A CONSTRUÇÃO DA VOCAÇÃO E IDENTIDADE
O tema da
identidade tem percorrido a história da humanidade através das interpretações
diferenciadas das ciências sobre o tema.
Evidentemente não há como falar de identidade sem mencionar o si mesmo e
o outro. Ou seja, é um processo que acontece no grupo e no interior de cada
pessoa. A identidade traz à tona também diversas maneiras que as pessoas
encontraram de construir seus conceitos, morais e religiões. Portanto, a
identidade também fala de cultura. Cultura que abre caminho para etnias,
construção histórica e a caracterização de um povo. Portanto, falar de
identidade também nos remete à dimensão política que faz a comunidade lidar com
o poder que permeia sua constituição. A vocação adentra nos meandros
mencionados acima, porém está intimamente relacionado com um processo de
identificação que, através do trabalho, perpassa não só a dimensão
profissional, mas também dos significados dados à vida. A vocação proporciona
um processo de escolha que inclui concepções éticas de determinado grupo bem
como e do transcender a si mesmo nos relacionamentos humano-humano,
humano-sagrado. Esse espaço político expõe as riquezas grupais e a noção de
comunidade como lugar de aconchego e encontro.
Para se formar uma identidade, é necessária a presença dos/as outros/as
para que haja uma identificação. Sem o encontro com o/a outro/a não para
encontrar a si mesmo/a. Nesse viés há uma relação de aproximação que se
denomina representação. O universo das
representações não deve ser encarado como um mascaramento da identidade que nos
faz receber um nome, uma história, uma memória. Há uma confluência de
identidade entre as pessoas. Portanto, há um movimento na identidade que nos
move para aspectos que nos lembra de transição de um lado para outro.O homem não nasce pronto para
isto ou aquilo outro, ele se fabrica gradativamente em seu processo seletivo.
Para Locke o homem é como uma tábua rasa, onde o conhecimento se escreve
através da experiência. Existem certas atitudes quanto ao chamado pastoral. Uma
delas é saber ouvir a voz de Deus.De fato, vocação e identidade,
são de extremo valor para sustentar o sentido das pessoas. A Igreja como agência
do Reino precisa ser administrada por homens e mulheres que realmente foram
vocacionados por Deus e com essa nova identidade pode interagir com as pessoas
do seu Reino.No antigo contexto judaico, era visível
as mulheres serem discriminadas pela cultura judaica. Certo rabino disse que
preferia nascer morto a nascer mulher. O pastoreio é voltado ao ser masculino,
mas aqui na nossa América, as mulheres têm desempenhado seu ministério muito
frutífero. De fato na teologia eclesiástica, as mulheres devem ser incluídas na
vocação pastoral.Em ambos os casos ninguém toma
essa honra para si se não for chamado por Deus. (Hebreus. 5:4).Creio que o pastoreio almejado
poderia se basear no ministério do profeta Amós considerado o profeta da
“justiça social”. A vocação está ligada à consciência divina que não vê dessa
forma como muitos vêem.A igreja é para todos, a vocação
e a identidade pastoral são para poucos, que no seu decorrer, forja-se na
bigorna do exercício cristão, envolvido com as mais diversas tribulações, mas
quem tem a vocação por amor, exerce seu pastoreio com a maior nobreza da
convocação divina para o maior e mais excelente cargo, pastorear vidas para seu
Reino. Existem certas atitudes quanto ao chamado pastoral. Uma delas é saber
ouvir a voz de Deus. Alguns se equivocam e não discernem a voz de Deus com isso
geram crises de autoridades.Para Arcângelo R Buzzi a teologia
medieval considerava a identidade humana pertencente ao Deus vivo. É preciso
resgatar com urgência a imagem do ser humano como imagem de Deus, pelo motivo
da desvalorização atribuída ao pecado que distorceu essa imagem, mas em Cristo
somos novas criaturas.
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