Estudo Bíblico
Texto Áureo
“Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne”. (Gn. 2: 24).
Verdade Prática
É da vontade expressa de Deus que levemos a sério o nosso relacionamento com Ele, com a família e com a sociedade. Acrescento também o pastor responsável pela Sua Igreja.
Autor do Livro: Malaquias
Tema: Acusações de Deus contra o Judaísmo Pós-Exílico.
Data dos Acontecimentos: Cerca de 430-420 a.C.
Súmula Principal do Livro
Do início ao fim da mensagem do livro o assunto principal é um apelo: poderoso, apaixonante e suplicante – um apelo ao arrependimento do pecado e à volta a Deus – um apelo acompanhado de rica promessa se o povo atender, e de severa advertência se o povo recusar.
Texto Bíblico para Leitura Conjunta. (Ml. 1:1; 2:10-16).
A Ingratidão do Povo. O Formalismo dos Sacerdotes. 1. “Peso da palavra do Senhor contra Israel, pelo ministério de Malaquias”.
Os Casamentos com Mulheres Estranhas e o Divórcio são Ilícitos.
10. “Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando o concerto de nossos pais”?
11. “Judá foi desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou a santidade do Senhor, a qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho”.
12. “O Senhor extirpará das tendas de Jacó o homem que fizer isso, o que vela, e o que responde, e o que oferece dons ao Senhor dos Exércitos”. 13. “Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de lágrimas, de choros e de gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão”.
14. “E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher do teu concerto”.
15. “E não fez ele somente um, sobejando-lhe espírito? E por que somente um? Ele buscava uma semente de piedosos; portanto, guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade”.
16. “Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que aborrece o repúdio e aquele que encobre a violência com a sua veste, diz o Senhor dos Exércitos; portanto, guardai-vos em vosso espírito e não sejais desleais”.
O Profeta Malaquias e o Seu Tempo
O surgimento deste texto deve ter acontecido a partir do ano 516 a.C., foram retomadas regularmente as cerimônias do culto (1.6-2.9) no Templo de Jerusalém, após a sua reconstrução (cf. 3.10). É provável que Malaquias tenha exercido as suas funções em fins do séc. VI ou no começo do V a.C., durante um período intermediário entre a atividade de Ageu e Zacarias (segunda metade do séc. VI a.C.) e o de Esdras e Neemias, cerca de um século depois. Também se pode pensar que a pregação de Malaquias abriu o caminho para as reformas realizadas por Neemias.
O Livro e a Sua Mensagem
Com o Livro do Malaquias, o último dos doze Profetas Menores, coloca-se o ponto final à última página do Antigo Testamento. O texto de Malaquias caracteriza-se pelo tom forte e polêmico com que aborda os diversos temas. Sua estrutura literária é uma espécie de discussão retórica, de diálogo com os seus destinatários, cujas perguntas e objeções o profeta responde. A fórmula discursiva é a seguinte: (a) o Senhor estabelece um princípio geral ou condena uma prática reprovável habitual no povo; (b) os interpelados apresentam as suas dúvidas e fazem perguntas, introduzidas, às vezes, de maneira irônica pelo profeta; (c) o Senhor intervém novamente, confirma e amplia o que tinha dito antes, acrescenta mais reprovações e anuncia o castigo dos culpados. O Profeta Malaquias revela o estado de ânimo do povo por terem passadas várias décadas como exilados na Babilônia. Agora, libertos do cativeiro surgem às dificuldades econômicas, os relacionamentos problemáticos com os povos vizinhos.
Israel ainda tem que esperar pelo cumprimento das promessas que haviam escutado pela boca de Ageu e Zacarias. Essa espera deu lugar entre eles para o desencanto e para dúvidas sobre o amor e a justiça de Deus (cf. 2.17). Por isso, Malaquias afirma, com paixão, que Deus ama ao seu povo (1.2) e que não deixará de cumprir as promessas que lhe fez. E diz que: O Dia do Senhor vem “e arde como fornalha”, mas para os que temem o nome do Senhor “nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas” (4.1-2).
Introdução
O Profeta Malaquias comenta sobre a sacralidade (caráter sagrado) do relacionamento com Deus, com a família. Podemos acrescentar também o sacerdote (pastor), que além de fazer parte da família é o responsável pela adoração a Deus é também o cuidador do Seu rebanho.
6. O filho honrará o pai, e o servo, ao seu senhor; e, se eu sou Pai, onde está a minha honra? E, se eu sou Senhor, onde está o meu temor? – diz o Senhor dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome e dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome? 7. Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e dizeis: Em que te havemos profanado? (Ml. 1: 6, 7).
Israel por ser um povo idolatra sofreu o cativeiro Babilônico por 70 anos, e lá no exílio seus pecados foram purgados ao longo dos anos. Fora do Cativeiro o povo está vivendo outros problemas. Ainda precisam adaptar seu modo de vida num ambiente totalmente diferente.
O relacionamento com Deus, com a família, com o povo e com os sacerdotes estão tumultuados e fora da sua normalidade. Essas pessoas não vivendo em santidade e temor conforme a vontade de Deus. Mesmo assim Deus não deixou de amá-los. Mas corriu-os severamente por intermédio do Profeta Malaquias.
2. “Eu vos amei, diz o Senhor; mas vós dizeis: Em que nos amaste? Não foi Esaú irmão de Jacó? – disse o Senhor; todavia amei a Jacó”. 3. “e aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação e dei a sua herança aos dragões do deserto”. (Ml. 1: 2, 3).
I. O LIVRO DE MALAQUIAS
1. Contexto Histórico
O livro de Malaquias não traz pormenores sobre o período do seu ministério, e qual reinado. Silencia também sobre sua vida particular e sua família. Isto pode ser entendido como a urgência da sua mensagem, excluindo-se tais particularidades.
a) O Governador de Judá
Jerusalém estava sob o comendo de um pehah, que significa príncipe.
8. “Porque, quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não faz mal!” “E, quando ofereceis o coxo ou o enfermo, não faz mal! Ora, apresenta-o ao teu príncipe; terá ele agrado em ti? Ou aceitará ele a tua pessoa? – diz o Senhor dos Exércitos”. (Ml. 1: 8).
Alguns sugerem que esse “governador” pehah indique um personagem estrangeiro.
Neemias diz que:
14. “Também desde o dia em que fui nomeado seu governador na terra de Judá, desde o ano vinte até ao ano trinta e dois do rei Artaxerxes, doze anos, nem eu nem meus irmãos comemos o pão do governador”. (Ne. 5: 14).
No entanto, Neemias também era chamado de “tirshatha”, título persa atribuído a um governador.
“E os que selaram foram Neemias, o tirsata, filho de Hacalias, e Zedequias,” (Ne. 10: 1).
Portanto não podemos afastar a possibilidade de ser Neemias o príncipe conforme declaração em Malaquias 1: 8, principalmente quando se compara os atos do governador Neemias e o seu modo rígido, ao expulsar o povo estrangeiro e seus bens, e a exigência feita aos judeus para que fossem obedientes à Lei do Senhor. (Ne. 13: 8, 11, 25, 28).
A Reconstrução do Templo em Jerusalém.
O resultado da ação profética do ministério de Ageu e Zacarias, durante o governo de Zorobabel, a reconstrução do Templo foi concluída no ano de 515 a. C. e foi dado início à adoração ao Senhor. O novo Templo foi dedicado a Deus em meio a grande regozijo e as festas do Senhor foram celebradas. (Ed. 6: 16-22).
b) A Indiferença Religiosa
O Profeta Malaquias exorta duramente sobre o exercício dos levitas. O objetivo imediato da reprovação profética de Malaquias são os sacerdotes que, com a sua negligência, permitiam que o pecado se instalasse no próprio templo, e o povo também contribuía para isso.
11. “Judá foi desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou a santidade do Senhor, a qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho”.
12. “O Senhor extirpará das tendas de Jacó o homem que fizer isso, o que vela, e o que responde, e o que oferece dons ao Senhor dos Exércitos”. 13. “Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de lágrimas, de choros e de gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão”. (Ml. 2: 11-13).
O Profeta Malaquias se dirige aos que são responsáveis pelos abusos praticados na celebração dos sacrifícios, ou seja, os oficiais entre o povo, os sacerdotes levitas.
10. “Quem há também entre vós que feche as portas e não acenda debalde o fogo do meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oblação”. (Ml. 1:10).
Deus pela boca do Profeta Malaquias também censura com severidade os maus, os injustos, os ímpios, os que repudiam suas esposas (divórcios) para se unirem a mulheres estrangeiras.
9. “Por isso, também eu vos fiz desprezíveis e indignos diante de todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos, mas fizestes acepção de pessoas na lei”. 10. “Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando o concerto de nossos pais”? (Ml. 2: 9, 10).
Tanto o povo como os levitas e os sacerdotes são exortados, quanto aos que deixam de pagar os seus dízimos e as ofertas alçadas, defraudando assim o Senhor. O juízo condenatório da parte de Deus se estende a todos os que não têm o devido temor ao Senhor.
Prega-se muito nesse capítulo de Malaquias somente na questão dos dízimos, mas, esquecem, porém, dos estatutos que não eram guardados, e também do povo que estava desviando dos caminhos de Deus, entre tantas transgressões os dízimos e as ofertas estavam incluídos.
Diz a Palavra de Deus tornai-vos para mim diz o Senhor. O dízimo era exigido pela Lei de Moisés (Lv 27.30).
Por isso, Deus ameaça com maldições os que, egoisticamente, recusam-se a contribuir (vv. 8,9), e promete abençoar os que sustentam a sua obra (vv. 10-12).
7. “Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai vós para mim, e eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar”? 8. “Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas”. 9. “Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a mim, vós, toda a nação”. 10. “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança”. (Ml. 3.7-10).
Deus além de abençoar, promete sua proteção ao povo. 11. “E, por causa de vós, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será estéril, diz o Senhor dos Exércitos”.
E as nações olharão para ao seu povo e ficarão admirados, com a prosperidade advinda de Deus. 12. “E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos”. (Ml. 3: 11, 12).
Os crentes do NT têm a necessidade de contribuir com os seus dízimos e ofertas para manter a obra do Senhor tanto local quanto no campo missionário (2 Co 8.2). “Como, em muita prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza superabundou em riquezas da sua generosidade”.
Esse versículo é usado equivocadamente como se fosse ofertas de dízimos, mas na realidade são ofertas voluntárias de amor enviadas das mãos dos cristãos aos irmãos pobres da Judéia.
Provavelmente esse período descrito por Malaquias trata do período em que Neemias se ausentou de Jerusalém (Ne. 13; 4-13, 23-28). O primeiro período estabeleceu-se entre os anos 20 e 32 do reinado de Artaxerxes (Ne. 5: 14) e equivale a 445-433 a.C.
2) A Vida Pessoal de Malaquias
“Malaquias” significa “mensageiro de Jeová”. A opinião de que “Malaquias”, em (1.1), seja um título descritivo, ao invés de um nome pessoal, é altamente improvável. Embora não tenhamos mais informações no restante do AT a respeito do Profeta, sua personalidade fica bem patente neste livro. Era um judeu devoto da tribo de Judá pós-exílica, e contemporâneo de Neemias. Era, provavelmente, um Profeta sacerdotal.
Nada se sabe das bases familiares ou pormenores da vida de Malaquias. E, uma vez que um profeta é propriamente um mensageiro de Deus, “Malaquias”, ou “meu anjo” (Ml. 3: 1). Pode ser entendido não só como nome próprio, mas também como título daquele a quem Deus confia um ministério profético.
Como nenhum dos livros dos Profetas Menores é anônimo. Certamente Malaquias é o nome do Profeta e consequentemente o mesmo nome do seu livro, onde ele exerce seu próprio ministério. “Peso da palavra do Senhor contra Israel, pelo ministério de Malaquias”. (Ml. 1: 1).
3) Estrutura e Mensagem
Visão Panorâmica da Mensagem Profética
O livro, que consiste num sêxtuplo “peso, sentença pesada, oráculo, pronunciamento, profecia” da palavra do Senhor contra Israel, pelo ministério de Malaquias. (Ml. 1.1; Hc. 1: 1; Zc. 9: 1; 12: 1), está entremeado por uma série de dez perguntas retóricas e irônicas feitas por Israel com as respectivas respostas de Deus por intermédio do Profeta.
Embora, o emprego de perguntas e respostas não seja exclusivo de Malaquias, seu uso é distintivo por ser crucial à estrutura literária do livro. Como foi dito no início a mensagem é na forma de apelo contra a formalidade religiosa e o esfriamento tanto dos sacerdotes levitas como do povo.
II. JUGO DESIGUAL
1) A Paternidade de Deus
10. “Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus?” [...]. (Ml. 2: 10 (a)).
A pergunta poderia ser entendida como às nações raciais descendentes de Abraão, mas o contexto da leitura “o mesmo Deus” implica o contrário, paralelamente com a específica indicação em (Ml 1: 6) de Deus como Pai da nação de Israel. Em (Is. 63: 16), Deus é identificado mais do que como Pai de Israel do que como Pai de Abraão ou de Jacó.
Ainda nos dias de Jesus os judeus insistiam na mesma ideia: “temos um pai que é Deus”. (Jo. 8: 41).
Portanto, a paternidade de Deus no Antigo Testamento se restringe à relação entre Deus e Israel. Não se justifica chamar de irmãos no sentido bíblico todos os seres humanos, uma vez que no Versículo 11, Deus condena o casamento com estrangeiros, que adoram outros deuses.
A criação divina dá base para essa consideração de que todos são filhos por meio da criação, mas isso não garante a sua relação pessoal com Deus (At. 17: 28, 29).
Prova disso é pelo fato de que em Jesus somos considerados como filhos por adoção, o que nos dá direito de sermos considerados como filhos de Deus, a ponto de considera-lo como nosso Pai. (Mt. 6: 9; Jo. 1: 12; Gl. 4: 6).
2) A Deslealdade
O povo mediante a traição mútua violou a aliança que havia feito com Deus. Essa deslealdade, é o principal assunto referido nos versículos (10-16), é mencionada cinco vezes. Alguns intérpretes acham que o Profeta Malaquias está fazendo menção dos casamentos ilícitos com as mulheres estrangeiras (14-16). Com esse procedimento o povo estava profanando o concerto dos pais – estabelecido com Deus no Monte Sinai (2: 10).
Em o Novo Testamento encontramos a mesma exortação proveniente do Apóstolo São Paulo.
14. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” 15. “E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?” 16. “E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”. 17. “Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei;” 18. “e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso”. (IICo. 6: 14-18).
Hoje os pastores não frisam mais a questão do jugo desigual, e após o casamento muitos acabam em ruínas e divórcios, pelo fato de um querer servir a Deus e o outro se opõe contra seu cônjuge de prestar a devida adoração a Deus.
3) O Casamento Misto
O procedimento do povo quanto ao casamento com pessoas fora dos círculos de Israel eram pessoas consideradas como descrentes, considerados como abominação e profanação.
Os casais foram duramente repreendidos com ameaças de serem destruídos por Deus.
11. “Judá foi desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou a santidade do Senhor, a qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho”. 12. “O Senhor extirpará das tendas de Jacó o homem que fizer isso, o que vela, e o que responde, e o que oferece dons ao Senhor dos Exércitos”. (Ml. 2: 11, 12).
a) Abominação
Os judeus foram escolhidos por Deus para serem um povo santo e separado, mas estavam agindo como uma nação pagã. Seu pecado era considerado como “abominação” termo que está de acordo com a questão da imoralidade, a feitiçaria ou a idolatria. Judá casou-se com “adoradores de deuses estranhos”. A palavra casou-se, em hebraico, é a raiz do substantivo baal, deus dos cananitas que significa “senhor dono da casa, esposo marido”.
A palavra abominação se aplica também a qualquer forma de idolatria, ao sacrifício de crianças por moloque, as práticas homossexuais, entre outros pecados. (Dt. 7: 25; 12: 31; Lv. 18: 22; 20: 13). São pecados de pesos gravíssimos. Malaquias os encerram na mesma proporção em (Ml. 2: 11).
b) Profanação
Profano (mundano) é tudo que se endereça a Deus como algo sagrado de forma irreverente, de forma comum, ou seja, sem nenhum temor.
16. “E ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que, por um manjar, vendeu o seu direito de primogenitura”. (Hb. 12: 16).
Judá transgrediu o concerto com Deus profanando a santidade do Senhor. 11. “Judá foi desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou a santidade do Senhor, a qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho”. (Ml. 2: 11).
Esse casamento além de ser uma profanação também era visto como abominação, porque se tratava de uma mulher, que além de ser pagã era também idolatra. Ou seja, qualquer ajuntamento ou aliança com os infiéis é algo considerado como vulgar e profano.
III. DEUS ODEIA O DIVÓRCIO
Odiar sig: arrevessar, desadorar, desamar, malquerer, detestar, renegar.
1) O Relacionamento Conjugal
Malaquias trata com seriedade a questão do divórcio, provavelmente seja Malaquias o único Profeta a tratar sobre o divórcio como algo abominável por Deus e o seu efeito devastador na família de ambas as partes.
11. “Judá foi desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou a santidade do Senhor, a qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho”. 12. “O Senhor extirpará das tendas de Jacó o homem que fizer isso, o que vela, (cuida, guarda) e o que responde, e o que oferece dons ao Senhor dos Exércitos”. 13. “Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de lágrimas, de choros e de gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão”. (Ml. 2. 11, 12, 13).
As lágrimas, os choros, os gemidos, do povo transgressor não são acompanhados de arrependimentos, por isso, o Senhor não tem prazer, alegria, ao receber as ofertas com gestos verdadeiros de humildade, fé e alegria, daqueles que realmente deveriam ser seus servos sinceros, mas o povo portava-se de forma infiel.
O amor pela esposa e vice versa tem que ser verdadeiro, algo que nem sempre acontece devido a alguns atritos que ocorrem no cotidiano dos casais, ou pelo desgaste dos anos que tornam o casamento como algo comum e rotineiro, quando o casamento chega a esse ponto o divórcio é um forte candidato. É preciso recorrer a Deus para que não desmorone o casamento. Apóstolo Pedro como era casado deixou um conselho para todos os casais recomendando a favor das mulheres por causa das suas fragilidades.
7. “Igualmente vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações”. (IPd. 3: 7).
2) O Compromisso do Casamento
É muito provável que não se leve tão a sério a solenidade do casamento e as palavras proferidas diante do oficiante do casamento, mas as palavras dos noivos são consideradas por Deus como confissões diante do seu servo e do seu altar, como diz no versículo 14, que Deus foi testemunha no casamento, agora dissolvido pelo divórcio. Nesse caso Deus considera o descumprimento do casamento rompido como algo desleal e como um ato de traição.
14. “E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher do teu concerto”. (Ml. 2. 14).
3) A Vontade de Deus
Fez Deus somente um. O Profeta aqui traz à memória as palavras de Gênesis 2: 24: significando uma só carne.
15. “E não fez ele somente um, sobejando-lhe espírito? E por que somente um? Ele buscava uma semente de piedosos; portanto, guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade”. (Ml. 2: 15).
Sobejar sig: exceder, exorbitar, extrapolar, exuberar, fartar, sobrar, sobreabundar, sobre-exceder, superabundar, transbordar, transcender, transpor, trasbordar.
Segundo fontes pesquisadas a questão de sobejando-lhe o espírito é uma frase de difícil entendimento provavelmente possa referir-se a obra do Espírito Santo na vida do casal, já que eram santos, e foram criados com esse propósito. Dá a entender que Deus por intermédio do Seu Espírito Santo trabalharia para o fortalecimento do casal e de seus filhos.
Deus Buscava e busca ainda uma semente piedosa. Os filhos de Deus tem que ser filhos piedosos assim como verdadeiros adoradores. (Jo. 4: 23, 24).
Por ser o divórcio um caos na família, talvez os pais na ânsia de se separarem não observem, mas os principais prejudicados serão sem sombras de dúvida, os filhos. Eles sofrerão a distância dos pais. Mas fale disso para um casal divorciado, eles jamais admitirão a amargura dos sofrimentos dos seus filhos, a não ser que os pais não amem seus filhos. Esse é um dos motivos porque Deus odeia o divórcio, por ser uma terrível desgraça e recomenda que: [...] “ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade”. (Ml. 2: 15).
CONCLUSÃO
A sacralidade da família deve ser algo primordial, com isso o povo também usufruiria dos benefícios de uma nação próspera e abençoada por Deus. O sacerdócio que foi incluído nessa lição é algo para se repensar. Como está o nosso pastorado em relação à família e a sociedade? Os nossos sacrifícios devem ser santos como toda nossa vida. Nosso relacionamento com a esposa e os filhos deve ter o brilho e a santidade de uma família santa perante Deus. O divórcio deveria ser descartado da sociedade. Se houvesse um bom senso em relação à atitude do casamento se evitaria esse mal que se enraizou na sociedade tanto pagã como Cristã.
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