estabelecidos pelo Senhor. Pelo
fato de enganarem a igreja, pensam que também enganam o Senhor da Igreja. Isso
é um terrível engano. Deus não precisa de dinheiro, pois Dele é o ouro e a
prata (Ag 2.8). Deus não precisava da árvore da ciência do bem e do mal no
Jardim do Éden. Deus queria a fidelidade de Adão. Deus não precisava do
sacrifício de Isaque, Ele queria a obediência de Abraão. Assim, também, Deus
não precisa de dinheiro. Ele requer a fidelidade do Seu povo. Deus viu Ananias
e Safira escondendo parte da oferta e os puniu por isso. Podemos nós enganar
Àquele que tudo vê? O dízimo é sustento da Casa de Deus. Os levitas e os
sacerdotes viviam dos dízimos. Os pobres eram amparados com os dízimos (Dt
14.28). Devemos trazer todos os dízimos à casa do Tesouro.
O terceiro pecado é administrar o dízimo. A Bíblia ensina: “Trazei
todos os dízimos à CASA DO TESOURO” (3.10). Não temos o direito de mudar uma
ordem do Senhor (Dt 12.11). Não podemos fazer o que bem entendemos com o que é
de Deus. Não somos chamados a administrar o dízimo nem sermos juízes dele, mas
a devolvê-lo ao seu legítimo dono. Deus mesmo já estabeleceu em Sua Palavra que
o dízimo deve ser entregue em Sua Casa. Há pessoas que repartem o dízimo para
várias causas: enviam 2% à uma igreja necessitada; remetem 3% para uma obra
social; ajudam um missionário com mais 2% e depois, entregam 3% à igreja, onde
freqüentam. Essa prática está errada. Não temos o direito de administrar o
dízimo. Há pessoas, ainda, que freqüentam uma igreja e entregam todo o dízimo
em outra. Isso é o mesmo que jantar num restaurante e pagar a conta em outro.
Se quisermos ajudar uma causa, devemos fazê-lo com o que nos pertence e não com
o dízimo do Senhor. Este deve ser trazido integralmente à casa do Tesouro. A
casa do Tesouro era uma expressão que designava os celeiros ou armazéns, a
tesouraria do templo, amplos salões em que se colocavam os dízimos (1Rs 7.51).107
O quarto pecado é subestimar o dízimo. Eles perguntavam: “Em que te
roubamos?” (3.8). Eles pensavam que o dízimo era um assunto sem importância.
Eles sonegavam o dízimo e julgavam que essa prática não os afetava
espiritualmente. A nossa negligência e a dureza do nosso coração em reconhecermos
o nosso pecado não atenuam a nossa situação. O que pensamos sobre uma situação
não a altera aos olhos de Deus. A verdade de Deus é imutável, e isso não
depende do que venhamos a pensar sobre ela. A geração de Malaquias não apenas
sonegava o dízimo, mas não sentia por isso nenhuma culpa. Eles pecaram e ainda
justificaram o seu pecado.
Em sétimo lugar, vejamos dois perigos
sérios quanto à negligência do dízimo. O profeta Malaquias avisa
solenemente acerca de dois graves perigos para aqueles que sonegam o dízimo e
retêm em suas mãos o que é santo ao Senhor.
O primeiro perigo é a maldição divina. “Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós a nação
toda” (Ml 3.9). A maldição chega
a um terceiro nível no livro de
Malaquias.
A primeira maldição foi imposta ao enganador que,
tendo o melhor, dá o pior para Deus (1.14). A segunda maldição é endereçada aos sacerdotes que desonram a Deus
(2.2), mas, agora, a terceira maldição
é derramada sobre toda a nação que está roubando a Deus nos dízimos e ofertas
(3.8,9). A desobediência sempre desemboca em maldição. Insurgir-se contra Deus
e violar as Suas leis trazem maldição inevitável. Deus é santo e não premia a
infidelidade. Ele vela pela Sua Palavra para a cumprir. Deus é fogo consumidor
e terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo. É tempo de a Igreja
arrepender-se do seu pecado de infidelidade quanto ao dízimo. Sonegar o dízimo
é desamparar a casa de Deus. Sonegar o dízimo é deixar de ser cooperador com
Deus na implantação do Seu Reino. Precisamos nos voltar para Deus de todo o
nosso coração, pois só assim traremos integralmente o que somos e temos para o
altar.
O segundo perigo é a devastação do devorador. “Por vossa causa repreenderei o devorador” (3.11). O devorador pode
ser tudo aquilo que subtrai nossos bens, que conspira contra o nosso orçamento
e que mina as nossas finanças. Thomas V. Moore diz que “o devorador” aqui não
deve ser entendido como qualquer tipo específico de destruidor, mas qualquer e
todo tipo, racional ou irracional.108 O profeta Ageu
alertou sobre as conseqüências da infidelidade, dizendo que é o mesmo que
receber salário e colocá-lo num saco furado (Ag 1.6). Quando retemos
fraudulentamente o que é de Deus, o devorador come o que deveríamos entregar no
altar do Senhor.
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