Educação Cristã
No tempo presente o pragmatismo é de
longe um dos comportamentos mais em voga no ambiente social. Nesse contexto, a ideia de que os resultados, a praticidade, a utilidade e a funcionabilidade são
os melhores indicadores da verdade, e, consequentemente, da melhor maneira de
se viver, estão a nortear o cotidiano das pessoas.
Para exemplificar, em Cartas de um diabo a seu aprendiz,
de C. S. Lewis, o diabo instrutor Fitafuso aconselha seu sobrinho e aprendiz, Vermebile,
sobre como afastar uma pessoa da verdade do evangelho. Na primeira epístola,
Fitafuso desenvolve a ideia de que os humanos são mais propensos a aceitar
pensamentos que tenham aplicação prática em suas vidas, ao invés de avaliar a
validade das mesmas.
Ele escreve: “Parta do princípio que sua
vítima já se acostumou desde criança a ter uma dúzia de filosofias diferentes
dançando em sua cabeça. Ele não usa o critério de “verdadeiro” ou “falso” para
conferir cada doutrina que lhe apareça (seja do Inimigo ou nossa). Ao invés
disso, ele verifica se a doutrina é “Acadêmica” ou “Prática”, “Antiquada” ou
“Atual”, “Aceitável” ou “Cruel”. O jargão e a expressão feita (e não o
argumento lógico) são seus melhores aliados para mantê-lo longe da Igreja. Não
perca tempo tentando levá-lo a concluir que o Materialismo seja verdadeiro
(sabemos que não é). Faça-o pensar que ele é Forte, Violento ou Corajoso – ou
ainda, que é a Filosofia do Futuro! Este é o tipo de coisas que lhe despertarão
a atenção”.
Francis Schaeffer, também, em 1976, quando
escreveu How Should We Then
Live (Como Viveremos?), chegou a afirmar que o pragmatismo era o
pensamento dominante na época. Segundo ele, “tanto nos assuntos internacionais
quanto no que diz respeito ao lar, o critério mais amplamente aceito é a
conveniência – manter-se a paz pessoal e a prosperidade do momento a qualquer
preço”. Identicamente, o inglês John Stott afirma que “no mundo moderno
multiplicaram-se os pragmáticos, para os quais a primeira pergunta acerca de
qualquer ideia não é: “É verdade?” “mas sim: “Será que funciona?”.
Assim, é possível perceber as garras dessa
doutrina sendo cravadas nas políticas públicas, na economia, na educação e até
mesmo nas discussões judiciais. O ideário pragmático pode ser vislumbrado
quando se coloca em debate assuntos como o aborto, drogas, pesquisas de células
tronco, entre outros. Geralmente, quando esses assuntos são discutidos, a
análise gira em torno dos benefícios imediatos que tais práticas podem trazer
para o ser humano, sem se levar em conta valores morais e princípios éticos...
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