Denominada pelos turcos de Aghri
Dag, Montanha de sofrimentos, tais as dificuldades para a sua escalada, o Monte
Ararat, de 5.165 m, junto às fronteiras da Turquia, do Irã e da União Soviética,
foi vencido em 1954 pelo norte-americano Jhon Liibi e alguns auxiliares, numa
tentativa de localizar a arca de Noé, que segundo a narrativa bíblica, pousou
num de seus montes.
Vencidos os obstáculos da sua
ascensão, Liibi convenceu-se de tê-lo visto de uma distância de apenas 60
metros e descreveu-a como um volume semelhante, pelo aspecto, a um navio de
feitio retangular. Todavia, não a pôde tocar, impedido por uma tempestade e
grandes blocos de gelo. Voltou ao mesmo local no dia seguinte, quando a tempestade
desapareceu, mas outro imprevisto o fez, de novo, desistir: dois ursos,
corpulentos e enfurecidos, a lembrarem de dragões de velhas lendas, lhe
barraram o caminho. Dois turcos que acompanhavam, em tentativa isolada,
chegaram à mesma distância da Arca, mas recuaram. E comunicaram para Ancara,
num relatório, que a Arca estivera em frente de seus olhos.
Liibi e seus auxiliares não foram
os primeiros a testificarem de ter visto a Arca de Noé. Vários pilotos
militares, durante a primeira e a segunda Guerra Mundial, ao sobrevoarem aquela
região montanhosa, viram e fotografaram o que lhes parecia o casco de um enorme
navio, semicoberto pelo gelo. Um piloto russo, em 1917, afirmou ter notado os
restos dum estranho navio e uma expedição russa até o teria fotografado.
Mais recentemente, o Instituto
Ártico da América do Norte, provavelmente a maior organização destinada à
pesquisa polar no continente americano, decidiu ajudar na remoção de gelo que
cobre uma maciça estrutura de madeira, pesando cerca de 50 toneladas, num dos
picos do Ararat. A iniciativa da conceituada organização americana foi motivada
por uma série de notícias relacionadas com o Dilúvio bíblico, inclusive pelo
anúncio feito pelo industrial francês Fernand Navarro, que realizou duas expedições
ao possível local da arca, em 1955 e 1969, e disse estar convencido da
descoberta dos restos da Arca de Noé.
Amostra das pranchas de madeira
descobertas por Navarro foram analisadas com base na cor, mudança de densidade
e no grau de lignificação, atribuíram-lhes uma idade entre 4.500 e 5.000 anos.
Submetidas ao moderno método de datar carbono radioativo (C14), os resultados
da análise não corresponderam à idade em que o Dilúvio teria ocorrido, pois
segundo os analistas, a Madeira dataria cerca do ano 600 da nossa era. Todavia,
é bom lembrar que este último processo de datar não se tem mostrado seguro,
havendo vários casos em que partes de uma amostra, analisadas pelo mesmo
processo, mas em laboratórios distantes uns dos
outros, acusaram diferenças absurdas, de milhares de anos. O fato mais
significativo em relação à madeira atribuída à Arca de Noé foi divulgado por
membros de uma expedição enviada ao local do achado: Disseram que o Serviço
Florestal dos Estados Unidos havia identificado a madeira como sendo uma
espécie de carvalho branco, que não cresce num raio de 500 kilometros da
montanha!
O
pesquisador norte-americano, To Crostser, revelou em 1974 ter achado aquilo que
julga ser a carcaça da Arca de Noé, presa num glaciário do monte Ararat. Depois
de observar em fotografias tiradas por satélites uma forma que aprecia um
navio, Crostser FEA quatro expedições que lhe permitiram trazer pedaços de
madeira, cuja idade foi computada em 4.000 a 5.000 anos.
Tais testemunhos em favor da historicidade do Dilúvio
somam-se às conclusões de especialistas nas áreas da Geologia, Arqueologia,
Paleontologia, Etnologia e outras ciências. As três primeiras falam de conchas do
mar encontradas em elevadas montanhas e da existência de abundantes restos de
seres vivos em camadas inferiores da Terra, enquanto a quarta ciência faz
referência a muitas tradições guardadas por todos os povos antigos acerca de um
grande dilúvio.
A LIÇÃO DOS MAMUTES
No
longínquo norte, onde inexistiam quaisquer vestígios de vegetação, a presença
de milhares de animais imersos ou sei-imersos nas geleiras vem intrigando a
Paleontologia, ciência que estuda os fósseis. Trata-se de mamutes, um tipo
extinto já há milênios, cujos espécimes parecem com os atuais elefantes, sendo,
porém, bem maiores do que estes. Eles apresentam-se aos cientistas
perfeitamente conservados, em virtude do permanente congelamento, ao ponto de
sua carne apropriar-se à alimentação.
Até
aqui nenhuma grande dificuldade, não fosse à presença de erva verde no estômago
destes gigantes antediluvianos, e com a agravante de, em inúmeros casos, esse
tipo de alimentação encontrar-se em seus próprios dentes. Como explicar este
mistério?
Sempre
dispostos a aceitar desafios, os cientistas lançam Mao de inúmeras teorias,
sendo uma delas a que se segue: Em época remota, talvez há algumas dezenas de
milhões de anos, bem antes do aparecimento do homem, a Terra encontrava-se numa
fase de resfriamento em que milhares de vulcões permaneciam em constante
atividade lançando lavas a dezenas de quilômetros. Os continentes eram
periodicamente castigados por grandes enchentes, varridos por tufões e
sacudidos por violentos terremotos. Numa dessas ocasiões, dizem os cientistas, um
cataclismo abateu-se sobre a Terra: enquanto esta era sacudida, um tufão de
enormes proporções arremessava as águas do oceano no sentido sul-norte,
provocando o afogamento de incontestável número de animais e lançando muitas
delas até a região ártica, onde ainda jazem.
Discordando,
porém, desse tipo de raciocínio forçado, pesquisadores cristãos sugerem terem
sido os mamutes surpreendidos por um dilúvio repentino, sem tempo sequer de
terminarem uma refeição, juntando um argumento biblicamente válido: no passado
as zonas quentes avançavam até as proximidades dos polos, permitindo a
abundância de pastos férteis nesses lugares, onde viviam grandes manadas de
seres vivos.
A
propósito dessas questões tão polêmicas, um jornal carioca registrou que
“aterra antediluviana era como uma estufa global, de clima ameno e uniforme. A
Antártida era certa vez uma terra verdejante, com flores e pássaros cantando
nas árvores. Peixes, aos milhões, enterrados nas rochas da Inglaterra,
Alemanha, Suíça; elefantes e rinocerontes sepultados, aos milhões no Alasca, na
Sibéria, na Inglaterra, na Itália, na Grécia; ao mesmo se dá com répteis no
Canadá, nos Estados Unidos, na América do Sul, na África, na Austrália, para se
mencionar apenas alguns de tais casos, exige positivamente a explicação de
grandes catástrofes, para sua completa elucidação. Escavações de arqueólogos,
em anos recentes, provam que houve realmente um dilúvio. Quase em cada cultura,
emergem contos notavelmente similares sobre um grande dilúvio. Amostras do
fundo do mar confirmaram a existência de tal dilúvio universal”. (1)
(1) Última
Hora, Rio, 24/5/79.
ALTERADO O SISTEMA AERO-TELÚRICO
Apesar
de a Bíblia não indicar as razões da mudança de clima, uma possível explicação
talvez esteja na queda do grande dossel aquoso, em forma de chuva. Esta
hipótese, defendida hoje por muitos e recomendados cientistas, dentre eles Vail
e H. Rimmer pode justificar as idades avançadíssimas dos homens antediluvianos
e aclarar a existência dos dinossauros, tais como o Diploducus, o Aelosauros, o
Oviraptor, o Estegossauro, o Braquiossauro, o Iguanadonte, o Brontossauro, e
muitos outros, cujas ossadas estão expostas nos museus de História Natural de
todo o mundo. Assim, a Terra antediluviana inteiramente envolvida por uma lente
de gelo – o firmamento (2) – a qual a protegia parcialmente das influências
prejudiciais dos raios cósmicos. E com a queda daquela grande lençol de água,
os raios solares, agora mais fortes, teriam ocasionado maiores diferenças de
temperatura entre as regiões polares e equatoriais, dando origem aos climas
fortes. Esta interpretação em nada origem contraria as Escrituras, pois estas
não fazem referência alguma a chuvas antes do Dilúvio, afirmando, todavia, que
“um vapor, porém, subia da terra, e regava toda a terra.” (3) Aqui estaria a
solução do problema dos mamutes.
(2) Gn 1. 6, 7. (3) Gn 2. 6. (4) Gn 9. 21.
Esta
é também a opinião do Dr. Robert Northrupt, erudito em Geologia e professor de
Estudos Semitas no Batist Bible Seminary em Clark´s Simmit, Pensilvânia, EUA.
Referindo-se aos dinossauros, aquele especialista afirmou: “E enquanto examino
a evidência, descubro grandes provas de que os dinossauros não estavam
completamente felizes vivendo após o dilúvio. Não era o seu mundo. Seu mundo
era antes do dilúvio, quando havia um grande dossel de águas cristalinas acima
da atmosfera. E aquelas criaturas estavam perfeitamente adaptadas ao mundo que
coexistiu entre Adão e Noé. Não acho que eram carnívoras. E nisto tomo por base
Gn 1. 27. Todas as criaturas deveriam alimentar-se de vegetação. A primeira
menção de atividades carnívoras encontra-se em Gn 9. Foi dada permissão ao
homem para comer carne; o homem foi avisado dos animais que poderiam matá-lo e
foi-lhe dado o direito de matar animais. Mas pode ser aquelas compactas
mutações ocorreram imediatamente após o dilúvio, devido à intensa radiação
solar. Aquelas criaturas pré-diluvianas não experimentaram a radiação que
estamos sofrendo continuamente até hoje. Nós vivemos com ela e estamos
adaptadas a ela. Mas eles não estavam adaptados e podem ter sofrido enormes
mudanças, mudanças prejudiciais.”
É notório o fato de Noé ter-se embriagado com o suco
de uva, depois do Dilúvio, (4) quando não há na Bíblia nenhum relato de
embriaguez antes daquela data. São os raios solares, tais como os conhecemos
hoje, os responsáveis pela fermentação de determinados produtos vegetais.
PROVAS ARQUEOLÓGICAS
Em
1922, Sir Leonard Wooley, arqueólogo inglês, iniciou uma série de escavações no
deserto mesopotâmio, no lugar da bíblica cidade de Ur, uma das principais da
Suméria. Depois de descobrir os cemitérios reais de Ur, com fabulosas obras de
arte e centenas de objetos de ouro, Wooley ordenou aos seus trabalhadores que
cavassem mais fundo. Através de tijolos decompostos, as ferramentas foram
abrindo caminho até a camada de lama limpa depositada por água. Como explicar a
presença de lama, a não ser por meio de um dilúvio?
As
escavações prosseguiram por mais 2,5 m de argila limpa, até encontrarem-se
restos de uma civilização do final da Idade da Pedra. As dúvidas desapareceram:
era o Dilúvio.
Cinquenta
anos mais tarde, um navio oceanográfico dos Estados Unidos recolheu vários
extratos de sedimentos submarinos no Golfo do México, comprovando-se a
concorrência, há cerca de 10 a 12 mil anos, de uma grande inundação universal.
Segundo os cientistas – Cesare Emiliani (Universidade de Miami), James kennett
(Universidade de Rhode Island) e Nicholas Shackleton (Universidade de
Cambridge) – que examinaram tais extratos, uma grande quantidade de água doce
tinha caído no Golfo do México. Mas como?
A
teoria apresentada pelos peritos faz referência a um colapso súbito sofrido
pela calota polar, que se derreteu, inundando os continentes e fazendo subir em
dezenas de metros o nível dos mares. “Não há dúvida de que houve uma enchente,
e ela foi universal”, concluiu Emiliani. (5)
(5) Seleções do Reader´s Digest,
janeiro de 1978. (6) Gn 7. 11, 12, 18,
19.
(7) Gn 6. 19, 20; 7. 2.
A Bíblia, por sua vez, fala de chuvas fortes e
constantes: “naquele mesmo dia se romperam todas as fontes do grande abismo, e
as janelas do céu se abriram e houve chuva sobre a terra quarenta dias e
quarenta noites. Esteve o dilúvio quarenta dias sobre a Terra; a arca andava
sobre as águas. E as águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e todos
os altos montes, que havia debaixo de todo o céu, foram cobertos.” (6).
O PROBLEMA DOS BICHOS
Voltemos
á arca. Caberiam nela todos os animais exigidos por Deus? Note-se que dos
animais limpos deveriam ser preservados sete casais de cada espécie, e nos
demais casos um casal. (7) Haveria espaço e alimento suficientes para todos?
Somados
os seus três pavimentos, as dimensões da arca chegam a mais de nove mil metros
quadrados, com uma capacidade de carga de aproximadamente 43 mil toneladas.
Possivelmente uma embarcação descomunal para sua época.
Vejamos
o testemunho do Dr. Alfredo Russel Wallace, autor de Distribuição Geográfica
dos Animais: “Existem cerca de 1700 espécies de mamíferos, 10. 087 de aves,
987 de répteis, e aproximadamente 1000.000 de insetos, pelo menos sete pares. Ora,
a questão é a seguinte: Como pôde Noé abrigar na arca todos esses animais”?
“Os
mamíferos variam de tamanho. O Dr. Wallace dá como termo médio o gato
doméstico, de modo que nós faremos o cálculo sobre esta base. Cada andar tinha
3. 037 metros quadrados de área, de maneira que, um só pavimento, digamos o
primeiro, 3. 400 teriam quase um metro quadrado de espaço cada um; e,
considerando o tamanho médio que propomos, esse espaço seria mais que bastante.
Naturalmente precisamos de lugar para depósito de mantimentos; mas lembremo-nos
de que resta bastante espaço acima dos animais, e esse resto dos 4, 20 metros
de altura pode ser usado para forragem.
“O
segundo andar deixemos para os insetos e os répteis, bem como o seu alimento.
Nesse espaço de 3. 037 metros quadrados temos de abrigar 200. 000 insetos e
1974 répteis. Os insetos, naturalmente, são maiores. O cálculo mostra-nos que
temos cerca de 150 centímetros quadrados para cada um. Isto sem dúvida provê
espaço mais que suficiente.
“Resta-nos
ainda todo o andar superior, o terceiro, para Noé e sua família, de sete
membros, juntamente com 20. 174 aves para lhes fazerem música. As aves são, na
média, pequenas, pois predominam as espécies menores, mas poderemos conceder
1.350 centímetros a cada uma, e assim mesmo as maiores terão bastante lugar.” (8)
(8) Luiz Waldvogel, Vencedor em
Todas as Batalhas, Casa Publicadora Brasileira, pág. 68.
Há, ainda, mais alguns fatos curiosos em relação à
arca: esta tinha de comprimento seis vezes a sua largura. O aperfeiçoamento da
arte náutica, através de milênios, levou os estaleiros navais modernos,
inconscientemente, a se aproximarem das proporções da arca, porém em ponto
reduzido. Era pesada e difícil de dirigir, mas sua capacidade de carga era um
terço a mais que os navios ordinários das mesmas dimensões.
FALTAM AS TRADIÇÕES
No
ano de 1872 o assiriólogo George Smith decifrou, no Museu Britânico, a
escritura de um tablete de argila desenterrado em 1850 por Sr. Henry Layard.
Esse tablete ficou famoso como “A epopeia de Gilgamesh”, um poema que conta a
história de como um homem chamado Utnapistim e sua mulher construiu um barco e
tornaram-se os únicos sobreviventes de um dilúvio universal.
São
inúmeras as tradições acerca do Dilúvio, encontradas em quase todos os povos antigos:
caldeus, fenícios, sírios, armênios, tribos indígenas norte-americanas, gregos,
etc. Roque Monteiro do Amaral classifica estas tradições em quatro ciclos e
fala do segundo deles: “As tradições chinesas guardam não poucas semelhanças
com a narrativa bíblica. Fah-he, admitindo como tendo sido o originador da
civilização chinesa, teria sobrevivido ao Dilúvio. É-nos ele representado como
constituindo-se em novo início da humanidade, juntamente com sete companheiros
– a esposa, três filhos e três filhas. Processaram-se os casamentos e,
consequentemente, novo povoamento da superfície da terra se veio a verificar
depois do Dilúvio.
“Da
Índia nos chega outra tradição assim: Brahma teria prevenido a Mam da
ocorrência próxima do dilúvio. Determinou-lhe, então, que construísse uma
embarcação que fosse capaz de conter em seu interior alguns pares das várias
espécies de animais. O próprio Brahma, metamorfoseado em peixe, teria empolgado
a tal embarcação de modo a fazê-la ancorar nas cimas do monte Himarate
(Himalaia).
“Mam
teria passado, depois disso, a dar origem a uma nova humanidade.” (9).
(9) E o Dilúvio Aconteceu,
1973, pág. 207. (10) Mt 24. 37-39
Bibliografia: ALMEIDA, de Abraão. O
Dilúvio e os fatos. Rio de Janeiro, CPAD, Ano?
E para concluir com chave de ouro, mencionaremos o
testemunho superior de quem é digno de todo crédito: Jesus Cristo. Ele falou
dos antediluvianos, de Noé, da arca e do Dilúvio não como reportando a uma
lenda, mas a um fato histórico digno de construir-se em séria advertência para
todos nós: “E, como foi nos dia de Noé, assim será também a vinda do Filho
do Homem. Portanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam,
casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que veio o dilúvio, e os levou
a todos, – assim será também a vinda do Filho do Homem.” (10).