Daniel Berg – (1884 – 1963).
Daniel Berg era um
homem simples, porém tinha um zelo ardente pela evangelização. Em uma das
inúmeras viagens a Suécia em 1920 conheceu a jovem Sara e no mesmo mês de junho
contraiu matrimônio com ela em Suécia. (PEPELIASCOV, 1997, p. 56).
A vida de Daniel Berg um dos fundadores da
Assembleia de Deus em Pará Belém foi repleta de altos e baixos. Alencar cita
alguns detalhes importantes da vida de Daniel Berg em sua biografia:
Daniel Berg nasceu em 19 de abril de
1884 em Vargön em, Suécia. De família batista muito pobre, segundo relata sua
biografia, sofreu na infância a marginalização por ser “pagão” (só foi batizado
aos 15 anos) numa sociedade que batizava as crianças e, em que, a Igreja
Luterana, estatal, controlava escolas, igrejas. Aos 18 anos, Berg foi para a
Inglaterra e de lá para os EUA. Chegou ao Brasil em 1910, aos 26 anos de idade,
onde viveu por 52 anos, vindo a morrer em 1963, na Suécia.
Operário de uma fundição, apenas
alfabetizado, no Brasil nunca assumiu qualquer igreja, cargo ou exerceu
qualquer outra forma de influência. Chegou a admitir que pretendia “servir ao
Senhor no futuro com sua força física”. No Brasil, trabalhou na Companhia Por of Pará, para sustentar
seu amigo enquanto aquele estudava o português.
Nas entrevistas com os
pastores, quando perguntados por que Daniel Berg nunca assumiu a presidência da
Convenção ou de uma igreja, as respostas variavam entre: “ele era muito
humilde; era apenas um evangelista, vivia nas ruas e nos trens distribuindo
literatura; era analfabeto, nunca aprendeu a falar português”. Enfim, este
homem que é fundador da Assembleia de Deus, morreu no ostracismo. Não há
qualquer registro de Daniel Berg ter recebido uma consagração oficial como
pastor. Seu nome desparece dos jornais da denominação e há apenas dois artigos
assinados por ele (alguns entrevistados têm certeza de que não foi ele quem
escreveu). Já no final da vida, foi homenageado no Cinquentenário da Igreja.
A partir da década de 1960 a terceira fase,
quando a Assembleia de Deus lançava a sua 1ª história e já era uma denominação
nacional querendo afirmação institucional, houve todo um discurso elogioso
sobre “dois heróis suecos” – provavelmente uma tentativa de “compensação” pelos
anos que foi relegado ao esquecimento. Berg trabalhou um tempo em Portugal e no
Estado do Espírito Santo e São Paulo, mas, oficialmente, permaneceu sem assumir
a direção de uma igreja. Os novos missionários suecos que vão chegando passam a
pastorear as igrejas já iniciadas e ele é preterido. Dois dos pastores
entrevistados falaram que em seus últimos anos no Brasil Berg viveu em grande
pobreza, algo que não seria novidade se tratasse de um pastor assembleiano no
sertão nordestino, mas Berg, pioneiro fundador da igreja, vivendo em São Paulo,
quando a Assembleia de Deus já era grande e rica, é de se perguntar pela
ocorrência de tal esquecimento ou abandono? (ALENCAR, 2010, p. 55, 56).
Nenhum comentário:
Postar um comentário