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O Preconceito contra as Mulheres na Igreja Assembleia de Deus.
O Preconceito contra as Mulheres na Igreja Assembleia de Deus.
O
sexismo (Atitude discriminatória em relação ao sexo
oposto), não é
simplesmente um ato isolado em diversas áreas da sociedade, tanto civil como
eclesiástica. Nas igrejas pentecostais, principalmente nas Assembleias de Deus
esse problema também existe. O pastor Menezes diz que, “presentemente, existe
um costume desprezível e antibíblico, o qual, até mesmo, em nosso meio
assembleiano, já se tornou corriqueiro”. O pastor Menezes está falando, quanto
à apresentação das esposas dos pastores se diz: “o pastor fulano está
acompanhado de sua esposa, nem ao menos citam o prenome da irmã”. (MENEZES,
2007, p. 100).
Segundo comentário do Dr. Yamabuchi, no
cristianismo primitivo o poder prevalecia no mundo masculino, consequentemente
era limitado às mulheres acesso ao espaço sagrado:
Na religião, o exercício do poder está assegurado a quem detém os meios
simbólicos para produzir o saber institucionalizado. No cristianismo,
historicamente, a constituição do saber, o privilégio de pronunciar o discurso
oficial da instituição e o ministério da mediação entre o profano e o sagrado
eram prerrogativas dos homens. Essa
dominação masculina estabelecia a separação das mulheres do espaço sagrado ao
conferir a elas “um coeficiente simbólico negativo”, tal qual um estigma, um
“sinal de pertencer a um grupo social estigmatizado”. (YAMABUCHI, 2009, p. 275).
Ruether
(1993, p. 24) fala sobre a questão do sexismo e
a culpa imposta sobre a mulher devida à condição de o pecado ter se iniciado no
Éden com Eva. Quanto
ao fato de os homens terem sido nomeados como normas da humanidade autêntica
fez com que as mulheres servissem como “bode expiatório para o pecado”, as
mulheres passaram a ser marginalizadas, tanto na questão “original quanto na
redimida”. “Isto distorce e contradiz o paradigma teológico da imago dei/Cristo”.
A
Convenção de 1930 e a Exclusão das Mulheres como Pastoras na Igreja.
Segundo pastor Gunnar
Vingren (1982, p. 168), foi tratado entre os pastores e missionários, das
Assembleias de Deus, sobre a questão de a mulher ser ou exercer a função
semelhante à pastora. Muitos pastores estavam insatisfeitos com a forte atuação
de Frida Maria Strandeberg Vingren ao lado do pastor Gunnar Vingren, que na sua
ausência assumia totalmente a função do marido, como se fosse uma pastora
auxiliar. Porém, nessa Convenção de 1930 entre os assuntos a ser tratado, um
deles foi sobre a atuação de Maria Strandeberg Vingren na Igreja, ou seja,
precisava ser feito algo com muita urgência para imobilizá-la.
Fizeram uma declaração
sobre a atuação da mulher na Igreja e a citação bíblica usada como referência: “Mas não se considera justo que uma irmã
tenha a função de pastor de uma igreja ou de ensinadora, salvo em casos
excepcionais mencionados em”. (Mt. 12: 3-8). “Assim deve ser somente quando
não existam na igreja irmãos capacitados para pastorear ou ensinar”. (VINGREN,
1982, p. 168). Se a Frida estivesse aqui à resistência seria ainda maior.
Esse assunto repercutiu
muito sobre o poder masculino na Igreja Assembleia de Deus no Brasil. Alencar
(2010, p. 124) sobre essa questão, diz: “em segundo lugar, nesta convenção foi discutida a posição da mulher no ministério em
razão de haver diferentes opiniões sobre o trabalho
da mulher na igreja”. Os obstáculos que a princípio não foram declarados,
agora não tem como passar despercebidos. Além dos dois missionários, Frida
também era um obstáculo.
A
Convenção publicou a seguinte declaração sobre a atuação das mulheres com
funções semelhantes à de pastor da igreja:
As
irmãs têm todo direito de participar na obra evangélica, testificando de Jesus
e a sua salvação,
e também apresentando instrução se
assim for necessário. Mas não se considera justo que uma irmã tenha a função de
pastor de uma igreja ou de ensinadora da mesma, salvo em casos de exceção
mencionados em Mateus 12. 3-8. Assim deve ser, especialmente quando não existem
na igreja irmãos capacitados para pastorear ou ensinar. (ALENCAR, 2010, p. 124).
Frida Maria S. Vingren devido sua
inteligência, e a sua forte ação nos trabalhos da Igreja, Frida acabou se
tornando sério problema, sua capacidade excedia a de muitos líderes da Igreja,
isso trouxe entre os obreiros suecos e os nacionais, certa posição a respeito
de Frida, e a influência excelente que ela exercia sobre a igreja.
Influência de
Frida M. S. Vingren? Com certeza. Ela prega, canta, toca, escreve poemas,
textos escatológicos, visita hospitais, presídios, realiza cultos e – nada
comum – dirige a igreja na ausência do marido (e, segundo algumas insinuações,
na presença também). Numa entrevista com um pastor de mais de oitenta anos,
perguntei-lhe por que na foto dos missionários participantes da Convenção de
Natal (jornal Mensageiro da Paz, nº
3, março de 1931) ela é a única mulher que aparece? Onde estão às esposas dos
outros? Ele respondeu ríspido: Mas a Convenção de 1930 aconteceu por causa
dela! Frida chega a escrever um texto no Mensageiro
da Paz (nº 5, maio, 1930) disciplinando a conduta dos obreiros. (ALENCAR,
2010, p. 124).
A Igreja Assembleia de
Deus impôs seu próprio estilo de liderança. “A Assembleia de Deus apenas seguiu
o modelo de liderança masculina. E nisto, mais uma vez, o assembleianismo
brasileiro se distanciou do pentecostalismo norte-americano. Lá, desde o
início, as mulheres exerceram liderança”.
(ALENCAR, 2010, p.109). Não estamos fazendo apologia ao pastorado feminino, se
bem que Frida excedia em tudo muitos obreiros nacionais e também suecos. Se
fosse hoje muitos obreiros pentecostais passariam por sérios apertos. Basta
conhecer a história de Frida Maria S. Vingren e tirar todas as conclusões
possíveis.
Dissertação de Mestrado. Mestre Expedito
Darcy da Silva. p. 43,44.
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