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Mas, afinal, o que é Teologia prática? Qual é a sua
função? “O conceito de Teologia
prática tenta sintetizar correntes diversas como a teoria e a prática, o agir
comunicativo, a dialética entre a teoria e práxis em diálogo com outras
disciplinas no contexto da tradição cristã”. A forma de constituição que
compõe, “a Teologia prática é, pois, o conjunto de disciplinas teológicas que
buscam avaliação crítica, fundamentação teórica e planejamento da prática
cristã, como uma disciplina temática especial”.
A
Teologia prática nasceu na “Alemanha, no início do século XIX”. Ela passou a
tomar “assento na alta esfera das universidades estatais como uma das
faculdades que disputam o interesse dos interesses dos estudantes”. O
iluminismo predominava “na época, e a Teologia se esforçava por atestar sua
legitimidade como ciência”. Mas, na sua investida acabou se tornando “vítima de
um academicismo estéril e se afastou da vida da Igreja”. Não havia harmonia
entre o que se estudava nas universidades relacionadas “com a teoria teológica,
e a prática do ministério pastoral e a vida de fé dos membros da Igreja na
base”.
Convém lembrar que, a Teologia prática
não se limita ao luteranismo ou às igrejas do protestantismo histórico.
Schleiermacher criou a Teologia prática,
como disciplina com uma técnica:
Mas as circunstâncias do surgimento da
Teologia prática no século XIX ainda nos deixaram um segundo legado. Como a
teologia estava distante da Igreja. Schleiermacher concebeu a Teologia prática
como disciplina que se preocupa com a técnica de condução e do aperfeiçoamento
da vida da igreja. Cabe-lhe fornecer o instrumento técnico pelo qual a
hierarquia da Igreja dirige e regulamenta as diferentes funções (p. ex., o
exercício do ministério pastoral) e as manifestações da vida eclesiástica, tais
como o culto, a catequese, o aconselhamento e a própria forma da vivência
comunitária da fé. O mérito dessa concepção de Teologia prática de
Schleiermacher reside no fato de se ter restabelecido a relação entre teologia e
Igreja e, por extensão, entre teoria e prática.
A Teologia prática não cria posição de
destaque, nem requer posição superior, essa não é a sua função, ela “é o posto
avançado da Teologia. Sua função é levar a Teologia às bases da Igreja para
fora de seus muros e a partir dali atualiza sua agenda teológica pondo sua
eficácia à prova. Ela alimenta a Teologia com reflexão própria que faz no front da Igreja e da sociedade”.
A proposta da “Teologia prática como
teoria da prática e para a prática é feita pelos membros de comunidades cristãs
que querem participar do discurso teológico com o auxílio de pessoas
especialmente formadas”.
Embora desconhecida do povo pentecostal,
a Teologia prática oferece novas perspectivas para que a Igreja possa exercer
melhor as suas funções cristãs.
Observamos que a Teologia prática não
surgiu para ficar presa nas academias, ela incorpora seus conceitos práticos
como ferramenta para as práticas Kerigmáticas. Zabatiero comenta a respeito da
Teologia prática sobre a sua condição de manter-se no pensamento e na ação
comunitária.
A Teologia prática é discurso crítico e
construtivo sobre a ação cristã no mundo. Fundamenta-se no discernimento da
ação de Deus e se constrói em diálogo – crítico e construtivo – com discursos
sobre a ação não cristã e sobre a ação anticristã. A Teologia prática é voltada
para o discurso, gerando uma ação que comunica seus pontos de valores voltados
para a ação comunitária, excluindo-se a possibilidade de tornar-se individual e
isolada, ou seja, ele se constrói a partir de reflexão, diálogo e confronto. Portanto,
conforme a opinião de Zabatiero a prática deve ser consumada em benefício
prático ao outro eu no mundo, principalmente tratando-se de um mundo
cristianizado. “Todo fazer teológico deve ser prático, ou seja, todo fazer
teológico tem como finalidade orientar a ação cristã presente em resposta ao
agir de Deus”.
A
Teologia prática de Allmen e White, juntamente com outros autores, nos fornecem
subsídios para fazermos a análise comparativa do discurso improvisado, por ser
esse um dos fatores que mais se destaca na Igreja pentecostal. Sendo
constantemente aplicada nos púlpitos pentecostais, a improvisação do kerígma da
Palavra de Deus tornou-se um dos graves problemas na liturgia do culto e tem
comprometido a verdadeira pregação bíblica.