MEUS CAROS LEITORES PEÇO DESCULPAS POR ESTAS PROPAGANDAS POSTADAS SEM MINHA AUTORIZAÇÃO.
Encontro dos dois Missionários e o Sonho de fazer Missão em Pará.
Os dois Missionários se
conheceram numa Igreja sueca no estado de Chicago em 1909 dez anos após a morte
do evangelista Dwight l. Moody, que vivia naquela cidade.
O que chamou a atenção de Gunnar Vingren e Daniel Berg para
missões transculturais foi uma profecia de um patrício e irmão na fé chamado
Adolf Ulldin, proferida na cozinha de sua casa em South Bend, uma cidade no
extremo norte de Indiana, no verão de 1910. (CÉSAR, 2000, p. 118).
Os
jovens ouviram atentamente as palavras “Adolf Ulldin, narrou-lhes um sonho, em
que dois personagens, lhe apareceram, com um nome bem legível, e muito
estranho: Pará”. Convictos que era a resposta às orações, e com o sonho de fazer
missão no Estado do Pará. Foram a uma biblioteca em busca da origem Pará.
(OLIVEIRA, 1997, p. 34). O nome Pará nunca tinha sido visto pelos dois, mas
eles sabiam que era um país estrangeiro, logo ao “sul da linha do Equador, na
fronteira de uma selva quente e úmida”. (BERG, 1995, p. 53)
A Chegada dos
Missionários a Belém do Pará.
Convictos
que era um chamado missionário para o Brasil partiram rumo ao Pará. E no dia 19
de novembro de 1910 os Missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, desembarcaram
no Brasil, em Belém do Pará. (ALMEIDA, 1993, p. 251).
Alguns
anos antes da chegada dos missionários, o Acre estava vivendo nos anos de 1877
o auge da produção da borracha. (ANTUNES, 2007, p.8).
Cerca de 4.600 nordestinos fugindo da
seca, se instalaram no Estado do Acre vizinho do Mato Grosso e da Amazônia. No
ano de 1900 os imigrantes somavam 158 mil. O Acre se transformou de território
indígena em um contingente misto, de estrangeiros e a proporção de negros entre
os brasileiros era significativa. A Amazônia viveu nesse período a fama de
Estado rico alimentado pelo cultivo e extração da borracha. (CROCE, 2011, p.
146).
A chegada dos Missionários
“aconteceu justamente no início do declínio da economia da Amazônia, devido à
queda da produção de borracha provocada pelos mercados asiáticos”. (CÉSAR,
2000, p. 119).
Oliveira
diz que a situação dos missionários ao desembarcarem no porto de Belém era
muito difícil, tinham poucos recursos financeiros, além disso, estavam sozinhos
num lugar totalmente desconhecido:
Após
desembarcarem em Belém os únicos 16 mil réis foram gastos num dia de
hospedagem. Com os níqueis restantes, iriam de bonde, no dia seguinte, em busca
da residência do Pastor metodista Justus Nelson, diretor do jornal que,
“casualmente”, chegara às mãos de Vingren no quarto onde se haviam hospedado.
Para surpresa deles, tratava-se de um conhecido de Vingren, nos Estados Unidos.
Separados para
as missões por uma Igreja Batista, nada mais natural encaminhá-los aos irmãos
da fé, o que se fez. No dia seguinte, foram muito bem recebidos pelo
missionário Erik Nelson. Este, como eles de nacionalidade sueca, convidou-os a
cooperarem no trabalho. E ofereceu-lhes o porão da Igreja, onde se
alojaram. (OLIVEIRA, 1997, p. 36).
A Cisão Entre os
Pentecostais e os Batistas.
Segundo
comentário de César; Shaull (1999, p. 21), houve a cisão entre os Pentecostais
e os Batistas, devido à nova forma de culto pentecostal, se bem que uma nova
igreja estava prestes a nascer, e a cisão entre eles foi inevitável. Sem
nenhuma alternativa para o incidente, que contribuiu para a expulsão dos
missionários juntamente com uma minoria de membros batistas.
Em pouco tempo a
notícia correu: uma mulher havia falado em línguas, seguida por outras pessoas,
o que provocou forte discussão num dia de culto. Na ausência do pastor, o
diácono encarregado dos trabalhos afirmou que tais manifestações eram coisas
daqueles tempos. Vingren, calmamente, argumentou que era secundário perguntar
quem conduz as almas para Deus. O primordial é que um número cada vez maior de
almas sejam salvas. Não quero dizer que o senhor, irmão, não esteja com a
verdade, mas que não é dono absoluto da verdade. Quiçá lhe falte à verdade
sobre o batismo do Espírito Santo e sobre a cura maravilhosa dos enfermos por
Jesus; isto pode ser experimentado em nossos dias. Berg e Vingren, porém foram
expulsos do templo. (CÉSAR; SHAULL, 1999, p. 21).
As Versões sobre a Cisão entre os
Pentecostais e os Batistas.
Somente
através de uma pesquisa exaustiva é que podemos chegar a um consenso sobre as
divergências históricas, que não foram contadas sobre a verdadeira cisão entre
os Pentecostais e os Batistas. Pretendemos citar algumas delas, mas elas não
esgotam o assunto.
Versão Assembleiana.
A versão assembleiana diz que, Daniel
Berg e Gunnar Vingren até aquele momento estavam ligados à Igreja Batista na
América (as igrejas que aceitavam o avivamento permaneciam com o mesmo nome).
(ALENCAR, 2010 apud CONDE, 1960: 19). Isso não impediu que houvesse o
confronto, pois a atitude dos missionários não foi bem vista aos olhos dos
irmãos batistas. De fato não foi uma atitude correta instituindo um culto
pentecostal justamente no porão da igreja dos irmãos batistas, onde estavam
hospedados.
Segundo
comentário de Pepeliascov (1997, p. 55), as reuniões com os missionários
juntamente com alguns irmãos batistas duraram aproximadamente três meses. Inconformados com o que
estava acontecendo entre os missionários e os irmãos batistas houve a separação
entre eles devido a nova forma de culto.
Versão Batista.
Mesquita comenta em poucas palavras
sobre o encontro dos missionários com um irmão batista. “Em abril de 1911
desembarcaram em Belém dois missionários suecos que se intitularam batistas.
Dirigiram-se imediatamente a Nelson, seu conterrâneo, sendo acolhidos por ele”.
(ALENCAR, 2010 apud MESQUITA, 1940: 136).
Pereira comenta sobre o mesmo assunto,
só que de forma mais detalhada, assim que os missionários chegaram a Belém do
Pará, identificaram-se como batistas, se ofereceram para auxiliar o missionário
Eurico Nelson, pedindo-lhe hospedagem. Nelson lhes ofereceu o porão da igreja.
Nelson precisou fazer uma viajem ao Sul. “Segundo Emílio Conde, historiador da
Assembleia de Deus, eles procuraram o missionário metodista Justus Nelson, e
foi esse que, sabendo que eram batistas, levou-os à igreja batista”. Depois de
algum tempo, na ausência do pastor Eurico Nelson, “primeiro Gunnar e depois
Daniel pediram ingresso na igreja, declarando-se membros de uma igreja batista
nos Estados Unidos”. Gunnar Vingren se apresentou como pastor. “A igreja
recebeu-os com muita alegria”. (PEREIRA, 1982, p.110, 111).
Pereira
comenta sobre os fatos que repercutiram na cisão da igreja, devido certos
acontecimentos nos cultos dirigidos pelos dois missionários, juntamente com
alguns irmãos batistas:
Mas os dois
começaram a realizar reuniões de oração no porão onde residiam. Nessas reuniões
havia estranhos ruídos e estranhas línguas. Alguns membros da igreja começaram
a adotar as ideias dos recém-vindos. Aumentando o número e chegando ao ponto de
haver manifestações pentecostais numa reunião de oração da igreja, e estando o
próprio moderador da igreja, José Plácido da Costa, envolvido, o evangelista Raimundo
Nobre convocou, com apoio da maioria dos diáconos, uma sessão extraordinária, e
os adeptos de Vingren e Berg formam excluídos. A igreja nesse tempo estava com cerca de 170 membros, e os excluídos foram treze. Assim é
estranho que o historiador pentecostal Emílio Conde diga que a minoria excluiu
a maioria.
(PEREIRA,
1982, p. 110, 111). (Grifo meu).
Versão do Pastor Gunnar Vingren.
Segundo comentário do próprio pastor
Gunnar Vingren (1982, p. 36, 37) em seu diário, após um culto de oração juntamente
com os irmãos batistas, a irmã Celina Albuquerque recebeu o dom das línguas estranhas, isso repercutiu negativamente para os dois missionários.
(Grifo meu).
O
evangelista que se opusera contra o novo modelo de culto dentro da Igreja
Batista disse:
Todos os que
estão de acordo com a nova seita, levantem-se. Dezoito irmãos se levantaram e
foram imediatamente cortados da comunhão da igreja. O pastor que era um homem
verdadeiramente crente e muito sereno orou então a Deus no seu coração e pediu
uma palavra. Abriu depois a Bíblia e encontrou o verso que diz: “Pelo que saí
do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor, e não toqueis nada imundo, e eu vos
receberei; E eu serei para vós Pai e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o
Senhor todo-poderoso”. (II Co. 6: 17 18).
Estes
dezoito irmãos saíram então da igreja batista para nunca mais voltarem. Isto aconteceu em 13 de junho de 1911.
(VINGREN, 1982, p. 37).
Nenhum comentário:
Postar um comentário