História/Cristianismo
Podemos observar que o Cristianismo
esteve envolvido com desafetos de alguns religiosos influentes, imperadores e
reis. Se o Cristianismo fosse tão mau quanto às acusações que lhe foram
atribuídas, por que então ele não foi dizimado da faca da terra? A resposta
está em quem constituiu o Cristianismo, o próprio Deus. D. Manuel foi um
instrumento usado por Deus para proteção do seu povo. Vale à pena servir a
Deus!
Achei por bem
colocar um pouco de História sobre a
Inquisição em Portugal para nossos irmãos leitores, que poderão observar o
quanto a Inquisição era intolerante para com os cristãos e os judeus religiosos
e irreligiosos.
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Issac Izecksohn
O rei de Portugal, D. Manuel I,
desejando tornar-se rei único de toda a península ibérica, havia casado com a
filha dos Reis Católicos da Espanha.
Para obter o consentimento desses
soberanos fanáticos, havia concordado em expulsar os judeus de seu reino e
obrigar os que ficassem a aceitar o batismo. Mas não concedeu navios aos que se
recusavam a converter-se, e, na data em que expirava o prazo de saída (saída
impossível), em 30 de outubro de 1947, obrigou todos os judeus a converter-se a
força.
Mas o parlamento espanhol, as Cortes,
escolheu como herdeira do trono a outra filha do casal reinante.
Vendo ruir todas as suas ambições, D.
Manuel, pleno de despeito, mas podendo voltar atrás em sua ordem de conversão
dos judeus, expediu uma segunda ordem, muito estranha num monarca católico:
proibiu que durante vinte anos se castigasse quem tivesse praticado qualquer ato contrário à religião cristã. Era
como já dissemos a oficialização do criptojudaismo.
Tendo sido preso
um grupo de cristão novos surpreendidos comemorando o Pessach à moda judaica, o
rei mandou soltar os “hereges”. E puniu as autoridades que haviam violado sua
ordem de tolerância... Mas o veneno anti-semítico estava lançado...
INCITAÇÃO DO
POVO A VIOLÊNCIA CONTRA OS CRISTÃOS
Os padres
dominicanos, os mesmos que na Espanha dirigiam a Inquisição, começaram a semear
a desconfiança e o ódio entre o populacho. Surgiram denuncias de que os
cristãos novos judaizavam. Os autores das acusações foram censurados e os
acusados foram deixados em paz. A agitação apesar disso continuava. Em 1504
vários conversos foram insultados por uma turba de rapazes. Reagiram com espada
e feriram alguns. Os rapazes foram condenados a açoites e degredo perpétuo para
São Tomé. A última parte da pena foi suprimida a pedido da rainha (filha dos
reis católicos).
MASSACRE DE
CONVERSOS EM LISBOA
Mas no dia 15 de
abril de 1506, quando um cristão novo teve a imprudência de duvidar de um
suposto milagre (uma luz na imagem de um santo) na igreja dos dominicanos, dois
frades indignados começaram a bradar: “Blasfêmia! Blasfêmia!” e exigiram o
castigo do infeliz, que foi imediatamente massacrado. A seguir, a massa correu
ao bairro dos cristãos novos e começou a assaltar as casas a roubar, a
violentar as mulheres, a matar e arrastar todos, vivos, feridos e mortos, até
as praças, onde eram improvisadas grandes fogueiras para queimá-los.
Vagabundos, ladrões, marinheiros dos navios ancorados no porto tomaram parte
nas desordens. As autoridades foram impotentes, e durante vários dias a cidade
foi dominada por uma espantosa orgia de violências, atingiu também os lares de
muitos cristãos velhos.
A TERRÍVEL
PUNIÇÃO DOS MASSACRADORES
D. Manuel encontrava-se em Avis. Quando
teve notícia dos fatos mandou que as tropas reprimissem as desordens com a
máxima severidade. Muitos desordeiros foram mortos nas ruas. Outros foram aprisionados,
entre eles os dois padres provocadores
da anarquia. Foram todos condenados à
fogueira, depois de lhes serem decepadas
as mãos.
Os outros dominicanos foram expulsos da cidade.
A cidade de Lisboa, por não ter reagido
convenientemente, perdeu todos os seus privilégios. Os culpados de omissão ou
negligência também foram punidos. As devassas e os processos continuaram
durante vários anos. E toda pessoa que tivesse tomado parte nas desordens era
condenada a perder todos os seus bens.
Depois deste triste episódio os cristãos
foram beneficiados com muitos privilégios, que sem a permissão do rei D. Manuel
era impossível conquistar.
D. Manuel faleceu em 1521, após ter
prorrogado, em 1516, por mais dezoito anos a lei de proteção aos cristãos novos
contra qualquer sindicância. Sua morte foi muito chorada por todos os ex-judeus
portugueses, apesar de ter sido ele que lhes impôs o batismo forçado vinte
quatro anos antes.
Mas o que importa é que ele cumpriu o que prometera aos cristãos e judeus.
Mas o que importa é que ele cumpriu o que prometera aos cristãos e judeus.
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