Segundo as versões expostas
anteriormente, cada uma com sua justificativa, todas querendo demonstrar o fato
real, explicando como aconteceu a cisão. Mas isso não repercute em nada frente
o fato ocorrido, e nada pode ser feito para impedir que a cisão ocorresse entre
os missionários pentecostais e os irmãos da Igreja Batista.
Assim
que os missionários foram expulsos da Igreja Batista, “lá fora um grupo de
batistas os esperava e assim surgia a Assembleia de Deus (Missão da Fé
Apostólica). Hoje duas vezes maior do que a sua correspondente nos Estados
Unidos”. (CÉSAR; SHAULL, 1999, p. 21).
De acordo com Pereira (1982, p. 110,
111) “surgiu numa Igreja Batista, a Primeira Assembleia de Deus em Belém do
Pará”. Cf. o que disse o Apóstolo Paulo. (IICo. 10:15-17).
Hurlbut
(1993, p. 231) também confirma a história da Assembleia de Deus, e comenta
sobre a função de Gunnar Vingen como ex-pastor Batista: “A maior Igreja Pentecostal
de todos os tempos foi fundada a 18 de junho de 1911 na cidade brasileira de
Belém, capital do Pará”. Pelos Missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren: “ex-
Pastor Gunnar Vingren da Igreja Swedish Baptist Church, (Igreja Batista Sueca),
de Menominee, Michigan, Estados Unidos da América”.
Alencar comenta alguns detalhes sobre a
Igreja Assembleia de Deus: “Como
dois suecos solitários iniciaram acidentalmente essa igreja que veio a ser a
maior instituição evangélica do planeta e, apesar disto, que efeito causa na
vida sociocultural deste país”? (ALENCAR, 2010, p. 21).
Outro
fato a ser considerado segundo comentário de: “Eurico Bergston, finlandês, poucos meses antes de morrer (quando
foi entrevistado), fez questão de dizer que o “segredo do crescimento da
Assembleia de Deus no Brasil foi a firmeza da doutrina dos suecos””. (ALENCAR, 2010, p. 99).
A Oficialização
do Nome Assembleia de Deus.
Poucos brasileiros sabem ao certo a
origem da nomeação da Igreja com o nome Assembleia de Deus. Segundo González,
E; González, L. (2010, p. 415), desejosos de mudar o nome da Igreja, juntamente
com outros obreiros, da recém-fundada Igreja, denominando-se Missão da Fé Apostólica, no ano de 1911.
Após entrarem em acordo com as
Assembleias de Deus nos Estados Unidos (“fundada pelo irmão E. N. Bell”)
obtiveram junto a Igreja americana o direito de nomear a Igreja brasileira com
o mesmo nome. (DANTAS; SANTOS e ROCHA, 2010. p, 29).
“Após cinco anos e sete meses da sua fundação.
Compreendendo um período de 18 de junho de 1911 a 11 de janeiro de 1918”, a
Igreja foi registrada e passou a se chamar juridicamente pelo nome de
Assembleia de Deus. (PEPELIASCOV, 1997, p. 56).
A Resistência a
Implantação de Seminários Teológicos.
Entre
tantas crises ocorridas na Assembleia de Deus, uma delas tornou-se luta de
resistência pela liderança quanto à implantação de Seminários Teológicos. Após 12 anos da sua fundação começou a
luta pela implantação dos Seminários, mas isso só veio acontecer muitos anos
depois.
O
pastor Gunnar Vingren silenciou-se, e o pastor Paulo Leivas Macalão se opôs
contrário à implantação dos mesmos. “O missionário Lawrence Olson propôs a
abertura de institutos bíblicos e, escolas teológicas e seminários pelo país”.
O projeto de Olson foi contestado pelo pastor Paulo Leivas Macalão da
Assembleia de Deus em Madureira, Macalão afirmava que seria “perigoso investir
na educação teológica do obreiro”. “Segundo ele, a muita sabedoria, o muito
estudo e o intelectualismo poderiam esfriar espiritualmente a alma”. (CÉSAR,
2011, p. 25). Esse pensamento ainda existe entre a maioria dos pentecostais.
A
honra da fundação do primeiro Seminário foi concretizada por um pastor que
chegara dos EUA. O nome desse seminário teológico era o “IBAD – Instituto
Bíblico das Assembleias de Deus, fundado em 1958 pelo pastor João Kolenda
Lemos, brasileiro, descendente de alemães. Sua esposa, Ruth Doris Lemos,
pastora assembleiana, é norte-americana”. Na época da fundação do Instituto
“foram tratados como “desviados, rebeldes” e não foram excluídos da Assembleia
de Deus porque, embora no Brasil, permaneceram filiados à Assembleia de Deus
nos EUA”. (ALENCAR, 2010, p. 92).
Curso Teológico
para Aspirantes ao Ofício de Obreiro.
Quanto
a Igreja recomendar que os aspirantes ao ofício de Obreiro tivessem formação
teológica. César (2011, p. 26) comenta que: “a partir de 1983, recomendava-se
oficialmente que os candidatos ao “santo ministério, que fossem qualificados
teologicamente para o manejo da Palavra”. O pastor Walter Brunelli, já havia
advertido à Convenção de 1981” sobre a falta
de conhecimentos teológicos dos membros assembleianos ao dizer que:
Sofremos hoje
problemas de infraestrutura, por não ter havido no passado uma preocupação com
a educação teológica. A ênfase demasiada
na obra do Espírito Santo talvez tenha originado o conceito de que era
desnecessária qualquer preocupação nesse sentido. Creio que caímos num tipo
de pietismo que levou as pessoas a dizerem coisas exageradas e a quererem que o
Espírito Santo as endossassem. Deveria
haver equilíbrio, e com um conhecimento mais apropriado da Palavra de Deus
poderia levar os obreiros a esse estado de equilíbrio. (CÉSAR, 2011, p.
26). (Grifo meu). Esse desequilíbrio ainda continua nos dias de hoje.
A Fragmentação
das Igrejas Pentecostais Brasileiras.
Conforme
Mariano (2005, p. 23) ficou demonstrado em suas pesquisas à falta de
homogeneidade no pentecostalismo brasileiro, segue-se assim, a sua explicação:
O
pentecostalismo brasileiro nunca foi homogêneo. Desde o início, conteve
diferenças internas. Congregação Cristã e Assembleia de Deus, as duas primeiras
igrejas pentecostais fundadas no Brasil, a primeira em 1910, a segunda em 1911,
sempre apresentaram claras distinções eclesiásticas e doutrinárias que, com o
passar do tempo, geraram formas e estratégias evangelísticas e de inserção
sociais bem distintas. Na década de 1950, com a chegada dos missionários da
Cruzada Nacional de Evangelização, vinculados à Igreja do Evangelho
Quadrangular, teve início a fragmentação denominacional do pentecostalismo.
(MARIANO, 2005, p. 23, 25).
No mundo competitivo na questão
pentecostal, devem-se levar em conta outros fatores nessa fragmentação do
pentecostalismo das Assembleias de Deus com o surgimento também dos movimentos,
com poucas ou nenhumas estruturas teológicas como: “gospel, ou
neo-pentecostalismo, pós-pentecostalismo, pós-denominacionalismo, quando o
“mercado religioso” está cada vez mais competitivo”. (ALENCAR, 2010, p. 52).
Droogeres
comenta sobre o universo pentecostal inverso, visto sob a ótica pentecostal
globalizada, ele torna-se um indivíduo singular, no meio de uma comunidade
cristã, há quem diga que os pentecostais
não vivem em comunidade, as disputas tornaram suas mensagens individuais,
mesmo sendo compartilhada em um mundo competitivo pelo espaço eclesiástico.
“A mensagem pentecostal tornou-se
concorrente forte, devido ao que se oferecem as pessoas em crise pelo sistema
em que vivem podendo “recuperar o seu sentido de autoestima””. Sua mensagem tem
como objetivo procurar soluções na busca
individual oferecendo “orientação confiável e convincente na vida e, além
disso, oferece uma fórmula que corresponde à escala do mundo globalizado, ou
seja, interatividade pessoal em um mundo global”. (DROOGERES, 2010, p. 24).
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