MEUS CAROS LEITORES PEÇO DESCULPAS POR ESTAS PROPAGANDAS POSTADAS SEM MINHA AUTORIZAÇÃO.
Antes de
falarmos do culto pentecostal é necessário falarmos primeiramente a respeito do
“culto cristão”, precisamos entender o que significa o termo exatamente a ser
definido. Não é fácil expressá-lo, devido às divergências de interpretação
sobre o seu real significado.
Se todos nós
crermos na operação do Espírito Santo, então todo culto é cristão e todo culto
também é pentecostal, excluindo-se aqueles que não creem na ação e no poder do
Espírito Santo. Mas a diferença do termo pentecostal se dá somente pela
diferença do dom das línguas estranhas e alguns costumes diferentes e
irrelevantes, como pular, gritar, correr, gesticular pregar de improviso, entre
tantos outros detalhes.
Podemos entender
o conceito de culto cristão e sua autenticidade tomando como base o Catecismo
de Heidelberg, que ensina sobre o quarto mandamento, que todo cristão deve
frequentar de forma assídua as reuniões santas, levando em maior consideração o
dia de descanso, o domingo, “para ouvir a Palavra de Deus e participar da Ceia
do Senhor, para invocar publicamente o Senhor e contribuir cristãmente para a
assistência aos pobres”. (ALLMEN, 2006, p. 127, 128). Seguramente o culto
cristão se processa dentro de uma diversidade de formas litúrgicas. “Mas,
enquanto, não se fizer uma reflexão sobre o que distingue o culto cristão
autêntico”. Será fácil confundi-lo com coisas irrelevantes das “culturas atuais
ou passadas em que os cristãos celebravam o culto”. (WHITE, 2006, p. 11).
No conceito de
Valverde (2006, p. 19) “o culto cristão pode ser definido como”:
O espaço, por excelência, de produção e revigoração
das bases teológicas que sustentam e dão sentido à vivência em fé de homens e
mulheres comprometidos com o Evangelho de Jesus Cristo, em processo de
constante renovação das relações com Deus, consigo mesmos, com os outros e com
as diversas expressões de vida existente no mundo. (VALVERDE, 2006, p.19).
O
professor ortodoxo Georg Florvsky, enfatizou: “O culto cristão é a resposta dos
seres humanos ao chamado divino, aos prodígios de Deus, culminando no ato
redentor de Cristo”. Florvsky é da seguinte opinião que o cristão deve viver em
comunidades, “visto que a existência cristã é essencialmente comunitária, onde
em resposta à obra de Deus passada e presente, manifestações de louvor e
adoração sinalizam um grato reconhecimento pelo grande amor e pela bondade
redentora de Deus”. (GERMANO, 2011, p. 3).
A
opinião de Allmen é a seguinte: quanto às pessoas que vão à Igreja, mas, não
participam do culto como deveria. É possível tal ocorrência na Igreja
pentecostal, as repartições conhecidas como galerias, que eram para acomodar os
irmãos, às vezes se transformam em encontros e conversas durante o culto e no
momento da pregação.
O concílio de Antioquia (341) não
hesitou em que fossem expulsos da Igreja e colocados sob disciplina os que
“entram na Igreja e escutam a leitura das Santas Escrituras, mas não se ajuntam
à oração do povo ou se eximem de participar da Ceia do Senhor propter
aliquam insolentiae”. Crer que basta
a mera presença no culto equivale a sabotar e pôr obstáculos à celebração
litúrgica, e dar mostras de ingratidão para com o Senhor. Eis por que,
diga-se de passagem, se deve deplorar o fato de haver, em muitas de nossas
igrejas, galerias as quais, ao invés de facilitar a união dos participantes do
culto, podem induzir muitos a transformar-se em meros assistentes, em
espectadores isentos de participação no ato litúrgico. Muito aconselhável seria
vedar o acesso a tais galerias enquanto não estivessem tomados todos os lugares
da parte inferior do templo. (ALLMEN, 2006, p. 121). (Grifo meu).
A
Teologia prática dentro das igrejas reformadas ou históricas tem uma visão mais
apurada quanto ao culto cristão. O “núcleo do culto”, diz Hoon, “é Deus agindo
para dar sua vida ao ser humano e para levar o ser humano a participar dessa
vida”. Portanto, o que nós fazemos “como indivíduos ou como igreja é afetado
pelo culto. A vida cristã, afirma Hoon, é uma vida litúrgica”. (WHITE, 2005, p.
15 apud HOON).
É de suma importância para nossa
vida espiritual, que devotemos mais zelo ao participarmos do culto. “Porque
recapitula a história da salvação, o culto possibilita à Igreja tornar-se ela
mesma, tomar consciência de si mesma e manifestar a sua natureza
essencial”. Quanto ao culto cristão
“Poderíamos, por exemplo, dizer, com Karl Barth, que no culto e por meio dele a
Igreja se manifesta como comunidade de fé, batismo, Ceia do Senhor e oração”.
(ALLMEN, 2006, p. 42, 43).
Em nosso país existe uma
diversidade de culto, alguns intitulados de culto cristão. White diz que é
difícil classificar o termo culto cristão, um dos exemplos de White é: qual a
distinção entre um culto de doutrina cristã ou um culto de obras aos
necessitados? (WHITE, 2006, p.11).
White comenta que, os cristãos
convertidos do judaísmo ao cristianismo continuaram com o padrão de culto
público nas sinagogas. Somente a Ceia do Senhor era celebrada “em casas
particulares”. (At. 2: 6). (WHITE, 2006, p.114).
Na sua essência, a liturgia do
culto cristão deve convergir em tudo para Cristo, desde a saudação cristã no
início do culto até o seu término, Cristo deve ser o personagem principal.
Portanto, o culto cristão se faz necessário, “primeiro, por ter sido instituído
por Cristo; segundo porque é obra do Espírito Santo; terceiro, por ser um dos
modos de efetivação da história da salvação, e quarto, porque o Reino de Deus
ainda não se manifestou em todo o seu poder”. (ALLMEN, 2006, p.109).
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