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sábado, novembro 30, 2013

OS PÚLPITOS DAS RUAS E DAS PRAÇAS ESTÃO VAZIOS



Missões Urbanas
Nos dias atuais, muitos irmãos não estão levando em consideração os pregadores ao ar livre. Esses pregadores nos lugares públicos são como representantes das vozes que estão presas dentro das paredes eclesiais. Considerando que, desde Noé até João Batista, Jesus, os Apóstolos e Paulo foram grandes homens de pregação pública.
A proporção de pregação que envolve desde o Antigo e o Novo Testamento soma mais de 90% dos sermões pregados para um público diversificado. Os profetas como Jeremias recebeu de Deus a ordem para proclamar a mensagem do Senhor publicamente. “E disse-me o Senhor: Apregoa todas estas palavras nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém, dizendo: Ouvi as palavras desta aliança, e cumpri-as”. (Jr. 11: 6). O Templo judaico era muito frequentado pelos religiosos, mas nas ruas estavam os homens sem nenhuma orientação espiritual. Mas Jesus ia buscá-los juntamente com os seus apóstolos em diversos lugares públicos fora do Templo de Jerusalém.
White comenta a respeito dos pregadores dizendo que surgiu no início do séc. XIX no oeste americano a tradição da fronteira, que trouxe consigo uma novidade como forma litúrgica da palavra. A necessidade de fazer com que os irreligiosos tivessem a oportunidade de participarem dos cultos, fez com que eles começassem a realizar seus cultos ao ar livre ou em tendas. Os pregadores procuravam concentrar uma grande parte da população para ouvir a pregação da Palavra.
Tendo em vista a grande concentração de pessoas dentro das igrejas que ouvem diariamente diversos sermões, cabe a nós uma reflexão sobre o trabalho de pregação pública. O trabalho dos pregadores em lugares públicos está muito desgastado, é lamentável porque no passado essa forma de pregação chegou a ocupar lugar de destaque entre muitas denominações, entre elas era muito forte a participação pentecostal exercida por um grupo de pregadores voluntários, muito deles eram leigos, mas faziam a obra missionária ao ar livre com muita garra, determinação e acima de tudo com amor incondicional.
No princípio da Igreja, os púlpitos das ruas e das praças estavam vazios, mas aos poucos foram sendo ocupados por grandes pregadores ilustres, como: Jesus e seu colégio apostólico, e depois deles vieram outros personagens bíblicos pregando o Evangelho do Reino a todos. Num período mais recente tivemos grandes pregadores públicos. Destacamos: Jerônimo Savanarola, Martinho Lutero, João Calvino, Charles Haddon Spurgeon, George Whitefield, Christimas Evans, João Wesley, Paulo leivas Macalão entre tantos outros, e muitos pregadores anônimos continuam expandindo a Obra de Cristo em nossos dias, inclusive o pesquisador.
Segundo dados históricos sobre a vida de George Whitefield foi dito que não havia prédios, auditórios suficientes para comportar a grande multidão que queria ouvi-lo “e, nos países onde pregou, armava seu púlpito nos campos, fora das cidades”. Para Whitefield lhe foi atribuído “o título de príncipe dos pregadores ao ar livre, porque pregava em média dez vezes por semana, e isso fez durante um período de trinta e quatro anos, em grande parte sob o teto construído por Deus, os céus”.
Viola um dos grandes Teólogos da atualidade também enfatiza o grande ministério de pregação pública de Whitefield: Primeiramente, os evangelistas fronteiriços alteraram a meta da pregação. Sua meta exclusiva era a conversão de almas. Dentro da cabeça do evangelista, não havia outra coisa no plano de Deus a não ser a salvação. Esta ênfase teve sua origem na pregação inovadora de George Whitefield (1714-1770). Whitefield foi o primeiro evangelista moderno a pregar ao povo ao ar livre. Ele deslocou a ênfase da pregação do plano de Deus para a Igreja, para a pregação do plano de Deus para o indivíduo. A noção popular de que “Deus ama você e tem um plano maravilhoso para sua vida”.
John Wesley estava “com a idade de 70 anos, pregou a um auditório de 30 mil pessoas, ao ar livre, todas as pessoas puderam ouvi-lo claramente”. Wesley estava com a idade bem avançada, mas isso não o impedia de pregar com muito vigor e destreza. “Aos 86 anos fez uma viagem à Irlanda, na qual, além de pregar seis vezes ao ar livre, pregou cem vezes em sessenta cidades”. 
Que maravilha, que benção de Deus, que possamos ser imitadores desse grande servo de Deus!
Havia também um Evangelista pouco conhecido em nosso meio, que foi incluído entre os grandes pregadores do seu tempo. Estamos nos referindo a Christmas Evans, que demonstrou perante uma grande multidão o seu talento como um grande Evangelista. Tinha o dom da pregação, e pregava extraordinariamente. Certa vez levou uma multidão, cerca de “15 a 20 mil pessoas, de temperamento e sentimentos vários, a ouvi-lo com a mais profunda atenção”. “Nas igrejas, não cabiam as multidões que iam ouvi-lo durante o dia; à noite, sempre pregava ao ar livre, sob o brilhar das estrelas”.
Um dos grandes pastores das Assembleias de Deus no Brasil, Paulo Leivas Macalão iniciou seu ministério de pregação ao ar livre no Estado do Rio de Janeiro. “Tocando seu Piston (Trompete) e Violino testificando e proclamando a mensagem do Evangelho em todas as praças e centro da cidade”.
Que o exemplo e a iniciativa desses grandes homens de Deus possam influenciar-nos a colocar nossas mãos nesse trabalho de evangelização pública, afinal, os púlpitos das ruas e das praças estão vazios.


quinta-feira, novembro 21, 2013

A INQUISIÇÃO EM PORTUGAL



História/Cristianismo       
Podemos observar que o Cristianismo esteve envolvido com desafetos de alguns religiosos influentes, imperadores e reis. Se o Cristianismo fosse tão mau quanto às acusações que lhe foram atribuídas, por que então ele não foi dizimado da faca da terra? A resposta está em quem constituiu o Cristianismo, o próprio Deus. D. Manuel foi um instrumento usado por Deus para proteção do seu povo. Vale à pena servir a Deus!
Achei por bem colocar um pouco de História sobre a Inquisição em Portugal para nossos irmãos leitores, que poderão observar o quanto a Inquisição era intolerante para com os cristãos e os judeus religiosos e irreligiosos.  

Acesse o Translate  Google Tradutor no Rodapé do Blog p/ ler em outro idioma. 
Issac Izecksohn
O rei de Portugal, D. Manuel I, desejando tornar-se rei único de toda a península ibérica, havia casado com a filha dos Reis Católicos da Espanha.
Para obter o consentimento desses soberanos fanáticos, havia concordado em expulsar os judeus de seu reino e obrigar os que ficassem a aceitar o batismo. Mas não concedeu navios aos que se recusavam a converter-se, e, na data em que expirava o prazo de saída (saída impossível), em 30 de outubro de 1947, obrigou todos os judeus a converter-se a força.
Mas o parlamento espanhol, as Cortes, escolheu como herdeira do trono a outra filha do casal reinante.
Vendo ruir todas as suas ambições, D. Manuel, pleno de despeito, mas podendo voltar atrás em sua ordem de conversão dos judeus, expediu uma segunda ordem, muito estranha num monarca católico: proibiu que durante vinte anos se castigasse quem tivesse praticado qualquer ato contrário à religião cristã. Era como já dissemos a oficialização do criptojudaismo.
Tendo sido preso um grupo de cristão novos surpreendidos comemorando o Pessach à moda judaica, o rei mandou soltar os “hereges”. E puniu as autoridades que haviam violado sua ordem de tolerância... Mas o veneno anti-semítico estava lançado...
INCITAÇÃO DO POVO A VIOLÊNCIA CONTRA OS CRISTÃOS
Os padres dominicanos, os mesmos que na Espanha dirigiam a Inquisição, começaram a semear a desconfiança e o ódio entre o populacho. Surgiram denuncias de que os cristãos novos judaizavam. Os autores das acusações foram censurados e os acusados foram deixados em paz. A agitação apesar disso continuava. Em 1504 vários conversos foram insultados por uma turba de rapazes. Reagiram com espada e feriram alguns. Os rapazes foram condenados a açoites e degredo perpétuo para São Tomé. A última parte da pena foi suprimida a pedido da rainha (filha dos reis católicos).
MASSACRE DE CONVERSOS EM LISBOA
Mas no dia 15 de abril de 1506, quando um cristão novo teve a imprudência de duvidar de um suposto milagre (uma luz na imagem de um santo) na igreja dos dominicanos, dois frades indignados começaram a bradar: “Blasfêmia! Blasfêmia!” e exigiram o castigo do infeliz, que foi imediatamente massacrado. A seguir, a massa correu ao bairro dos cristãos novos e começou a assaltar as casas a roubar, a violentar as mulheres, a matar e arrastar todos, vivos, feridos e mortos, até as praças, onde eram improvisadas grandes fogueiras para queimá-los. Vagabundos, ladrões, marinheiros dos navios ancorados no porto tomaram parte nas desordens. As autoridades foram impotentes, e durante vários dias a cidade foi dominada por uma espantosa orgia de violências, atingiu também os lares de muitos cristãos velhos.
A TERRÍVEL PUNIÇÃO DOS MASSACRADORES
D. Manuel encontrava-se em Avis. Quando teve notícia dos fatos mandou que as tropas reprimissem as desordens com a máxima severidade. Muitos desordeiros foram mortos nas ruas. Outros foram aprisionados, entre eles os dois padres provocadores da anarquia. Foram todos condenados à fogueira, depois de lhes serem decepadas as mãos. Os outros dominicanos foram expulsos da cidade.
A cidade de Lisboa, por não ter reagido convenientemente, perdeu todos os seus privilégios. Os culpados de omissão ou negligência também foram punidos. As devassas e os processos continuaram durante vários anos. E toda pessoa que tivesse tomado parte nas desordens era condenada a perder todos os seus bens.
Depois deste triste episódio os cristãos foram beneficiados com muitos privilégios, que sem a permissão do rei D. Manuel era impossível conquistar.
D. Manuel faleceu em 1521, após ter prorrogado, em 1516, por mais dezoito anos a lei de proteção aos cristãos novos contra qualquer sindicância. Sua morte foi muito chorada por todos os ex-judeus portugueses, apesar de ter sido ele que lhes impôs o batismo forçado vinte quatro anos antes. 
Mas o que importa é que ele cumpriu o que prometera aos cristãos e judeus.


sexta-feira, novembro 15, 2013

RESSUSCITADOS COM CRISTO NOS LUGARES CELESTIAIS

Homilética/Sermão Bíblico
Com tanta falta de amor e esperança no porvir e no Reino Celestial de Cristo. Pensando assim achei por bem colocar para meus irmãos leitores esse Sermão. Se você quiser poderá pregá-lo em sua Congregação, mas antes, ore pedindo direção a Deus.
Aos Colossenses 3: 1 (Celestial: Alto, elevado, excelente, sobrenatural).
Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus”. Portanto: (Logo, por conseguinte, (lógico) consequentemente).
Tema: Como Deve Ser a Vida do Crente Ressuscitado com Cristo?
Proposição:
O crente ressuscitado com Cristo deve viver em novidade de vida buscando as coisas de cima, onde Cristo está assentado à direita do Pai, conforme nos prometeu foi preparar nossas moradas nas mansões celestiais.
Introdução
Ao recebermos a Cristo como nosso Salvador nascemos de novo (Jo. 3:7), e nos tornamos novas criaturas (IICo. 5:17). Consequentemente ao passarmos pelo batismo comemoramos simbolicamente a nossa morte e ressurreição semelhante à de Cristo. Como crentes ressuscitados sem dúvida precisamos buscar as coisas que são de cima, e também precisamos trabalhar na evangelização a favor do Reino de Deus, onde Cristo está assentado à destra de Deus aguardando o arrebatamento da sua Igreja.
Ø “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo,” V.1(a).
  1. O Crente Ressuscitado Deve Andar em Novidade de Vida com Cristo. (Rm. 6: 4; Ef. 2: 6).
 De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida (inovando, qualidade de novo)”. (Rm. 6: 4). É a morte do velho homem no pecado.
 “e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;” (Ef. 2: 6). (Alto, elevado, excelente, sobrenatural). Esse assentar nos lugares celestiais significa que agora estamos em condições de andarmos com Cristo, como crentes espirituais, mesmo estando em nossos corpos mortais.
      2. O Crente Ressuscitado Deve Andar Como Nova Criatura em Cristo (II Co. 5:
17; Gl. 6: 15).
A novidade com Cristo é o contínuo processo do caminhar conforme a Sua vontade, apesar das nossas limitações, o que conseguirmos fazer é o melhor que podemos dar de nós para Cristo, ou seja, precisamos andar em santificação.
Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. (IICo. 5: 17). As atitudes e os nossos novos atos têm que condizer com nova realidade de vida.
Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão nem a incircuncisão têm virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura”. (Gl. 6: 15). Um rito dos judeus quanto à circuncisão do corpo em contraste com os pagãos segundo a visão que os judeus da Galáxia tinham dos outros povos, principalmente os cristãos, que diziam que a circuncisão era operada em seus corações.
Ø “buscai as coisas que são de cima”, V. 1(b).
1. O Crente Ressuscitado tem Compromisso com o Reino de Deus. (Mt. 6. 33; Mc. 1: 36-38; Mc. 16: 15).
Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”. (Mt. 6: 33). O compromisso maior do cristão é a divulgação do Reino de Deus.
E seguiram-no Simão e os que com ele estavam. E, achando-o, lhe disseram: Todos te buscam. E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue, porque para isso vim”. (Mc. 1: 36-38). Esse compromisso foi realizado por Cristo conforme escreveu Marcos nos versículos acima, e serve como modelo de vida para nós.
E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”. (Mc. 16: 15). É um mandamento muito sério, infelizmente muitos não estão levando a sério.
“onde Cristo está assentado à destra de Deus”. V. 1(c).
1. Para os Crentes Ressuscitados Cristo foi Preparar as Moradas Celestiais. (Ef. 1: 18-20; Jo. 14: 2, 3; Ef. 1: 3).
tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos e qual a sobre excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus,” (Ef. 1: 18-20). É uma passagem muito forte e uma esperança para os cristãos, as moradas que nos aguardam no porvir assim que se concretizar o arrebatamento da Igreja gloriosa. É somente para os cristãos convertidos que crerem.
Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”. (Jo. 14: 2, 3). (RA). O lugar já está preparado é só tomar posse para a vida eterna.
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo,” (Ef. 1: 3). O que Deus nos prometeu em Cristo não pode ser anulado por nada, porque Deus prometeu assim será cumprido para a sua Igreja que aguarda esse momento.
Conclusão
Além de vivermos em novidade de vida. Precisamos pensar menos nas coisas terrenas, e pensar mais nas coisas que são de cima. Viver em novidade de vida é ser anunciador das boas novas. A nossa obra não se resume somente dentro da Igreja. Vir Igreja é uma necessidade. Buscar as coisas do alto é uma obrigação imposta por Cristo. E fazer a sua vontade na pregação do Evangelho é o nosso maior compromisso com Cristo.   

sexta-feira, novembro 08, 2013

A NATUREZA RELIGIOSA

Filosofia/Reflexão
Ainda que incompreendido por alguns Nietzsche não poupava palavras contra o sistema político e religioso por manipular seus seguidores, que escravizava o povo em nome da religião e ainda por cima exercia o poder absoluto sobre os mais fracos e ignorantes por falta de conhecimento do que realmente a religião poderia oferecer.

Nietzsche
O filósofo tal como nós o entendemos, nós, espíritos livres – como o homem da responsabilidade mais ampla, que se preocupa com a evolução total do homem: esse filósofo se utilizará das religiões para a sua obra de educação e cultivo, do mesmo modo que se utilizará das condições políticas e econômicas do momento. A influência cultivadora, seletiva, isto é, tanto destrutiva quanto criadora e modeladora, que se pode exercer com ajuda das religiões, é sempre múltipla e diversa, conforme o tipo de homens colocados sob seu domínio e proteção. Para os fortes, independentes, preparados e predestinados ao comando, nos quais se encarnam a razão e a arte de uma raça dominante, a religião é mais um meio de vencer resistências e dominar: é um lasco que une dominadores e súditos, e que denuncia e entrega àqueles a consciência destes, o que neles é mais íntimo e oculto, que bem gostaria de se subtrair à obediência; e se algumas naturezas de origem nobre se inclinarem, por uma elevada espiritualidade, a uma vida mais afastada e contemplativa, guardando para si apenas a mais refinada espécie de domínio (sobre discípulos eleitos ou irmãos de ordem), a religião pode ser usada inclusive como meio de obter paz frente ao barulho e á fadiga de modos mais grosseiros de governo, e limpeza frente á necessária sujeira de toda política.  Assim fizeram os brâmanes, por exemplo: através de uma organização religiosa atribuíram-se o poder de nomear reis para o povo, mantendo-se e sentindo-se fora e á margem, como indivíduos de tarefas superiores e supra-reais. Entretanto a religião também fornece, a uma parte de dominados, orientação e oportunidade de prepara-se para dominar e comandar algum dia: àquelas classes e camadas que sobem lentamente, nas quais não param de crescer, mediante felizes costumes matrimoniais, a força e o prazer da vontade, a vontade de autodomínio – a elas a religião oferece estímulos e tentações suficientes para percorrer o caminho da espiritualidade superior, para colocar á prova os sentimentos da grande superação de si mesmo, do silêncio e da solidão – ascetismo e puritanismo são meios de educação e enobrecimento quase indispensáveis quando uma raça pretende triunfar de sua origem plebéia e ascender ao domínio futuro. Aos homens ordinários, enfim, o grande número que existe para o serviço e para utilidade geral, e que apenas assim tem direito de existir, a esses a religião proporciona uma inestimável satisfação com seu estado e seu modo de ser, uma reiterada paz do coração, um enobrecimento da obediência, mais alegria e mais dor em comum com seus iguais, e alguma transfiguração e embelezamento, alguma justificação de toda cotidianidade, de toda a baixeza, toda a pobreza semi-animal da sua alma. A religião e a significação religiosa da vida lançam um raio de sol a essas criaturas atormentadas e lhes tornam suportável inclusive a própria visão, tem o efeito que uma filosofia epicurista costuma ter em sofredores de uma categoria mais elevada, aliviando, refinando, como que se aproveitando do sofrimento, chegando inclusive a santificá-lo e justificá-lo. Talvez não haja, no cristianismo e no budismo, nada tão digno de respeito como a sua arte de ensinar mesmo os mais humildes a se colocar, pela devoção, numa ilusória ordem superior de coisas, mantendo assim o contentamento com a ordem real, no interior da qual vivem tão duramente – dureza essa que é tão necessária.



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