Este assunto não é uma ficção. Muito menos
uma história inventada para causar impacto nas mentes dos casais, mas este
assunto pode ser contemplado em diversas famílias em todo o mundo. O autor
confessa que nada neste livro é ficção, e o cenário destes acontecimentos foram
na África. Talvez possa ter acontecido em partes na minha ou na sua vida. Não
importa o que nos aconteceu, o que nos importa é valorizar mais o nosso
casamento, a se possível aconselhar os casais para que não caiam neste mesmo
labirinto de imperfeições, o que levaria sem dúvida o fim de um casamento.
Walter
Tobisch
Deixem-me descrever os sintomas deste caso. O
casal encontra-se casado, legalmente casado há certo tempo.
Têm mantido relações físicas. Mas o amor
extinguiu-se.
“As razões de tal condição podem ser
inúmeras. Talvez, em primeiro lugar, não tenha havido amor. Talvez se tenham
casado demasiado jovens e depressa demais, e o que julgavam ser amor carecia de
qualidade da união”.
Ou o casamento foi inteiramente baseado na
atração física, e à medida que os anos se passaram, a atração física não
permaneceu tão intensa. Ou o casal descuidou-se de incentivar o ardor de sua
afeição e se tornaram demasiado absorvidos quer pelo trabalho doméstico ou pela
profissão, quer pelos filhos.
Cada qual cultivou interesses diferentes sem
compartilhá-los, e bem depressa perderam a base comum aos dois.
È uma doença perigosa. Nenhum casamento
consegue enfrentá-lo por muito tempo sem ficar seriamente enfermo. No princípio
esta moléstia pode ser disfarçada satisfatoriamente pela “aparência conjugal” e
o mundo exterior pode ser iludido. O casal ainda vive na mesma moradia. Mas é
só.
A doença não estaciona. À medida que
progride, os sintomas são os seguintes: Os cônjuges tornam-se cruéis um para
com o outro, tanto em palavras, quanto em ações. Esta crueldade por parte de
ambos dá lugar à completa indiferença e á vacuidade voraz no relacionamento
mútuo.
É inevitável que tal vacuidade venha, um dia,
a afetar o entrosamento físico. Desde que os três ângulos do triângulo são
inseparáveis entre si, a doença de um contagiará os dois. O ato sexual é
executado como obrigação, uma responsabilidade. Cria-se uma tensão entre sexo e
casamento.
Logo depois o marido procura uma mulher que o
compreenda melhor do que sua esposa. A esposa encontrará um homem que lhe cause
mais bem-estar do que o marido. O ciúme se insinua. A infidelidade mental
precede a infidelidade sexual. Por fim, o adultério atinge a fundação legal e
também afeta o ângulo superior do triângulo.
Essa doença tem sido descrita e ilustrada em
milhares de filmes e romances. De um modo errôneo, romance e filmes põem a
culpa da extinção do amor no casamento.
Gostariam de fazer-nos acreditar que somente
fora do casamento o amor tem oportunidade de sobreviver, que somente tal
espécie de amor é interessante, atraente, excitante e digno de louvor.
Entretanto, o amor fora do casamento, facilmente se transforma num incêndio de
matas que, no final, destrói os amantes.
Existe uma possibilidade raramente focalizada
por tais filmes e romances. É a que focaliza o amor como parte integral do
triângulo. Somente aí se encontra a verdadeira terapia. Entretanto, ela tem de
ser aplicada antes que o amor se extinga totalmente e os outros dois ângulos do
triângulo estejam contaminados.
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